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No último dia 4/1 fomos surpreendidos com a notícia de que o eslovaco Ivan Jakes, que compete em equipe própria com uma KTM, teria sido atingido por um raio durante a terceira etapa do Rally Dakar 2017, na região argentina do Salar Centenário. O piloto teria tido convulsões e cegueira temporária, mas conseguiu se recuperar e completar a especial do dia na 15ª colocação.

Ivan Jakes sendo atendido após o término da terceira etapa do Dakar 2017 - reprodução facebook

Ivan Jakes sendo atendido após o término da terceira etapa do Dakar 2017 – reprodução facebook

Após o término da especial o piloto foi encaminhado para um hospital em Jujuy (Argentina), onde foi submetido a exames que determinaram a inexistência de sequelas, o que possibilitou a Ivan continuar na competição e concluir a quarta etapa, no dia seguinte, na 11ª colocação da classificação geral.

A nossa surpresa deveu-se ao fato de que a notícia, como estava estampada nas manchetes de vários sites, contrariava tudo o que aprendemos nas aulas de ciências desde o primeiro grau. Sabe-se que é impossível um veículo equipado com pneus de borracha, parado ou em movimento, ser atingido por um raio. A única chance disso acontecer é se houver algum tipo de aterramento.

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Pesquisando mais sobre o assunto, descobrimos que o piloto estava sentado na sua moto, parada e apoiada no descanso lateral. O fato de Ivan estar sem encostar os pés no chão certamente salvou sua vida pois a descarga elétrica percorreu a estrutura da moto sendo descarregada no solo através do descanso lateral de apoio. O piloto recebeu apenas uma pequena parte da eletricidade. Se estivesse com os pés no chão o desfecho desse incidente poderia ter tido consequências trágicas.

Nasceu de novo

Nas aulas de ciências aprendemos que o raio parte das nuvens em direção à terra através do caminho mais curto. Estando uma pessoa, animal ou árvore em uma região plana (um deserto, praia ou até mesmo um campo de golfe ou futebol), transformam-se involuntariamente em para-raios vivos.

Estando nesta situação (no meio de um deserto ou um salar, por exemplo), procure minimizar os riscos adotando os seguintes procedimentos (retirado de manuais de sobrevivência disponíveis na web):

  • Mova-se para um ponto mais baixo da área onde estiver. Raios são muito mais propensos a atingir objetos em altitudes mais elevadas. Faça o máximo para ficar no nível mais baixo possível;
  • Evite grandes espaços abertos, onde você é mais alto do que qualquer outra coisa ao seu redor. Neste caso deite-se no chão pois é muito melhor sair sujo e molhado, mas vivo, do que seco, mas eletrocutado;
  • Fique longe de árvores ou postes de luz e em hipótese alguma abrigue-se em estruturas metálicas (arquibancadas e coberturas diversas).

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.