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A manchete de jornal que queremos ler: Polícia prende suspeitos de receptação de motos em SP. Muito bom, parabéns à Policia. Mas será que ficaremos tranqüilos?

O roubo de motos tem basicamente cinco motivos:

1 – o mercado de peças usadas

2 – o mercado de armas 3 – o mercado das drogas

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4 – o mercado de Seguros

5 – a falta de Segurança Pública

Temos, principalmente na Cidade de São Paulo, um alto índice de roubos de motos, alguns seguidos de morte, como foi o caso recente de um engenheiro que ao tentar fugir dos bandidos, chocou-se com um veículo e morreu. Mas isso pode acontecer em Campinas, Hortolândia, Rio de Janeiro, Mato Grosso, em outras cidades, é só ler as noticias.

Agora, vamos à manchete que não queremos ler: “Seguro representa até 46% do valor de moto zero-quilômetro”.

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Motocicleta e seguro são duas palavras que não andam juntas. As seguradoras fogem desses veículos porque são fáceis de roubar e de desmanchar. Além disso, sofrem sérios estragos quando se envolvem em acidentes. Quem paga por isso é o motociclista, que fica sem a proteção de sua moto.

A maioria das seguradoras desistiu de proteger motos pequenas. As populares só obtêm seguro quando fazem parte da frota de uma empresa. Mesmo assim, o seguro pode custar até 48% de seu valor. Modelos como a Honda CG 150 Titan, a moto mais vendida no Brasil, tem a proteção recusada.

Uma alegação ouvida em quase todas as conversas com corretores de seguros é que o seguro de moto é caro pelo alto risco de roubo, furto e colisão. As motos esportivas são as com o maior índice de sinistro. As “customs” são menos visadas e, por isso, têm o seguro mais barato.

Em paralelo, há uma indústria da fraude – cerca de um terço dos sinistros, de acordo com os cálculos das seguradoras, são provenientes de fraude.

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Foi difícil fazer um exercício para estipular o preço do prêmio de algumas motos. É surpreendente a quantidade de itens a ser respondido na hora de pesquisar o preço do Seguro. As características da moto, nome do proprietário, CPF, RG, endereço, CEP, estado civil, nível de estudo, se trabalha ou estuda, profissão, renda, salarial, se a moto dorme coberta, usa para trabalho ou lazer, se outra pessoa dirige, se tem rastreador, enfim, é necessário responder um questionário com muitas perguntas, através das quais a seguradora chegará ao perfil correto do usuário.

Junto com a Kalassa Corretora de Seguros, de São Paulo, optamos pela Porto Seguro, e temos o seguinte quadro: – Honda CBX 250 Twister, a mais vendida das “street” de 250 cm3 de cilindrada, o prêmio é de R$ 2.134,12; – Yamaha XT 660R, a apólice sai por R$ 9.185,18; – Harley Davidson Softail, o prêmio é de R$ 1.963,93; – Honda CG 150 Titan, o prêmio é de R$ 1.643,55.

Como é possível verificar, há uma disparidade entre o prêmio de uma Harley Davidson e uma XT600. No entanto, a novidade é que os preços podem ser um pouco mais reduzidos, caso o comprador opte por um bloqueador ou rastreador.

As companhias de seguro não dispõem de números nacionais consolidados de roubos e acidentes. Segundo estimativa do mercado de Seguros, Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas concentram mais da metade dos casos. Nas demais cidades, os números são pulverizados.

Agora vamos à outro exercício: você paga aproximadamente R$ 24.500,00 numa Yamaha XT 600, tem um Seguro de R$ 9.185,18 com uma franquia de R$ 3.724,00. Se você pagar três anos seguidos o mesmo valor do prêmio, terá “comprado” pela segunda vez a sua moto!

Claro, aqui vamos às suposições: é cruel você comprar a moto e tê-la roubada. Ao mesmo tempo, é cruel você suar para pagar as prestações e ainda ter que fazer seguro todo ano, “jogando pela janela” um dinheiro que você poderia aplicar em outras coisas, viajar, aproveitar.

Assim, a questão da falta de Segurança Publica, o mercado de peças usadas, as drogas, as armas e os bandidos soltos por aí colocam você na parede: faço seguro ou não faço?

Essa dolorida decisão cabe exclusivamente a você!