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Apesar de a Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – mostrar que a venda de motocicletas caiu 7% no atacado (fábrica p/ concessionárias) no primeiro trimestre do ano (468.493 em 2012 contra 503.646 em 2011), os números de emplacamentos divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos) mostram pequeno crescimento de 0,89% no trimestre (442.506 em 2012 contra 438.634 em 2011).

Vendas por região: Nordeste praticamente igual ao Sudeste

Vendas por região: Nordeste praticamente igual ao Sudeste

Na análise mensal também há registro de crescimento de vendas (emplacamentos) comparando março/2012 com março 2011: 165.628 contra 160.295, aumento de 3,3%. O dado que preocupa a Abraciclo é o ritmo de venda diária que no primeiro trimestre de 2012 ficou menor que o de 2011: 7.486 motos em 2012 contra 7.844 motos em 2011. Esta diferença de análise entre dados da Abraciclo e Fenabrave é que a Abraciclo analisa apenas os dados das empresas associadas e a Fenabrave inclui todas as empresas que vendem motos no Brasil.

Segundo a Abraciclo, o crescimento moderado na venda ao consumidor poderia ser explicado pelo empenho das marcas em campanhas promocionais e facilidades nas vendas. “A baixa qualidade de vendas, com redução da margem de lucro, evitou uma queda nos emplacamentos no período. Com a restrição ao crédito e o estoque elevado, as redes de concessionárias foram forçadas a recuar os preços e darem descontos”, afirmou o Assessor da Presidência da Abraciclo, Moacyr Alberto Paes.

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Ranking de vendas (Fenabrave) do primeiro trimestre 2012

Ranking de vendas (Fenabrave) do primeiro trimestre 2012

Sobre esta “baixa qualidade de vendas”, Paes explicou que as fábricas em conjunto com as concessionárias reduzem suas margens para poderem oferecer melhores condições aos consumidores. “Mesmo assim, não se pode comemorar nada”, disse Paes, deixando clara a preocupação da entidade dos fabricantes. Indagado sobre a possibilidade de que a queda nas vendas seja também porque o preço da motocicleta fabricada no Brasil é alto demais, o novo diretor-executivo da entidade, José Eduardo Gonçalves informou: “O setor de motocicletas está fora da lista de produtos com incentivo do Governo Federal e a alta carga tributária pode ser uma das responsáveis, além de outros custos das empresas que acabam sendo repassados ao preço final do produto. Mas não se trata de procurarmos culpados pelo segmento estar fora da lista de incentivos. Como entidade, estamos trabalhando em favor do setor com outras ações”, desconversou.

A Abraciclo informou ainda que o Brasil é o quinto maior produtor de motocicletas do planeta, com mais de 2 milhões de unidades por ano e a frota nacional circulante supera os 18 milhões. Ainda assim, o Brasil está bem atrás na relação de habitantes por motocicleta: aproximadamente 11/1  (habitantes por motocicleta). É este número que mostra o espaço que ainda há para o mercado brasileiro de motocicletas crescer, apesar do alto custo de produção por aqui quando comparado com outros países.