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Colaboração de Lucho Canez , de São Paulo(SP)

Que grandes centros comerciais não tem janelas, que suas escadas rolantes para descer e subir rolam longe umas das outras, e que não tem entrada dos fundos ou da frente para que os frequentadores não percam o foco nas compras e circulem de forma mais homogênea nos corredores de lojas, isso tudo eu já sabia. Só não sabia que boa parte dos shoppings mais exclusivos permite o ingresso de motos somente por uma entrada. Isso era novidade pra mim. Como o Shopping Bourbon, em Sampa, que permite motos somente pela Turiassu, por exemplo.

Nem todas as cancelas recebem motocicletas, o que muitas vezes é um transtorno ao motociclista, o que é um transtorno ao motociclista, que precisa procurar a entrada para moto

Nem todas as cancelas recebem motocicletas, o que muitas vezes é um transtorno ao motociclista, que precisa procurar a entrada para moto

Há uns dois anos, cheguei pela primeira vez de moto no Shopping Iguatemi de Brasília, pela primeira entrada de estacionamento de quem dobra à direita vindo da avenida principal do Lago Norte, sentido final do lago-ponte. Como falei, não é a entrada principal ou a da frente, mas é a que melhor dá acesso à porta que chega direto às lojas Louis Vuitton e Ermenegildo Zegna e a toda a área mais grife daquele shopping. Para mim, era só a entrada mais perto.

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Ao chegar na cancela, apertei o botão e nada. Apertei de novo e nada de novo. Chamei o vigilante que estava por ali e perguntei o que estava acontecendo. Me respondeu que a entrada de motos somente era permitida pela outra cancela, dando a volta no shopping.
Fiquei p…, fiquei p…, fiquei p…, fiquei p…! Ainda mais que por ali existia um painel informativo com os preços do estacionamento que não diferenciava automóveis de motocicletas, mesmo que as últimas ocupem muito menos espaço que os primeiros.

Mas mesmo antes de racionalizar o assunto, meu ímpeto aquariano já desligara a moto, deixara-a parada na frente da cancela atrapalhando o tráfego e me empurrara, capacete em mãos, para dentro do shopping direto para a sala da administração. Admito que me surpreendi com a celeridade com que fui atendido. Entre entrar, explicar e sentar em uma confortável sala com café e água, na frente do responsável pela segurança do shopping, não demorou muito mais que cinco minutos.

Depois de explicar o ocorrido e argumentar sobre o absurdo que era discriminar motoqueiros/motociclistas (que para mim não tem nenhuma diferença), explanar sobre as práticas deste tipo de comércio, tendo citado que ouvira falar de um shopping em São Paulo que era praticamente impossível entrar a pé no estabelecimento, dar uns pitis sobre o quão indesejáveis deveriam ser para eles, os motoboys desfilando pelos corredores e reclamar sobre a igualdade de preços do estacionamento de uma Land Rover e uma Honda Bizz, ele pediu licença, saiu da sala e retornou dizendo que falara com o rapaz da vigilância, que confirmara a minha história.

Entrada exclusiva

Entrada exclusiva

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Pressenti que confirmara também que minha moto não era uma Fanzinha e que, pelo meu vocabulário, poderia supor que estava diante de alguém, pelo menos, tributável, o que deve ter contribuído, creio, para que eu tenha sido escutado com muita atenção.
O resultado não foi dos piores, também para a minha surpresa. Fui instruído a preencher um formulário com as reclamações enquanto que me explicava que o fato da entrada única para motos seria analisada pela administração local do empresa do shopping. Quanto a questão do preço do estacionamento era um política decidida pela direção geral da empresa e que, dificilmente, seria reformulada, diante do que respondi que assim me sentia à vontade para procurar ou o PROCON ou o Judiciário, pois via uma possível análise positiva acerca da minha reclamação, o que, confesso, nunca fiz.

Saí de lá com a promessa de que eles iriam me contatar para dar alguma satisfação e com a resolução, explicitada, de que eu não iria retirar a moto da entrada do estacionamento até que eu terminasse minhas compras no estabelecimento e, só não aproveitei o cinema e o cuidado que seria dispensado gratuitamente a minha moto, porque não estavam reprisando Easy Rider. Sou obrigado a dizer que no dia seguinte tinham liberado todas as entradas de estacionamento para motos e que, há uns 2 meses atrás, continuava liberado.