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O por que da maior eficiência do ciclo Atkinson

Os motores de combustão interna de quatro tempos são divididos normalmente em diesel e Otto e suas diferenças básicas residem apenas no tipo de combustível usado e na maneira como são regulados: o diesel pela entrega ao motor de menos combustível (sem perdas por bombeamento), o Otto pelo chamado estrangulamento, ou constrição do fluxo de ar que regula sua potência, que gera baixa pressão no coletor de admissão e perdas por bombeamento interno, desperdiçando energia.

O chamado motor Ciclo Atkinson é até 10% mais eficiente do que um Ciclo Otto convencional, e a razão para isso é simples: menos perdas internas por bombeamento permitindo um fluxo reverso de mistura para dentro do sistema de admissão, sem queima, reduzindo efetivamente o deslocamento do motor. O motor passa a ser um ‘cinco tempos’: admissão, fluxo reverso (para minimizar perdas por bombeamento), compressão, potência e escape.

Quando dotado de um sistema forçado de admissão, com supercompressor, o Atkinson passa a ser chamado de Ciclo Miller, nome de um mecânico da Indy das décadas de 20 a 50 do século passado e que o patenteou no fim da década de 40. Durante parte do tempo de compressão, a(s) válvula(s) de admissão fica(m) aberta(s), com o motor comprimindo contra o supercompressor em vez de contra a pressão nas paredes do(s) cilindro(s).

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No caso do Ford Escape Hybrid, o Zetec quatro-em-linha foi convertido a um ciclo Atkinson através da substituição do eixo de admissão normal por outro com fechamento tardio e da troca de pistões por outros de 12,3:1 de taxa, que diminuem o volume da câmara.


José Luiz Vieira, Diretor, engenheiro automotivo e jornalista. Foi editor do caderno de veículos do jornal O Estado de S. Paulo; dirigiu durante oito anos a revista Motor3, atuou como consultor de empresas como a Translor e Scania. É editor do site: www.techtalk.com.br e www.classiccars.com.br; diretor de redação da revista Carga &
amp; Transporte.