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Quantos de nós acreditamos que o mercado brasileiro seria invadido por motos chinesas pequenas e baratas? Quantos de nós chegamos até a arriscar uma previsão sobre a dramática queda nos preços das motos de marcas que já estavam aqui “explorando” o pobre do consumidor brasileiro?

Suzuki motocicleta com preço de motoneta

Suzuki GS 120 – uma motocicleta com preço de motoneta

Pois é, essa onda chinesa veio e já foi embora, a invasão não aconteceu e os preços não caíram dramaticamente. Mas houve uma mudança sim, e muito importante, que recoloca o mercado brasileiro numa rota mais segura e sustentável de crescimento. Além disso, amadureceram o consumidor, a indústria e toda cadeia de suprimentos e serviços que circula no segmento de motocicletas do Brasil.

Você não deve estar entendendo porque esta análise está aqui num texto que avalia a Suzuki GS 120. Simplesmente porque esta moto, junto com a Honda Pop, representam a resposta da indústria brasileira a esta ameaça não concretizada. Afinal, quando muitos apostaram que as motinhos chinesas de 125 e 150 cc com preços entre 4 e 5 mil Reais iriam cair no gosto do consumidor brasileiro e inundar as ruas blablablabla… nada disso!

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Compacta e leve, a GS 120 é fácil de pilotar em qualquer condição urbana

Compacta e leve, a GS 120 é fácil de pilotar em qualquer condição urbana

De todas aquelas marcas que chegaram, só sobraram Shineray e Traxx. Dafra e Kasinski, que também basearam suas operações em parcerias com grande fabricantes asiáticos (não japoneses) montaram operações mais abrangentes e alcançaram espaços “maiores” no mercado, apesar dos problemas pelos quais ora passa a Kasinski. Se há outras marcas, são absolutamente inexpressivas para o mercado.

Mas a Suzuki (leia-se J. Toledo da Amazônia) chegou exatamente com sua despojada GS 120 no momento em que aquela onda já havia acabado e o mercado deu mostras claras do seu amadurecimento. Basta olhar o Salão Duas Rodas que aconteceu no começo de outubro e verificar que a única pequena moto nova mostrada foi a Dafra Super 50. E mesmo assim foi uma reestilização.

Qual leitura você faz desse fato? Que o mercado de motinhos pequenas acabou? Não! No amplo segmento de entrada – até 125 cc – ainda há muito espaço para crescer, sobretudo pela carência de um sistema de transporte urbano decente na maioria das cidades brasileiras. Mas o consumidor não aceita qualquer moto só porque custa pouco. Ele exige qualidade, assistência técnica e peças de reposição. E esse é o amadurecimento de todo o segmento.

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Motor de 8,3 cv empurra bem mesmo em subidas

Motor de 8,3 cv empurra bem mesmo em subidas

A Suzuki enxergou isso e coloca a sua moto de entrada – GS 120 – que tem o objetivo de ser um produto utilitário e ter grande volume de vendas, o que a Yes 125 e as GSR 150 não conseguem, sobretudo nos mercados do Nordeste do Brasil e nas cidades menores do interior. Esta inédita GS120 chegou em maio ao preço de R$3.990,00, com um conjunto básico – motor de 113 cc carburado, partida a pedal e freios a tambor – e se coloca no vácuo da Honda Pop, vendida a R$ 4.190,00, mas com vantagens, pois parece moto e não motoneta.

A GS 120 conta com rodas raiadas e o câmbio é manual rotativo de quatro velocidades, do tipo sequencial, igual aos modelos do estilo cub, como Honda Biz e Yamaha Crypton. Demora um pouco para acostumar com o sistema de engate com a ponta do pé e calcanhar, mas nada muito difícil. Facilita muito este trabalho o painel que mostra as marchas engatadas.

Muitas cores disponíveis

Muitas cores disponíveis

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Seu comprimento total é de 1.900 mm, a largura de 750 mm e o entre-eixos de 1.215 mm, altura do assento de 766 mm e tanque de combustível com 9,2 litros. Com essas dimensões diminutas, a GS120 pesa apenas 107 kg em ordem de marcha, com fluídos e combustível, o que acaba sendo uma grande facilidade para motociclistas iniciantes. Para atender às regras de emissões de poluentes do Brasil, o motor de 8,43 cv e 0,88 kgfm de torque conta com catalisador no escapamento. Com estas características, não espere grande desempenho da GS 120, pois ela foi feita para uso urbano e só. Não se aventure em estradas com ela (qualquer estrada) porque a GS 120 chega rápido até os 80 km/h no velocímetro, mas logo chega o limite que traz junto o perigo das estradas e rodovias de trânsito um pouco mais rápido.

Pedal de marchas para troca com a ponta do pé e com o calcanhar; painel com o charme do indicador de marchas; suspensão traseira com ajuste de pré-carga na mola; e motor silencioso e quase sem vibração

Pedal de marchas para troca com a ponta do pé e com o calcanhar; painel com o charme do indicador de marchas; suspensão traseira com ajuste de pré-carga na mola; e motor silencioso e quase sem vibração

Um destaque muito especial da GS 120 é o consumo de combustível, que na média fez 39,4 km/l, uma marca muito boa. Claro que o uso normal, sem abusar do acelerador, propicia esta marca. Mas se andar o tempo com toda aceleração para tirar dela o máximo, o consumo sobe muito. Colaborou para esta boa média de consumo longos trechos urbanos em avenidas expressas, onde a velocidade não passou dos 70 km/h. Mais uma boa surpresa na GS 120 é a quase inexistente vibração, mesmo em rotações mais altas, e o ruído do motor bem reduzido.

Numa moto onde tudo á básico e convencional, as suspensões não poderiam ser diferentes do garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores na traseira com ajuste na pré-carga das molas. O quadro em tubos de aço tem berço simples e as duas rodas são de 17 polegadas e dão boa estabilidade e controle ao veículo. A moto traz alguns “luxos”, como o aro cromado do farol, o bom e útil bagageiro, o protetor do escapamento, os contra-pesos nas extremidades do guidão, tudo isso cromado. O painel é bonito e em desenho moderno. Traz uma série de luzes-espia, o marcador das marchas, hodômetro total/parcial e falta um marcador de combustível. Mas nos comandos ela compensa com outros mimos, como lampejador de farol alto.

Cromados dão um certo luxo para a GS 120: aro do farol, contra-pesos do guidão, proteção do escapamento e o bagageiro

Cromados dão um certo luxo para a GS 120: aro do farol, contra-pesos do guidão, proteção do escapamento e o bagageiro

O banco tem desenho simples, boa altura para pessoas mais baixas e é macio, mas não se permita muitas horas de condução constante. Seu baixo peso (107 kg) e as dimensões diminutas permitem fácil controle e a GS 120 manobra com agilidade entre os carros e traz equipamentos que facilitam a vida do piloto. O cavalete central é um deles, muito útil na hora de estacionar e fazer a manutenção preventiva, como verificar a folga da corrente ou regular o freio traseiro, sempre necessário por serem a tambor. Aliás, cuidado com eles pois são de eficiência limitada e exigem mais distância em frenagens de emergência.

A geometria calma para essa dimensão de moto, com 27° de ângulo de rake e 80mm de trail, a verdade é que o comportamento dela nas condições normais de uso é bom, com boa previsibilidade de comportamento, o que gera boa confiança. Mas ela tem construção econômica e por isso não permite exageros. Junto com a suspensão o chassi apresenta limites, e uma tocada muito esportiva não é aconselhada pois a GS 120 passou longe da fila da esportividade. A GS 120 está disponível nas cores vermelho, azul, preta, cinza e branca.

Irmã chinesa

GD 110: mesma base

GD 110: mesma base

Dentre os modelos vendidos pela Suzuki ao redor do planeta, a GD 110 – veja foto ao lado –  vendida e fabricada na China, em parceria com a Haojue, é o modelo que mais se assemelha à GS120. Os visuais de ambas motos são muito similares e as duas compartilham diversos dados de sua ficha técnica – o painel de ambas é idêntico.

No entanto, a GD110 tem opção com rodas de liga-leve. Além disso, o modelo comercializado em território chinês e Paquistão pode trazer partida elétrica no conjunto, dispositivo não presente na GS 120. Outra diferença da GD 110 é que esta tem uma carenagem protegendo a corrente e outra uma versão com carenagem no farol dianteiro.

 

GS120 - Ficha Técnica

GS120 – Ficha Técnica

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