Qual é a moto do futuro? É uma 750cc, com a potência de uma 1000cc e o peso de uma 500cc. Esta resposta brilhante foi dada a um engenheiro da fábrica da Suzuki no Japão há trinta anos pelo mais famoso projetista de motocicletas do mundo, Massimo Tamburini.
Esse engenheiro italiano é o responsável pela criação de motocicletas consagradas como a Ducati 916 e as MV Agusta F4 e Brutale. A paixão de Tamburini por mecânica começou ainda na infância e o levou a se formar em uma escola técnica na cidade de Rimini, na Itália.
Em 1966, ele e mais dois amigos – Valerio Bianchi e Giuseppe Morri – abriram uma empresa especializada em ar condicionado. No início da década de 1970, os três sócios recuperaram a Honda CB 750 danificada de Tamburini e o resultado fez com que eles percebessem que poderiam mudar o rumo da empresa. Assim foi fundada a Bimota Mecânica (BI – Bianchi, MO – Morri, TA – Tamburini), indústria especializada em produzir chassis nos quais poderiam ser instalados motores de diversas marcas, como Yamaha, Suzuki, Honda, Kawasaki.
Tamburini projetava chassis mais leves, robustos e eficazes que as grandes fábricas de motocicletas. Então, o proprietário de uma moto japonesa poderia melhorar o desempenho de sua máquina adquirindo um kit de chassi da Bimota. Tamburini sempre defendeu que uma moto com 120 cavalos de potência na roda traseira é mais do que suficiente para a rua. “O que é realmente importante é minimizar o peso”, ressalta.
Em 1983 Massimo Tamburini se desligou da Bimota para se dedicar a equipe de competição Gallina, por cerca de um ano e meio. A partir de 1985, o engenheiro se transferiu para a italiana Cagiva e passou a dirigir o Centro de Pesquisa Castiglioni de San Marino, onde foram projetadas a Cagiva 500 Grand Prix, a Ducati 851 e 916, e as MV Agusta F4 e Brutale.
Para Tamburini, o sucesso das Ducati e MV Agusta está no fato de serem modelos distintos das motos japoneses e, portanto, com personalidades próprias. Outro fator apontado pelo design é o requinte encontrado nas diversas peças, independentemente da função que ela exerça. Ou seja, funcionalidade e estética aliadas para formar um conjunto harmonioso e bonito não só para ser usado, mas também ser admirado como obra de arte.
Em 2008, depois de 23 anos à frente do departamento de design da Ducati, Tamburini se aposentou, mas seu legado continua atual e ainda provoca desejos nos amantes de motocicletas, provando que suas criações estiveram sempre avançadas no tempo.