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O momento para o mercado de motocicleta novas é ruim. Quantas vezes você ouviu (leu) isso nos últimos….. digamos….. 3 anos? Se você atua no mercado de motocicletas ou se interessa pelo assunto, muitas vezes será a sua resposta. Dificuldade de aprovar crédito é a principal causa, além dos altos preços causados pela pesada carga tributária incidente em toda a cadeia produtiva do setor ou pelo chamado “Lucro Brasil”. Estas são as causas mais comuns apontadas por especialistas. Claro, depende de onde vem a reclamação, usa-se um ou outro argumento.

Evolução da forma de pagamento de motocicletas no Brasil: não precisa ser especialista para perceber que Consórcio é um excelente negócio que é imune a crises

Evolução da forma de pagamento de motocicletas no Brasil: não precisa ser especialista para perceber que Consórcio é um excelente negócio que é imune a crises

A impressão que se tem, sobretudo se atua fora do setor de moto, é que mercado de motos está afundado numa crise que só piora e que todos os negócios que giram em torno do assunto motocicleta estão condenados a falência. Mas a realidade mostra que não é bem assim. Um olhar um pouco mais atento e se percebe que hoje a competição está na raiz de tudo. Com mais opções, o consumidor é mais seletivo para comprar a moto. Da mesma forma, quem oferece crédito tem mais opções para fazê-lo. Parece uma lógica perversa, mas é assim que os chamados “mercados livres e abertos” funcionam.

São as chamadas leis do mercado que regem o seu funcionamento e direcionam os agentes que atuam nesse mercado para uma ou outra direção, de acordo com essas tais leis de mercado. E isso vale para qualquer segmento. Não há decreto governamental ou qualquer outro tipo de controle externo que faça melhor que as leis de mercado para regular um setor de qualquer economia.

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E é por isso que o mercado brasileiro de motocicletas vem passando esta impressão de “crise permanente”. Ele na verdade está se adequando a uma nova situação. Aqueles que perceberam antes, se prepararam e se adequaram mais rapidamente e hoje colhem os frutos. Outros não tiveram a mesma percepção e passaram por mais dificuldades, mas conseguiram se adequar. Por fim, há uma parcela que não se adequou a tempo e ….  enfim, são situações normais de mercado que acabam por redesenhar a realidade e dar um novo perfil ao segmento.

Afinal, para usar um dito popular, apesar de tudo “o diabo não é tão feio quanto parece”. Ainda há muitas oportunidades para continuar crescendo e ganhando dinheiro no ramo de motocicletas. Veja, por exemplo, os dois gráficos produzidos pela ANEF – Associação Nacional das Empresas Financeiras da Montadoras – que ilustram este texto e mostram com clareza duas oportunidades que o mercado de motocicletas apresenta e não é de hoje.

Licenciamento de motos usadas em crescimento: ganhos menores, mas maior liquidez

Licenciamento de motos usadas em crescimento: ganhos menores, mas maior liquidez

Uma delas é a tendência natural de crescimento do Consórcio, que se não é o melhor negócio para o consumidor, pois há sempre uma espera maior para retirar a motocicleta, é com certeza um excelente meio de venda de motocicleta nova. Para a Honda, por exemplo, a venda de motos zero km através deste meio representa mais de 40% do volume total (dados de 2013). Outro dado importante, segundo a ABAC –  Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, em 2013 cerca de 46% das vendas de motocicletas em todo o Brasil foram por meio do consórcio. Praticamente a metade das motos vendidas no Brasil!

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Outro dado que mostra uma oportunidade é o crescimento expressivo dos negócios com motocicletas usadas. Enquanto que está mais difícil vender as novas, vender motos usadas pode ser uma boa fonte de receita para qualquer comerciante. “Ganha-se um pouco na compra, outro tantinho na venda e se vai girando o negócio”, explica o gerente de uma concessionária Honda que pede para não ser identificado. “Se o cliente entrou na loja e tem interesse por alguma moto usada do estoque, faço todo o possível para atender. Prefiro ganhar menos a não ganhar nada”, complementa.