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Na primeira metade do século passado, automóveis que voavam e aeronaves que podiam andar pelas estradas já existiam, seus criadores querendo juntar as vantagens dos dois num só veículo. Claro que para voar os carros tinham de ter asas, e para andar como automóveis tinham de deixá-las para trás.

Essas criações acabaram como curiosidades nos livros aeronáuticos e automotivos, geralmente dizendo que as coisas não deram muito certo, frequentemente com uma nota de fim de página lamentando o passamento do piloto/motorista. Afinal, naquele tempo havia muita coragem e pouquíssimo conhecimento técnico.

Agora, no Século XXI, talvez aquele sonho venha a se tornar realidade. A Terrafugia, Inc., anunciou seis anos atrás sua intenção de desenvolver um ‘aeroplano rodoviário’, chamado de Transition – e este, ontem, completou a primeira fase de testes de vôo no aeroporto internacional de Plattisburgh, no norte do estado de Nova York.

O Terrafugia Transition é classificado como aeronave leve de esporte e também como veículo automotivo que passou pelos padrões da National Highway Traffic Safety Administration, administração nacional de segurança de tráfego rodoviário. Para poder andar como automóvel, suas asas são rebatíveis para os lados da carroçaria.

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A FAA, autoridade federal de aviação dos Estados Unidos, define uma aeronave leve de esporte como veículo de asas fixas com lugar máximo para duas pessoas, peso máximo de decolagem de 600 kg, velocidade máxima em vôo nivelado de 222 km/h, velocidade de estol de 82 km/h, monomotor e de cabine não pressurizada – bem entre a classificação de ultraleves (115 kg, 101 km/h) e leves.

O Transition na realidade tem um peso máximo de decolagem de 650 kg, esta exceção tendo sido dada para que pudesse incorporar características de segurança automotiva atualizadas indisponíveis em aeronaves leves.
Os testes de Fase 1 de uma aeronave esportiva nos Estados Unidos envolvem cheque de desempenho e características de manobrabilidade nas variações de velocidade, peso, centro de gravidade, altitude, níveis de potência, estabilidade, avaliação de refrigeração e otimização de ajuste de hélice em várias condições de vôo.

Cinco outras fases de vôo visam dupla certificação do Transition como aeronave esportiva leve e como veículo rodoviário, ainda no nosso atual inverno. Os testes de estrada incluem checar todo o trem de força, otimizar a suspensão, a estabilidade e a frenagem.
O primeiro Transition de produção deve ser entregue ao comprador no fim deste ano. O preço inicialmente previsto, cinco anos atrás, era de US$ 148 mil, mas hoje é de US$ 279 mil.