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BMW é a marca que teve o melhor desempenho no mercado brasileiro de motocicletas nos últimos cinco anos, tanto em vendas quanto em participação

BMW é a marca que teve o melhor desempenho no mercado brasileiro de motocicletas nos últimos cinco anos, tanto em vendas quanto em participação

O mercado de motocicletas no Brasil caiu nos últimos cinco anos, mas a realidade das marcas que por aqui estão não é bem assim. Esse longo período de baixas reflete de forma diferente no desempenho individual de cada uma delas. A começar pela líder em vendas e participação – Honda -, onde o que chama mais a atenção é a manutenção do market-share (participação) pouco acima dos 80%, apesar da venda ter sido de praticamente 500 mil motos a menos em 2015 em relação a 2011.

Com a Yamaha acontece praticamente a mesma coisa. A eterna vice-líder teve queda ainda maior que a Honda (porcentualmente) com grande volume de motocicletas a menos nas suas vendas no período de cinco anos, mas sua participação de mercado variou pouco e permanece próxima dos 12%. Esse “fenômeno” pode ser explicado pela gigantesca participação de ambas – Honda e Yamaha – no mercado brasileiro, que juntas detém uma fatia de quase 92% desse bolo. Nesta condição, a queda nas vendas das duas representa praticamente a queda do mercado brasileiro, o que mantém a participação de cada uma intacta. Aliás, falar de fatia nesse caso é força de expressão, porque a Yamaha sim, tem uma fatia, mas os outros concorrentes ficam com lascas do bolo, enquanto que a Honda…

Ruim mesmo é o desempenho de Dafra e Suzuki, que perderam vendas e participação. Ambas venderam em 2015 menos da metade do que venderam em 2011 e tiveram perdas significativas no market-share. A Suzuki no último ano reagiu um pouco, mas a Dafra ainda não esboçou reação, apesar de ter feito no período importantes mudanças na sua linha de motocicletas para melhor. Já a Kawasaki, que vendeu em 2015 um pouco mais do que a metade do que vendera em 2011, teve uma pequena queda em sua participação no mesmo período e mantém-se próximo do 0,5%, pouco para uma marca que tem vários produtos entre as motos mais desejadas do planeta.

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As marcas que vendem apenas motocicletas “premium” (acima de 500 cc) cresceram vigorosamente no período e parecem ter encontrado um patamar de estabilidade com a crise que tomou conta da economia (e do setor de motos também) em 2015. A BMW quase empatou em vendas com o ano anterior, mas cresceu fortemente em participação. Já a Harley-Davidson e a Triumph tiveram pequena queda no volume no último ano, o que causou pequeno reflexo na participação de mercado de ambas.

Porém, a participação de todas no período analisado cresceu bastante e pode ser muito mais significativo no futuro se todas elas buscarem um pouco de espaço em degraus mais abaixo no mercado, como já anunciou a BMW com a G 310 R e a própria Harley-Davidson, com as Street 500 e Street 750, não anunciadas oficialmente, mas que poderão desembarcar por aqui este ano, segundo especula-se.

Por fim, crescimento real mesmo em volume e participação ficou somente para Shineray e Traxx, que apareceram porque seus volumes de vendas de ciclomotores (cinquentinhas), que não apareciam antes, passaram a figurar nos números de emplacamentos divulgados pelo Detrans de todo o Brasil, engordando os volumes de emplacamentos de ambas nas estatísticas da Fenabrave. Há que se levar em consideração que, como isso passou a acontecer somente em outubro de 2015 por força de resolução do Contran, fica claro que esta canetada trouxe à luz uma realidade que já acontecia nos anos anteriores e, portanto, talvez o crescimento que ora se verifica não reflita a mais absoluta realidade, ao menos em termos históricos e estatísticos.


Clique aqui para ler reportagem completa que mostra o ranking de vendas 2015, quem cresceu, quem perdeu espaço nos últimos cinco anos e qual a distribuição do mercado brasileiro por segmentos. Se quiser saber como foi o desempenho de cada segmento, clique aqui.

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.