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ONGs de Brasília se mobilizam pela construção de ciclovias

Fórum de ONGs ambientalistas entrega ao governo do Distrito Federal documento solicitando a implantação do Sistema Cicloviário do DF, aprovado por lei em 2009.

O Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal e Entorno, do qual faz parte o WWF-Brasil, quer a implantação “imediata, efetiva, rápida, integral, democrática e participativa” de infraestrutura para o uso de bicicletas no DF. Documento com este teor foi entregue ao presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Moacir Bueno, nesta quinta-feira (3/2). O Fórum quer, ainda, que o governo do Distrito Federal crie sistema para disponibilização e locação de bicicletas públicas.

A implantação das ciclovias contribuirá para dar mais segurança para quem anda de bicicleta. Em Brasília, o número de acidentes envolvendo este meio de transporte vem subindo. Passou de 780 no ano 2000 para 1.139 em 2007 (crescimento de 46%), causando a morte de 56 ciclistas a cada ano, em média.
O presidente do Ibram se comprometeu a encaminhar as propostas e sugeriu novo encontro com o Fórum para tratar especificamente da implantação do Sistema Cicloviário do Distrito Federal. O sistema foi criado pela lei distrital 4.397, de 27 de agosto de 2009, mas nunca foi efetivamente implantado. A meta do governo, à época, era construir 600 quilômetros de ciclovias no DF até 2010, mas não conseguiu chegar nem a um décimo disso, entregando apenas 42 km – 7% do total.

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De acordo com a lei, o Sistema Cicloviário do DF será formado prioritariamente por ciclovias – pistas exclusivas para bicicletas, separadas do espaço para veículos motorizados. Admite-se, porém, o uso de ciclofaixas (faixas exclusivas pintadas nas vias comuns, sem separação física), ou faixas compartilhadas, caso a primeira opção não seja possível. O texto estabelece, ainda, que qualquer nova via pública, “incluindo pontes, viadutos e túneis, deve prever espaços destinados ao acesso e circulação de bicicletas” (Art. 11).
Além da implantação da infraestrutura, a lei prevê, também, a promoção de atividades educativas “visando à formação de comportamento seguro e responsável no uso da bicicleta e, sobretudo, no uso do espaço compartilhado” (Art. 3, inciso VI).
O documento aprovado pelo Fórum e entregue a Moacir Bueno argumenta que o uso da bicicleta como meio de transporte nas cidades colabora para reduzir as poluições atmosférica e sonora, traz benefícios para a saúde individual e coletiva, para a qualidade de vida da população e para o próprio trânsito.
Vantagens — A bicicleta é mais eficiente que o automóvel em deslocamentos de até 5 km ou mais, dependendo das condições de trânsito, de acordo com o estudo “A bicicleta e as cidades”. O estudo, divulgado em 2010, foi elaborado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente, uma Oscip com sede em São Paulo que tem como objetivo apoiar a elaboração e implementação de políticas públicas relativas ao meio ambiente.

Segundo o estudo, nos grandes centros urbanos, as vias para automóveis ocupam, em média, 70%do espaço público e transportam apenas de 20% a 40% dos habitantes.

“A mudança dos padrões de deslocamento dos habitantes, por meio do uso de meios de transporte não motorizados, é crucial para a construção de centros urbanos com padrões de qualidade de vida mais elevados. A bicicleta pode ser um importante elemento de reordenação e reconfiguração do espaço urbano e da lógica social, além de ser um vetor de melhoria ambiental”, argumentam os autores.
Ao redor do mundo, planejadores urbanos priorizam o uso da bicicleta como meio para melhorar a mobilidade nas cidades. Na América Latina, o melhor exemplo desta mudança é a rede cicloviária de Bogotá, na Colômbia, que tem 350 km de ciclovias. Aos domingos e feriados, das 7h às 14h, outros 110 km de ruas são de uso exclusivo das bicicletas. No Brasil, Rio de Janeiro e Curitiba se destacam como as cidades com as melhores estruturas para a locomoção em bicicletas.
Confira aqui a íntegra do documento entregue pelo Fórum ao governo do Distrito Federal.

• Mais informações:
• Warner Bento Filho, Analista de Comunicação, WWF-Brasil, 61 9636.7034
[email protected]
• Maristela Pessôa, assistente de Comunicação do WWF-Brasil: [email protected], 61 3364-7464.

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