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Fotos: Divulgação

O circuito é um dos mais antigos da Europa, era muito longo e com o tempo foi recebendo reformas, a maioria em nome da segurança, e foi encurtando. Ainda é mais longo que a maioria dos ciurcuitos, tendo pouco mais 5400m de extensão, pra se ter uma idéia, Interlagos tem 4200m. O circuito fez parte do calendário da WSBK até 1996, somente retornando ano passado. Na Europa, agora é verão, e Brno é quente, quente e úmido, o que sempre ajuda a tornar as coisas mais difíceis e desgastantes para ambos, pilotos e máquinas, o que quase sempre se transforma em mais emoção para os expectadores.

Como já mencionei, Brno é uma terra de surpresas. A coisa começou a esquentar no warm up, antes da corrida. Um wild card local chamado Marfek Svoboda vinha lentamente na pista, aparentemente com problemas na moto, mas andando dentro do traçado. Em questão de segundos, os pilotos que vinham andando rápido o alcançaram, e para quem vem andando no limite, ter que fazer uma mudança de trajetória em uma curva é uma coisa muito complicada. Resultado: James Toseland que já havia destruído sua moto principal nos treinos classificatórios abalroou o tcheco, e embora tenha permanecido em sua moto, via-se claramente que algo mais sério havia ocorrido. Em questão de minutos a moto estava em chamas. A grande sorte de Toseland é que tem uma ultra super hiper competente equipe de mecânicos que durante a noite de sábado para domingo reconstruíram a moto principal que havia sido acidentada nos treinos da véspera, e ele teria moto para largar.

Calor, combustível e oxigênio, com isso se tem fogo. Junte a isso ânimos exaltados e toda a tensão que antecede a largada e temos mais um incêndio no mesmo dia. Isso mesmo. Dessa vez era a Foggy Petronas de Steeve Martin, no grid, já na hora de sair para a volta de apresentação. Ele felizmente conseguiu montar em sua moto reserva, e saiu para sua volta de apresentação dos boxes, e conseguiu alinhar com os outros pilotos para a largada, que tinha na pole Noriyuki Haga, a frente de James Toseland, Lorenzo Lanzi e Troy Bailyss completando a primeira fila. Logo atrás vinham Troy Corser, que não está tendo seu melhor ano, seguido por Yukio Kagayama, Andrew Pitt e Karl Muggeridge

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Corrida 1 Haga fez uma largada excepcional, mas Toseland conseguiu uma melhor linha e saiu da primeira curva em primeiro, seguido por Haga, Pitt e Bayliss, que se envolveu em um chega pra lá com Regis Laconi e os dois foram pro chão. Com o líder do campeonato fora da primeira batalha, todos queriam se aproveitar da situação, mas o homem do dia foi Yukio Kagayama, que sem respeito nenhum por seus concorrentes veio passando todo mundo para vencer a corrida, com o inglês James Toseland em segundo, e em terceiro Michel Fabrizio que em um show de ultrapassagens em 2 voltas garantiu seu lugar no podium.

Corrida 2 A segunda corrida do dia é sempre mais animada que a primeira. Primeiro porque os pilotos sempre têm mais informações sobre as condições da pista e podem fazer um ajuste melhor nas motos. E Também, porque é a ultima corrida do dia, e muita gente vai para o tudo ou nada. Normalmente na segunda corrida sempre vemos mais tombos e manobras mais arriscadas. E assim foi. Com o líder do campeonato sem pontuar na primeira corrida, e seus competidores tentando se aproveitar da oportunidade a corrida foi das mais emocionantes. Quando as luzes se apagaram vimos mais uma vez Haga largar como um míssil, seguido por Toseland, Bayliss, Corser e Muggeridge, enquanto Kagayama, o vencedor da primeira corrida, teve uma terrível largada, caindo diversas posições. Mas o japonês estava possuído, ou pelo menos foi isso que pareceu. Mais uma vez sem mostrar nenhum respeito pelos seus concorrentes, e muito menos por seu companheiro de equipe, veio lá de trás passando todo mundo e venceu de novo. Com Michel Fabrizio em segundo e Noriuki Haga em terceiro.

Michel Fabrizio, em segundo

Noriuki Haga, em terceiro

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O fim de semana terminou assim. Com Bayliss vendo sua liderança diminuir para 73 pontos, e com Haga (189 pontos) e Toseland (188 pontos) mostrando chances reais de brigar pelo título. Logo atrás deles vem o atual campeão Troy Corser com 178 pontos, ainda na briga, e o nosso Alex Barros com 151 pontos. Por falar em Barros, acho que vocês perceberam que ele não apareceu nas brigas. Ele estava lá. Largou. Mas terminou em 22º e 11º. Nem dá pra comentar muito. A nós, fãs, resta apenas torcer e esperar que na próxima etapa dia 6 de agosto nosso Alex Barros consiga um resultado melhor. Aproveitando a chance, no mesmo dia acontece em interlagos a segunda etapa da Daytona Cup. Pra quem quiser ver uma corrida ao vivo, dê uma passada lá. E torçam por mim, nº 29!

Resultados

Corrida 1

1 JPN Kagayama – 41’27.271

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2 GBR Toseland  – 41’31.171

3 ITA Fabrizio – 41’33.526

4 JPN Haga – 41’33.703

5 AUS Corser – 41’34.734

Corrida 2

1 JPN Kagayama – 41’31.118

2 ITA Fabrizio – 41’33.549

3 JPN Haga – 41’33.597

4 AUS  Corser – 41’33.632

5 GBR Toseland – 41’36.057

Campeonato:

1 AUS Bayliss – 262

2 JPN Haga – 189

3 GBR  Toseland – 188

4 AUS Corser – 173

5 BRA Barros – 151

6 AUS Pitt – 128

7 JPN Kagayama – 106

8 ITA Lanzi – 87

9 ITA Fabrizio – 83

10 ESP Nieto – 81