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Foto: Ricardo S 

Foto: Ricardo S

O que faz uma moto simplesmente parar de funcionar!. A cena ‚ desesperadora e s¢ de imaginar d  calafrios: em plena viagem, no trecho mais vazio da estrada, puf! A moto p ra de funcionar. Para os motociclistas experientes ‚ um fato raro, mas para os iniciantes ‚ uma ocorrˆncia que est  sempre pairando.

O principal culpado pelo s£bito engui‡o da moto ‚ o pr¢prio motociclista. Em uma r pida pesquisa entre usu rios e mecƒnicos ficou n¡tido que a falta de conhecimento e de manuten‡Æo sÆo respons veis pelas panes. Come‡a no desprezo pela manual do propriet rio e vai at‚ uma tremenda falta de sorte em ser pego por um defeito de fabrica‡Æo. Mesmo quem compra uma moto usada, a preocupa‡Æo com a leitura do Manual deve ser priorit ria. O manual pode ser comprado em qualquer concession ria, pois ele ‚ uma “pe‡a” da moto como outra qualquer. A falta de leitura do manual deixou o paranaense Nereu Alberto a p‚ com a corrente de transmissÆo da sua Honda CG 125 ES quebrada. “Ningu‚m me falou que precisava regular a corrente, quebrou tudo!”.

E tem outra corrente que vive esquecida. A corrente do comando de v lvulas. Mesmo projetada para durar muito, chega um momento em que a corrente precisa ser trocada. Esse prazo varia conforme o tipo de moto. Como as motos atuais tˆm tensor de ajuste autom tico, quando a corrente come‡a a fazer barulho ‚ hora de troc -la. Mas tem gente que ignora os sinais sonoros da moto e continua rodando na maior cara de pau, at‚ que a moto pifa, provocando um preju¡zo muito maior do que a simples troca da corrente.

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Todo motor precisa de gasolina e eletricidade para funcionar. Se pifou ‚ porque faltou uma dessas duas coisas. A gasolina ‚ campeÆ dos problemas. NÆo apenas a falta dela, mas os caminhos que ela percorre at‚ chegar ao motor e tamb‚m as receitas de “batismo” que recebe por comerciantes inescrupulosos.

A mancada campeÆ ‚ esquecer a torneira de gasolina na posi‡Æo “res”, encher o tanque e sair viajando. Quando o motor come‡a a pipocar o motociclista descobre desesperado que a torneira j  est  na reserva. E d -lhe empurrar a moto!

No entanto, mesmo tomando todo cuidado em lembrar da torneira, o paulista Dorival Ferreira ficou misteriosamente parado na estrada com sua Honda CB 400II. “Quando abri a tampa para conferir a gasolina fez aquele barulho t¡pico de chupada, chuiiiiiip, o respiro da tampa estava entupido e nÆo descia gasolina!”. Motos que rodam pouco tˆm mais facilidade em acumular sujeira nos respiros, principalmente quando em contato com a gasolina. Com tanta gasolina “batizada” ‚ comum acumular sujeira em pontos vitais. Outra v¡tima da gasolina ‚ a agulha da b¢ia dos carburadores. Muitos mecƒnicos gastam tempo procurando o problema, que pode ser resolvido simplesmente polindo a sede da agulha.

Felizmente nos livramos do maldito platinado e sua turma. Se por um lado era um pepino para regular e trocar, por outro sempre tinha como dar um “jeitinho”, algo absolutamente imposs¡vel na atual igni‡Æo eletr“nica (CDI). Quando pifa o CDI a £nica alternativa para o motociclista ‚ sentar, chorar e chamar o socorro mecƒnico. Foi o que rolou com o paranaense Marcos Cez rio de Melo, com uma Honda CB 500. “O pior ‚ que a moto era emprestada!”. Essa ‚ uma das poucas panes nas quais nÆo h  o que fazer.

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Comum mesmo ‚ uma pane chamada “Oesque”. Como? Isso mesmo, “o esquecimento”! Tem motociclista que acha, por exemplo, que vela dura a vida inteira. Est  certo que as velas melhoraram muito, assim como toda tecnologia empregada na moto. No tempo de nossos av¢s, uma vela durava bem pouco. Hoje, em motores com inje‡Æo eletr“nica, j  podem rodar at‚ 30.000 km, mas recomenda-se a troca com intervalos menores, por volta de 20.000 km, no caso da Yamaha XT 660. No motor da Yamaha XT/TDM 225 a troca ‚ recomendada a cada 10.000 km e na Honda CG 125 a recomenda‡Æo ‚ a cada 9.000 km. Totalmente alheio a estas informa‡äes, William Duarte, de Piracicaba (SP) ficou parado na estrada com uma TDM 225 por causa da vela queimada. Pior, era reincidente: “a primeira vez foi com uma Honda CBX 200 Strada, agora eu aprendi!”.

Algumas panes el‚tricas sÆo resultado de um desgaste natural ou a montagem descuidada durante a manuten‡Æo.  comum relatos de motociclistas que tiraram o tanque da moto por algum motivo e nÆo observaram a posi‡Æo do chicote el‚trico na hora de recolocar. Depois de algum tempo o fio rompe, ou descasca, e a moto p ra subitamente. Pior ‚ ficar se debatendo em d£vidas at‚ descobrir que o defeito que te deixou a p‚ poderia ser solucionado com uma prosaica fita isolante! O radialista David de Oliveira, de Campinas (SP) teve de empurrar sua CG 125 quase 5 km, por causa de um fio partido, “um daqueles que fica na tampa lateral esquerda”.

Al‚m destes mais comuns, h  relatos curiosos de panes que merecem ser conhecidas. Um deles nÆo ‚ exatamente uma pane, mas pode ter resultados bem mais graves. Alguns motociclistas usam alforjes laterais em motos de uso misto, que nÆo aceitam esse tipo de bolsa. Com o peso da bolsa, a lateral de pl stico encosta no escapamento e… Fogo!!! Bernhard Jordan, de Campinas, (SP) j  derreteu a lateral de sua Honda XLX 350R, bem como a mochila e o que estava dentro. Depois dessa experiˆncia, Bernhard desenvolveu um protetor feito com amianto. Eu mesmo, com uma BMW F 650 fiz a mesma coisa, com o agravante de quase p“r fogo no mato quando joguei minha bolsa flamejante pra longe da moto.  o tipo de situa‡Æo provocada por distra‡Æo ou ingenuidade, pois alforjes nÆo foram feitos para motos que tˆm o escape saindo para cima.

Claro que o motivo que leva mais motociclistas ao acostamento ‚ o furo de pneu! Mesmo aqui pode-se reduzir o riscos respeitando os limites de desgaste e ao manter a calibragem correta. At‚ mesmo para estes casos h  formas de se prevenir, que sÆo os produtos preventivos, chamados comercialmente de selantes.  uma espuma que veda quimicamente o furo depois de retirado o prego.

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Quem escreve o Manual do Propriet rio ‚ uma equipe de profissionais que antes de mais nada ama a moto. Mas ama tanto que quer vˆ-la funcionando sempre bem, como um pai que entrega a filha ao noivo no altar. No manual tem informa‡äes claras e precisas sobre tudo que sua moto precisa para funcionar perfeitamente por anos a fio. Sobretudo uma se‡Æo chamada de “Tabela de Manuten‡Æo”. Nesta tabela tem dados tÆo importantes que deveria ser decorada pelo motociclista! Por exemplo: vocˆ sabia que existe per¡odo de troca do ¢leo das bengalas? Bem como o fluido de freio? Mangueiras de freio e de gasolina devem ser trocadas – em m‚dia – a cada quatro anos. Quanto anos tem sua moto? Aquela trava que vai na porca do eixo em algumas motos, chamada de “cupilha” deve ser trocada toda vez que retira a porca. Aposto como tem gente que reaproveita!  claro que essas recomenda‡äes citadas aqui foram pin‡adas de manuais de motos diferentes, mas certamente vocˆ vai se surpreender com as informa‡äes contidas nos manuais. Mais surpreendente ainda ser  parar na estrada porque nÆo sabia que precisava ajustar a corrente de transmissÆo.