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Eles estiveram em Canelinha, SC, para a última etapa do campeonato mundial de Motocross MX1 e MX2 nos dias 12 e 13 de setembro últimos.

Mereceram destaque no evento, os ganhadores do GP Clement Desalle na MX1 e Marvin Musquin na MX2 que foram os campeões das duas categorias do campeonato de 2009. Confirmou a (pista de lama.jpg) supremacia de novo o francês Marvin Musquin na MX2 que com sua moto de 4 tempos de 250 cm3 também venceu a prova. O italiano Antonio Cairoli na MX1 com moto também de 4 tempos e cilindrada até 450 cm3 venceu o campeonato da sua categoria, mesmo antes desta final e Clement Desalle a prova dessa categoria.

Mas não se faz idéia do enorme trabalho de suporte, apoio e treinamento que todos esses pilotos são submetidos, e não é à toa que são os melhores do mundo.

Médicos especializados em esportes radicais, nutricionistas, personal trainers além dos melhores técnicos, quase sempre ex-pilotos, mais experientes e da mesma extirpe, os chefes dessas equipes milionárias trabalham ininterruptamente para o sucesso de sua marca ou piloto, favorecendo seus patrocinadores.

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No sábado a chuva não dava trégua mas isso não fazia diferença na preparação dos equipamentos, na verdade na hora prevista estavam todos prontos para iniciar os treinos no barro profundo que cobria toda a pista. Capacetes cobertos com espuma adesiva especial para repelir a camada de barro e não pesar sobre a cabeça do piloto, espuma espalhada por todo o vão em que era possível a penetração e interferência com o bom funcionamento da moto, inclusive sob os pára-lamas, como na moto do brasileiro Antonio Balbi.

Vejam o nível a que chega a manutenção entre baterias. Para treinar no domingo, todos retiraram a preparação para o barro intenso mas pela manhã ainda tomaram a pista bem pesada e depois de lavar, o engenheiro, pessoalmente faz a troca dos discos de embreagem da moto, para melhor resultado na segunda bateria.

As peças principais são modificadas, mas nem sempre pela própria fábrica, vejam o cilindro da Yamaha usado na moto do francês, Marvin Musquin. A marca Athena gravada no cilindro é claramente visível na foto e notem ainda, mangueiras de silicone especiais, protetores do motor em fibra de carbono, tampa de embreagem De Carli, usinadas em bloco único de alumínio, escapamento com câmera de expansão especial e pasmem, carburador. É, aquele com a pecinha azul que nada mais é do que o famigerado parafuso de ar, que nela consta ainda com uma pega para regular com a mão.

Algumas são injetadas como a revolucionária Aprilia V2 a 70º que foi introduzida em 2004, mas que ainda apanha um pouco, das mono cilíndricas. Parece que o peso ainda se mostra excessivo ao vê-la dançar pela pista balançando bastante nos obstáculos, mas vale o laboratório, pois uma variação dessa moto também é utilizada nos enduros europeus.

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No Box ao lado da pista, os mecânicos levam peças sobressalentes como manetes e rodas completas para o caso de numa necessidade já ter tudo à mão. A Honda Brasil dá o suporte ajustando a suspensão do brasileiro.

Concentrado depois do treino o piloto Leandro Silva observa os europeus e procura aprender com eles, mas o mais atuante no motocross internacional, o mineiro Jorge Balbi permanece como já é de costume entre os dez primeiros e para isso sua técnica, equipe e toda logística a sua volta tem que estar à altura.

Com a vinda dessa prova ao Brasil, depois de mais de dez anos sem vir, esperamos que daqui para frente haja várias outras e que como em 1999 com o Motocross das Nações em Indaiatuba (SP) não fique como um evento isolado. Esperamos o envolvimento das entidades coordenadoras do esporte, como os clubes regionais, as federações estaduais, patrocinadores e a CBM que consigam promover mais provas e assim também o profissionalismo entre os pilotos e equipes. A Honda está mais uma vez de parabéns, pois que na figura do Wilson Yasuda sempre se adianta na promoção desses grandes eventos. Não precisamos esperar só a Honda para desenvolver o esporte, vamos todos por a mão na massa. Com isso o mercado cresce, o esporte cresce, e os pilotos crescem.

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Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.