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O impacto da Lei Seca sobre a violência no trânsito caiu. Balanço divulgado, recentemente, pela Polícia Rodoviária Federal mostra que a queda nos índices de acidentes com mortes, em setembro, foi menor do que a registrada nos meses anteriores.

No primeiro bimestre de implementação, por exemplo, essa redução foi de 13,6%, em comparação com o mesmo período de 2007. Quando se analisa os três meses da Lei, porém, a redução foi menos animadora, caindo para apenas 8%.

É um dado interessante e que nos faz refletir: afinal, a implantação de tecnologias adequadas não seria mais eficaz do que o simples rigor da Lei? No México, por exemplo, onde o limite é de oito decigramas de álcool por litro, o governo implantou uma carteira de habilitação eletrônica. Ela contém um chip com microprocessador que armazena de forma segura as informações do motorista e suas características biométricas, como impressão digital e fotografia, protegendo o motorista do roubo de identidade. Tal chip tem também a capacidade de armazenar grandes volumes de dados, como histórico de multas e autuações do motorista, como, por exemplo, quantas vezes ele foi parado por ter bebido acima do permitido.

Essa medida vem alcançando ótimos resultados no trânsito mexicano. Só no Estado de Nuevo León, por exemplo, o Controle Veicular do Estado de Nuevo Léon registrou redução mais significativa de acidentes por embriaguez. Comparando o período de janeiro a agosto de 2007 com o mesmo período de 2008, ela foi de 30%.

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Como os pontos são armazenados diretamente nas carteiras, os motoristas estão mais cuidadosos, pois se alcançam 12 pontos, o documento é imediatamente apreendido e o infrator fica sem poder dirigir por três anos. Além disso, as informações armazenadas no chip sobre o comportamento do motorista poderão ser usadas por companhias de seguro na hora de fazer o cálculo de prêmios, fazendo com que o seguro saia mais caro para motoristas imprudentes e mais barato para os conscientes.

Ainda é cedo pensar que o Brasil vai adotar tecnologia semelhante à do México. Mas, uma coisa é certa: o país ruma para oferecer cada vez mais segurança à população, com a adoção de carteiras eletrônicas de identidade em 2009. Conforme anunciado pelo governo federal, ela terá alguns itens de segurança – marca d’água e a forma com a qual os dados serão inscritos no cartão – e armazenará em um chip todas as informações pessoais, como o número do CPF e o título de eleitor, além da impressão digital e fotografia.

A expectativa do governo é que, em nove anos, todos os brasileiros tenham um novo registro para acabar com problemas de homônimos e, principalmente, para se evitar fraudes. É a tecnologia a serviço do cidadão, tornando a sociedade mais consciente e segura.

(*) Arnaud Laurans é vice-presidente para o segmento de Governo da Gemalto na América Latina.

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