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Motonline testou a Honda Pop, uma das mais simples, despojadas, baratas e econômicas motocicletas fabricadas no Brasil. Seu volume de vendas superou 7 mil unidades em agosto e é realizado predominantemente no interior e regiões mais afastadas, onde reina a quase completa falta de meios de transportes coletivos. Assim, testamos a caçulinha da Honda nas mais adversas condições de uso e pelas esburacadas ruas e caminhos da Grande São Paulo. E a Pop passou com louvor na nossa avaliação.

Honda POP, a caçulinha da marca

A pequena Honda se propõe a ser uma moto econômica, simples e com manutenção barata. Todas essas qualidades ela apresenta, embora ao preço atual seria qualificável para outra categoria. Usamos a moto em trechos urbanos, com e sem garupa e observamos que, embora pequena, requer boas habilidades do condutor porque tem o câmbio e embreagem manuais. Além disso, os pequenos freios a tambor pedem ajuda ao bom freio motor e portanto, mais uma habilidade se torna conveniente para reduzir as marchas com precisão e ajudar nas reduções de velocidade.

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A movimentação da pequena Pop nas ruas é muito rápida nas curvas de baixa velocidade e isso trás muita agilidade no trânsito. Colabora com o conforto a dimensão das rodas que rolam por cima da maioria dos buracos e ressaltos presentes nas ruas brasileiras, diferente das scooters de rodas pequenas. A suspensão tem bom amortecimento mas pouco curso e apesar disso, se você levar um garupa mais pesado a suspensão não bate no fundo com facilidade e mantém boa estabilidade em qualquer situação de condução.

O manuseio do guidão fica muito facilitado pela ausência de peso. O farol é afixado no chassi. Sistema de filtragem de ar é super dimensionado para garantir a durabilidade em qualquer situação de uso.

A frente, por ter o farol afixado ao chassi, tem uma leveza impar, facilitando muito a mudança de direção. Essas características a elegem como uma ótima moto, apta para andar em qualquer terreno no Brasil. Desde as áreas mais remotas do nordeste ou da amazônia até os maiores centros urbanos do sudeste. Achamos falta de um equipamento antes muito comum nesse tipo de moto que passou a ser dispensado, por contenção de custos ou pelo fator estético de deixar aparente a corrente da moto. A caixa que antes protegia a transmissão final multiplicava em muito a vida da relação mas hoje não equipa mais a maioria desse tipo de moto, uma pena. O banco é bastante confortável e com a espuma bem macia ainda ajuda a suspensão.

O chassi simples e robusto. O motor é de confiabilidade comprovada

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O chassi é simples e embora seja tubular ele segue a linha do antigo “T bone frame” estampado. O grande tubo que vem do canote da direção é afixado na estrutura do suporte do motor, essa estampada em chapa de aço também dá estrutura para a parte traseira, triangular e feita de tubos para dar suporte à caixa de ar e paralama traseiro. A parte elétrica lembra o padrão da indústria em qualidade dos materiais e montagem perfeita.

No teste da Pop, tivemos a colaboração de um motonliner de Curitiba, o Tex que ajudou na produção das fotos.

Os freios se mostraram o ponto mais vulnerável da Pop 100. A boa compressão do motor auxilia nas freadas mais fortes. E no freio dianteiro, quando exigido ao extremo, a suspensão afunda, parecendo forçar as bengalas num mergulho excessivo, que provoca alguma instabilidade. Talvez coubesse já um freio à disco na dianteira para eliminar riscos. Outro aspecto que chama atenção na caçulinha Honda são as bengalas da suspensão dianteira, fixadas apenas na mesa inferior. Não há estrutura para elas na parte superior do canote da direção como nas motos maiores. Por isso, recomenda-se o uso “civilizado” para não exceder os recursos dos freios e suspensão.

Como se trata de uma motocicleta cuja proposta é ser o transporte individual urbano, quem opta pela Honda Pop 100 resolve muito bem seu problema de mobilidade urbana, para usar uma expressão que está na moda. Transporte de modo seguro pelas vias urbanas, sem sustos e com muita economia. O preço bem próximo de R$ 4.000,00 é adequado e acessível.

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Ficha técnica

Motor

Monocilíndrico OHC Quatro tempos arrefecido a ar

Cilindrada 97,1 cm³
Diâmetro x Curso 50,0 x 49,5mm
Taxa de compressão 8,8:1
Potência máxima 6,17 cv a 7.500 rpm
Torque máximo 0,74 kgf.m a 4.000 rpm
Carburador PB5BK 14mm
Partida pedal
Chassis Mono tubo com motor suspenso estilo “T bone”

Suspensão

Dianteira Garfo telescópico, com 100 mm de curso
Traseira Bichoque, em braço oscilante, 83 mm de curso

Freio

Dianteiro A tambor, com 110 mm de diâmetro
Traseiro A tambor, com 110 mm de diâmetro

Pneu e rodas

Dianteiro 60/100 17M/C33L
Traseiro 80/100 14M/C49L

Dimensões

Alt. X Larg. X Comp. 1.020 mm X 742 mm X 1.819 mm
Distância entre-eixos 1.216 mm
Altura mínima do solo 149 mm
Altura do banco 749 mm
peso seco 85 Kg

Sistema elétrico

Ignição CDI (Ignição por descarga capacitiva)
Bateria 12V – 4Ah
Potência do farol 32W/32W (alto/baixo)

Opções e Preço

Cores disponíveis Branca – Preta – Vermelha – Laranja
Preço ao público sugerido R$ 3.990,00 na tabela de 01/04/2010

Consumo

Trecho Km percorrido Consumo (litro) Km/litro
Uso urbano 127,60 3,18 40,13
Uso urbano 267,00 6,83 39,12
Total/Média 394,80 10,01 39,44

 

Fotos: Claudinei Cordiolli, Bitenca e Ryo Harada.

Obs.: Para facilitar a discussão sobre esse assunto, além da área de comentários abaixo, criamos um tópico no fórum para os motonliners que preferem este formato. Clique aqui para acessar o tópico.

 

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.