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Consultor da ONG Alerta, Walter Kauffmann Neto

Consultor da ONG Alerta, Walter Kauffmann Neto

Slides com fotos mostrando o descaso das vias nas grandes e pequenas cidades. Foi assim que o consultor da ONG Alerta, Walter Kauffmann Neto, quis chamar a atenção para a situação crítica da manutenção da infraestrutura viária brasileira no II Workshop Abraciclo – Especial Segurança, realizado na última sexta-feira, 20 de maio, na Amcham (Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos).

“O poder público precisa parar de culpar apenas o condutor, seu mau comportamento, e agir também nas políticas de trânsito, criando vias mais seguras. Inclusive, cabe também aos órgãos de trânsito federal, estadual e municipal a questão comportamental dos motociclistas, como formação e reciclagem”, afirma Kauffmann.

Estruturas Viárias: Perigo Constante

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O consultor da ONG Alerta aponta que 95% dos acidentes são resultados de fatores humanos. Dentre este universo, os fatores viário-ambientais influenciariam 28% dos casos – aproximadamente uma em cada três ocorrências.

Entre as armadilhas que encontramos diariamente nas ruas, Kauffmann destaca postes construídos muito próximos das vias; árvores plantadas nas ilhas entre avenidas, criando obstáculos caso haja um acidente; falta de planejamento, como avenidas que desembocam na mesma rua e no mesmo sentido, parada de ônibus em cima de pontes ou em curvas, rotatórias gigantescas, taxas (chamadas de ‘tartarugas’) e objetos que avançam às vias; defeitos das pistas, como buracos, restos de concreto, desnível das faixas, bueiros quebrados; tintas sem aderência correta, se transformando em verdadeiros ‘sabões’ em caso de chuva; e atenção especial para grades e guard-rails, que podem causar acidentes graves aos motociclistas em caso de quedas.

As soluções, segundo Kauffmann, são simples: postes aterrados (fiação subterrânea); retirada das taxas, que já são proibidas devido ao seu risco para os motociclistas e ciclistas; grades constantes ou feitas de plástico, evitando a saída de objetos cortantes, em caso de defeitos; guard-rails com saia inferior para impedir que os motociclistas, ao caírem, atinjam as barras de ferro verticais que sustentam os objetos; e tintas com maior rugosidade, evitando o deslizamento em caso de chuva.

“O que é necessário? Educação, fiscalização e punição. O motociclista é visto como culpado, mas ele não é o único vilão. As guias são mal formuladas. A estrutura viária não é pensada para os condutores de motocicletas. Os defeitos nas pistas podem ser fatais. A manutenção constante das vias é o primeiro passo para evitar mais acidentes”, conclui Kauffmann.

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