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Texto de Marlon César, Osvaldo Cruz(SP)

O Motonliner Marlon César resolveu fazer um teste na moto de um amigo, uma Suzuki Gladius 650. Ele escreveu e compartilha com os seguidores do Motonline. Se você também quer dar a sua opinião sobre a Suzuki Gladius ou mesmo publicar a sua própria avaliação sobre esta ou sobre outra moto, vá na Comunidade Motonline e compartilhe com outros motonliners.

A moto é de um amigo aqui de Osvaldo Cruz (SP) e meses atrás resolvi experimentá-la e escrever minhas impressões sobre esta pequena gladiadora. Logo de cara, o quadro da moto em treliça chama a atenção, principalmente nesta cor vermelha. Ao subir na moto noto o quanto ela é baixa. Perfeita para pessoas de estatura mediana, pois eu consigo facilmente apoiar os dois pés no chão inteiramente. Estreita, dá uma impressão de moto ágil e pronta para encarar qualquer batalha dentro da cidade, seja durante a madrugada ou o percurso matinal para ir ao trabalho.

 

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Marlon e a Gladius: avaliação da moto do amigo em duas ocasiões

Marlon e a Gladius: avaliação da moto do amigo em duas ocasiões

Realmente, a Suzuki cumpre com sua função. As dimensões da moto são compactas, nem demonstram se tratar de uma 650. A escolha pelo motor V2 a 90º torna a moto bem arisca e fina, tão fina quanto uma monocilíndrica de mesma cilindrada, como a descontinuada MT 03. Além desse motor, configuração pouco usada por uma fabricante japonesa para equipar um modelo naked, ela guarda outras surpresas.

Na beira da estrada: uma naked média com porte de moto menor

Na beira da estrada: uma naked média com porte de moto menor

Seu quadro é de aço, em treliça, chama a atenção e faz muitos confundirem com as italianas Ducati. De fato, a semelhança com a fabricante italiana vai do motor ao quadro e em design lembra outra receita de naked que é um sucesso, MV Agusta Brutale, como
podemos notar no farol em forma de escudo e os escapamentos duplos.

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Na cidade

No ambiente urbano, seu funcionamento é exemplar. O banco baixo facilita as manobras, a posição é bem relaxada com o tronco levemente adiantado e pedaleiras um pouco recuadas. Ela dá uma boa sensação de controle e faz os leigos pensarem que se trata de uma moto menor. Para quem está acostumado com motos menores de até 125 ou 250 cc, podem estranhar o peso da direção e o pouco ângulo de esterço. Isso dificulta as manobras em baixa velocidade, ainda que esteja longe de se parecer uma esportiva nessa questão. Mas não se engane com o tamanho e a tranquilidade da moto porque essa pequena está sempre disposta a surpreender.

Virar o punho direito em marchas mais baixas faz o motor encher com velocidade e a aceleração crescer. Um pouco de ímpeto no acelerador e nas trocas de marcha pode fazer a frente levantar em 1ª e 2ª, com o torque do V-Twin disponível cedo. Ela acelera muito quando exigida, mas nada brutal. Ao contrário, bem controlável. Na hora de desacelerar os freios funcionam bem. Discos duplos dianteiros flutuantes e pinças de 2 pistões são fortes e progressivos. Apenas em casos extremos perdem um pouco de eficiência, mas no uso urbano se mostraram ótimos, chegando a travar a roda traseira durante uma leve situação de risco. É preciso cuidado no acionamento já que falta a opção do ABS.

As suspensões se mostraram eficientes, um pouco rígidas, mas com ótimo curso. Em pisos de ótimo pavimento são irrepreensíveis, mas nas esburacadas ruas que encontramos no Brasil sofrem com a falta de progressividade. Mas isso não é realmente um problema da moto, mas sim da administração publica que permite esses acontecimentos, até colocando em risco outros motociclistas. O amortecedor traseiro conta com regulagem na pré-carga da mola, força de retorno e compressão. A suspensão dianteira telescópica hidráulica convencional conta apenas com ajuste de pré-carga da mola.

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Na estrada

Nas estradas a moto vai bem. Andando na velocidade permitida de 120 km/h, o vento não é tão incomodo e o motor mostra suavidade, sem tanta vibração como é característico dos motores em V. Em trechos sinuosos a moto se sente a vontade e no meu teste por um trecho de 15 km e varias curvas de alta e baixa, o chassi manteve sua característica neutra e a moto ficou firme em sua trajetória. Grande parte disso vai para os ótimos pneus Dunlop SportMax Qualifier, que ofereceram ótimo grip. Mesmo em curvas mais acentuadas em que as pedaleiras quase raspavam o asfalto, a moto se manteve estável e sem torções no chassi.

Na foto artística, o destaque visual da Suzuki Gladius 650: o chassi em tubos de aço treliçado

Na foto artística, o destaque visual da Suzuki Gladius 650: o chassi em tubos de aço treliçado

O motor responde bem em qualquer faixa de rotação. Para ultrapassagens basta virar o acelerador e o torque de 6,52 kgf.m aparece e empurra a moto com vitalidade. Faz falta o marcador de combustível e apenas uma luz que pisca no painel informando que a moto chegou na reserva é pouco para uma moto deste padrão. Se a luz acender, o risco de pane seca é iminente. Além desse item, o banco baixo possui pouca espuma. Em percursos mais longos, tudo indica que o piloto vai sentir o desconforto.

O garupa vai bem acomodado e o tecido antiderrapante e uma saliência impede o garupa de escorregar para frente nas frenagens mais fortes, além de ser largo e de boa densidade. Apenas as pedaleiras do garupa um pouco recuadas incomodam após um tempo na moto, mas isso é característica da categoria.

Conclusão

É uma ótima motocicleta para passeios curtos, trajetos sinuosos ou no uso urbano. Não possui a mobilidade de uma street de baixa cilindrada e o pouco esterço dificulta as manobras em locais apertados, mas o tamanho reduzido facilita a vida do piloto. O tanque é suficiente para trajetos urbanos, mas exige atenção e planejamento para viagens, pois falta marcador de combustível. Algo que a
fabricante deveria rever com urgência, visto que é um item quase obrigatório hoje e de grande ajuda.

Ela tem ótima qualidade construtiva e bom acabamento, com um motor extremamente confiável – é o mesmo que equipa a V-Strom 650. Ainda que tenha sido lançada há alguns anos e demorou a chegar ao Brasil, é uma moto atual e carrega consigo o status de novidade. Foram incontáveis os olhares e perguntas sobre a moto, nos semáforos ou paradas para abastecer. A moto foi testada a primeira vez com os pneus originais Dunlop SportMax Qualifier, mas houve uma segunda ocasião que a mesmo moto já estava com os pneus Pirelli Angel GT, mas não se nota qualquer diferença de desempenho na moto por isso.

O modelo original Dunlop durou 8.000 km (traseiro), mas o dianteiro ainda rodaria mais alguns km, mas foi trocado também. Sua pior média de consumo foi 19 km/l em trechos de cidade e estrada, principalmente estradas vicinais com muitas curvas onde havia muita necessidade de redução de marchas. Mas a moto fez até 22 km/l rodando em trechos urbanos e autoestradas. Fica em aberto como seria o comportamento da pequena Suzuki Gladius 400, vendida no Japão. Com o mesmo conjunto da 650, mas um motor V2 que entrega 53 cv de potência e que também possui o ABS opcional. Com a descontinuidade da GS500 e o lançamento da nova Honda CB 500F, é uma ótima opção para aqueles que desejam uma moto prática e precisam de mais potência que as 250/300, mas não podem pagar o valor cobrado nas 650 2 cilindros.