Publicidade

Pois é, meus amigos… Eu também não pensava que um dia fosse ouvir em bom e alto som essa frase… Há uns 20 dias atrás assaltaram meu marido, na porta de casa, quando ele voltava do encontro de motociclistas do Ibira Moto Point (Ibirapuera – São Paulo), às nove e meia da noite. Três camaradas, montados em duas motos (uma Falcon azul e uma Tornado vermelha), apontaram duas armas para ele, quando ia subir na moto para entrar na garagem de casa, na Zona Norte.

Não pense que a rua estava deserta. Moro próximo a uma padaria, tinha gente na rua, mas e daí? Alguma coisa intimida esse povo?

E então sobe as escadas meu moço, gritando em alto e bom som: “Roubaram minha moto!” O que ocorre depois é o básico: liga para a polícia, vai a delegacia fazer ocorrência… Mas o que quero abordar aqui não é o básico e sim o que vem pela frente e o que está por trás… A moto dele? Uma Hornet 600, Ano 2006, Preta. Linda, como só um apaixonado por moto sabe deixar…

Seguro? Não… Nesse país é tão comum o roubo de motos, que as seguradoras inviabilizam que se contrate seguro. Com o que se paga de seguro em um ano se dá entrada em outra moto… Localizador via satélite? Não… Até teve um tempo, mas roubava bateria e inviabilizava a moto…

Publicidade

Provavelmente perda total. Provavelmente, porque ainda acredito em milagres… O problema meus amigos, não é só a perda financeira. É a perda afetiva. Porque para algumas pessoas a moto é como se fosse um ente querido. É o caso do meu moço… Tem sido uma barra. Depois do susto, veio a raiva, a desesperança… Por todo lugar que se passa, cada ronco de moto parecida que se ouve, os olhos se dirigem no sentido de encontrá-la… Cada moto que encontro fico olhando modelo, placa… Ele, então, não precisa nem falar! Fica andando nas imediações vendo se a encontra…

Às vezes o pego chateado alegando que nunca mais conseguirá uma moto como aquela. Tento fazê-lo ver que para Deus nada é impossível e creio mesmo nisso. Que se essa moto não voltar, Deus pode dar até coisa muito melhor para ele…

Mas o que fico pensando é o motivo que leva esses cidadãos a fazerem roubo de motos. Provavelmente é o de desmontarem as mesmas a fim de receberem alguns trocados. Não para trazerem algo de significante para suas vidas, mas sim morte e destruição, como por exemplo, drogas, uma vida de prostituição, até serem consumidos pela própria marginalidade…

Mas uma coisa é certa! Existe um mercado! Alguém compra: moto roubada, peças roubadas… E essas pessoas que compram se sentem “menos bandidas” porque não usam as suas mãos para empunhar uma arma e abordar às vezes um pobre coitado que usa a sua moto para o sustento da família…

Publicidade

Parece que os dez mandamentos deveriam na verdade ser acrescidos de mais alguns: Não comprarás peças roubadas, não comprarás CDs piratas, não desejarás levar vantagem sobre o seu próximo (a famosa Lei de Gerson), etc. e etc.

Mas olha só o que está escrito na carta de São Paulo aos Romanos, capítulo 13, versículo 9: “E se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Daí fazermos uma reflexão sobre todos os nossos atos que possam prejudicar pessoas… Nada fica impune no mundo espiritual…

Tenho observado muitos motociclistas que colocam abaixo de sua identificação nos sites de moto “Eu não patrocino o crime, não compro peças roubadas!”. Tai! Sempre admirei esse pessoal!

Isso tem que ser disseminado mesmo, porque do jeito que a coisa vai, qualquer dia desses quem compra peças roubadas TAMBÉM terá a sua moto roubada e aí vai ver “o que é bom para tosse”… Com um agravante: Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão!

Publicidade

E tenho dito!