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Simulador Ferrari Fórmula 1

Simuladores não são novidade, sendo usados na aviação há quase incontáveis décadas. Para automóveis, existem há quase tanto tempo quanto. Para carros de corridas existem há bem menos tempo, mas ainda assim não são absoluta novidade.

A Ferrari tem um novinho, que por suas características de sensação de realidade e potência de simulação é um novo marco na tecnologia. A razão mais próxima de sua existência são as regras que limitam os testes no mundo real – mas há várias outras visando um futuro de aquisição de dados extremamente importantes.

O novo simulador usa dez computadores em rede, tem 60 GB de RAM, um sistema de cinco gigantescas telas tridimensionais, um sistema de som Dolby de 3.500 watts, pesa mais de 200 toneladas e consome até 130 kW de força elétrica. A instalação exigiu mais de 10 km de cabos.

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Mesmo assim, Marco Fainello, chefe de Desempenho Veicular e projetista do simulador, diz que “Nenhum simulador pode reproduzir a sensação real que um piloto experimenta num carro de Fórmula 1: a sensibilidade de pilotos como os de Fórmula 1 é alta demais para se ter a impressão de estar num carro real. Mesmo assim, os simuladores podem reproduzir algumas sensações (visuais, de força, movimento, vibração, ruído), que em alguns casos são idênticos, em outros semelhantes e em ainda outros são diferentes mas próximas o suficiente das reais.

“É possível pilotar um modelo de veículo virtual e experimentar sensações que podem ser referenciadas às de um veículo real. Com a ajuda de um piloto suficientemente experimentado e de engenheiros para analisar os resultados, um simulador pode produzir dados que sejam úteis ao desenvolvimento do carro e indicar como o piloto interage com a agilidade e os controles do veículo.

“Todos esses elementos se reúnem, com a vantagem de se poder fazer testes em total segurança, reduzindo os custos de logística e de equipamento, economizando tempo e se livrando dos problemas atmosféricos, que podem ser reproduzidos como e quando desejados. Finalmente, e com resultados semelhantes, o simulador reduz o efeito no meio-ambiente comparado com um teste real, utilizando muito menos energia que se os mesmos testes fossem realizados na pista.”

O centro do simulador da Ferrari é um cockpit de um Ferrari F1 2010, o equipamento que produz as imagens e os sons, tudo dentro de uma estrutura em alumínio e compósitos. Esta plataforma mede 8 m de comprimento por 8 m de largura e 6 m de altura, pesa cerca de duas toneladas e possui atuadores hidráulicos eletronicamente controlados, cada um deles com meia tonelada de peso. A base da estrutura pesa 200 toneladas e o prédio em que está contido é de dois andares, com cerca de 180 m² de área – incluindo nisso a sala de controle. O piloto fica em frente a cinco enormes telas de vídeo, que lhe dá um ângulo de visão de mais de 180 graus.

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Stefano Domenicalli, chefe da equipe Ferrari de Fórmula 1, diz que “O término deste projeto significa que poderemos enfrentar com total confiança os desafios da Fórmula 1 atual, ao mesmo tempo em que colocamos nossa marca à frente em termos desta tecnologia. Estou satisfeito que um projeto tão complexo como este, iniciado há cerca de dois anos, tenha sido terminado dentro do prazo, graças aos esforços de todos que nele trabalharam.”

A Ferrari crê que na Fórmula 1 do futuro, o emprego de técnicas de simulação serão cada vez mais importantes.
José Luiz Vieira, Diretor, engenheiro automotivo e jornalista. Foi editor do caderno de veículos do jornal O Estado de S. Paulo; dirigiu durante oito anos a revista Motor3, atuou como consultor de empresas como a Translor e Scania. É editor do site: www.techtalk.com.br e www.classiccars.com.br; diretor de redação da revista Carga & Transporte.