Indian Roadmaster
Mestre das estradas, te leva com o luxo de uma nave, o conforto de um sofá forrado em couro cru e você, ouvindo seu som preferido, curte a sua trilha sonora na sua estrada preferida. O seu passeio com a Indian Roadmaster se parece mais com um sonho.
Só que nesse teste, as condições foram as piores possíveis para nossa região. Chuva, frio, neblina e ainda por cima não pudemos evitar uma rota por um pequeno caminho de terra. Mas na verdade, a Roadmaster provou sua maestria proporcionando conforto e controle na viagem. O tempo todo foi com frio, chuva, neblina e só no último dia finalmente, um pouco de sol. Mesmo assim ela mostrou como pode ser prazeroso conviver com ela.
O estilo clássico de uma motocicleta americana segue esse desenho que está na memória de toda classe de motociclistas americanos. Os para lamas de saia nas laterais e a traseira longa apontando para trás, na melhor concepção de uma visão aerodinâmica dos anos 50, sem falar na imagem da cabeça do índio no topo do para lama dianteiro.
O teste seria feito na estrada, mas para o começo da viagem a perspectiva como já dito, não era boa. O prazo era curto e a previsão do tempo estava prometendo mais condições adversas para os próximos dias. Então, fomos em frente assim mesmo. O que chamou mais atenção ao se sentar nela foi o peso, mas em se tratando de uma autêntica touring americana, não poderia ser diferente e assim se define essa classe. Porém, ao iniciar o movimento com a moto, a facilidade de conduzi-la já sobressaiu sobre qualquer outra coisa. É realmente impressionante como é fácil definir uma direção com ela. Você olha onde quer ir, aponta a direção e quando já está lá, a próxima meta já se torna facilmente alcançável, uma rotina deliciosa. Assim é a pilotagem dessa que é o “top of the line” das Indian Chief.
Super espaçosa para toda bagagem de um casal para passar vários dias na estrada, os “side cases” assim como o “top case” são facilmente removíveis e tem travas elétricas. No “top case” há uma boa forração interna até com luz de cortesia. As travas são acionadas por controle remoto, no chaveiro ou pelo botão no painel. Esse chaveiro, por aproximação, aciona toda eletrônica da moto, sem que seja necessário virar chave nenhuma. Você se aproxima e a moto fica pronta para lhe servir ao pressionar de um botão.
O motor é mais dócil do que você poderia esperar, porque na marcha mais lenta a moto se desloca com a suavidade de um carro de luxo por causa da grande massa que o motor tem em movimento dentro dele. Apesar disso, o motor arranca com força e previsibilidade ao se acionar o acelerador. Suas marchas são seis e multiplicam a velocidade de tal forma que assim que você se dá conta está ajustando para uma velocidade “permitida”. O grande para-brisa, no estilo “Bat Wing” te acolhe com grande proteção e fica complicado até perceber a velocidade, devendo o piloto conferir a toda hora o que marca o velocímetro.
Então você confia ao piloto automático o controle da sua velocidade, encara subidas e descidas sem ter necessidade de segurar o acelerador, deixando esse “trabalho” ao piloto automático acionado pelo sistema “Throttle by wire” da injeção eletrônica, enquanto você simplesmente aprecia a paisagem e presta atenção ao tráfego.
O consumo mostra referência ao peso da moto e aos 1.811 cm³ do motor fazendo a melhor marca de consumo de gasolina em 16,76 km/l e a pior em 15,32 km/l. Definitivamente, essa não é uma moto para se ter preocupações com consumo de combustível, frente a seu peso (422 kg) e capacidade cúbica do motor. A fábrica não divulga a potência, mas estima-se que esteja na faixa de 70 cv.
As plataformas provêm apoio para os pés do piloto e também do garupa, e ambas mantém boa margem para curvas, não raspando com muita facilidade. Para o passageiro ou passageira ainda há três posições de altura do apoio para os pés, de fato um luxo especial para uma rainha (ou rei). Para mudar as marchas, a alavanca é grande e de fácil acionamento, proporcionando trocas precisas. A embreagem, embora mecânica não se mostra pesada para acionar.
No assento o conforto é um ponto de destaque, tanto para o piloto mas talvez principalmente ao garupa. Um bom encosto ele (ela) vai encontrar, com aquecimento e caixas de som especialmente projetadas para lhe proporcionar a escuta precisa de um som de alta fidelidade em sua direção. Para o piloto, as caixas embutidas na “asa do morcego” direcionam também de forma impressionante, sem grande interferência do som ambiente. Mas se tiver um bluetooth no capacete melhor ainda, pois no equipamento de som da moto está previsto essa conexão também.
Freios numa moto desse porte não são fáceis de dimensionar e operar. No entanto, nessa Indian Roadmaster os freios mostram toda sua eficiência em qualquer situação, sobretudo com o ABS. O sistema opera muito bem mesmo em condições críticas de pouca tração, se mostrando confiável e muito controlável, com os pneus oferecendo sempre boa tração.
A suspensão dessa Clássica touring parece um tanto prejudicada para o ambiente brasileiro. A traseira tem pouco curso e a frente bate um pouco também nos impactos maiores. O conforto é bom, enquanto não se encontram esses limites. Há uma previsão para ajuste da pré-carga da suspensão traseira, com uma pequena bomba de ar. Fica mais ou menos dura a suspensão e quando no limite mais duro fica incômodo, dura demais e no limite mais mole fica batendo no fim de curso. Um curso maior e amortecimento mais progressivo seria uma boa providência para melhorar esse quesito.
A ciclística em uma moto desse porte deve ser precisa e a da Indian Chief Roadmaster é um pouco prejudicada pela suspensão. Mas no frigir dos ovos se percebe como a estrutura desse chassi promove estabilidade. Principalmente em se partindo do ponto onde se confunde o que lhe falta de suspensão com o que sobra de chassi. No resumo da obra, o resultado ainda é muito bom se compararmos com outras motos da categoria e de fabricação americana.
O motor tem características quase de um motor elétrico na forma como ele entrega potência, com o torque que facilita a condução. Afinal, estamos falando de uma moto “full dressed”, de estilo clássico com o visual icônico da marca Indian, com conforto para grandes viagens, com capacidade dos maleiros em uma proposta de vida longa pela mecânica tradicional com boa dose da mais moderna tecnologia embarcada. Ela pode ser uma boa opção para quem já ultrapassou a curtição de grandes descargas de adrenalina e prefere curtir a paisagem, ser parte dela e simplesmente sair por aí e – perdoe o clichê – curtir a vida numa boa.
Ficha técnica: Indian Chief Roadmaster
Motor |
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Tipo | Thunder Stroke™ 111 – Dois cilindros em V, arrefecimento a ar e óleo |
Cilindrada | 1811 cm³ |
Diâmetro x curso | 101 mm X 113 mm |
Relação de compressão | 9,5:1 |
Alimentação | Injeção eletrônica com circuito fechado de combustível – Corpo borboleta de 54 mm |
Torque máximo | 14,16 kgf.m (138.9 Nm) a 2600 rpm |
Transmissão |
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Transmissão primária | Por engrenagens |
Embreagem | Múltiplos discos em banho de óleo |
Relação de marchas: 1ª | 9,403 : 1 |
2ª | 6,411 : 1 |
3ª | 4,763 : 1 |
4ª | 3,796 : 1 |
5ª | 3,243 : 1 |
6ª | 2,789 : 1 |
Relação final | 2,2 : 1 |
Chassi |
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Suspensão dianteira | Garfo telescópico do tipo encapsulado com 119 mm de curso e 46 mm de diâmetro – molas de carga dupla (dois estágios) |
Suspensão traseira | Amortecedor único com ajuste pneumático, curso de 114 mm |
Freio dianteiro | Duplo disco flutuante de 300 mm com pinças de 4 pistões e ABS |
Freio traseiro | Disco simples de 300 mm com pinça de dois pistões |
Pneu dianteiro | Metzeler 130/90 x 16 |
Pneu traseiro | Metzeler 180/65 x 16 |
Rodas | 16″x3.5″ & 16″ x 5″ |
Sistema de escapamento | Escapamento duplo com interligação |
Dimensões e peso |
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Comprimento | 2656 mm |
Largura | 1000 mm |
Altura | 1491 mm |
Peso seco / Em ordem de uso | 408 kg /422 kg |
Peso com carga máxima permitida (GVWR) | 630 kg |
Altura do assento | 673 mm |
Inclinação máxima | 31° |
Distância entre eixos | 1668 mm |
Vão livre do solo | 140 mm |
Rake | 25° |
Trail | 150 mm |
Capacidade do tanque | 20,8 litros |
Equipamentos |
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Equipamento standard | ABS; chassis em alumínio com caixa de ar integrada; cruise control; luzes dianteiras suplementares; partida sem chave; para-brisas elétrico “Horizon”; assentos em couro premium; alforjes rígidos com abertura e trava por controle remoto; bagageiro traseiro com abertura e trava por controle remoto; monitoramento de pressão dos pneus; som de 200 watts stereo com AM/FM; bluetooth e entrada compatível com smartphone; assentos do condutor e passageiro com aquecimento; manoplas com aquecimento; pedaleira do passageiro ajustável e capacidade total de 142 litros de armazenagem |
Sistema elétrico |
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Instrumentos | Velocímetro, conta giros, nível de combustível, odômetro, consumo instantâneo e médio; autonomia; relógio; bússola; temperatura ambiente; indicador de marcha; indicador de pressão de pneus; horímetro; vida útil do óleo do motor; velocidade média; voltagem da bateria; display com informações do rádio; indicador de erros; indicador de temperatura das manoplas (quando instalado); luzes indicadoras no painel: cruise-control ativado, ajustes do cruise-control, farol alto, setas, ABS, check de motor, pressão baixa de pneus, bateria, nível de reserva de combustível, sistema de segurança, nível baixo de pressão de óleo e unidade mph ou km/h |
Bateria | 12 volts, 18 Amp/hora |
Sistema de carga | 42 Amp máximo |
Iluminação | Faróis dianteiro com LED (farol dianteiro central duplo, faróis de neblina, setas, luz externa e interna no bagageiro traseiro e o logo Indian “War Bonnet” no para-lama dianteiro) |
Volume dos compartimentos de carga |
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Alforjes | 65,1 litros |
Bagageiro Traseiro | 64,4 litros |
Porta Luvas | 9 litros |
Porta Objetos Frontal | 3,8 litros |
Disponibilidade |
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Preço (tabela FIPE Junho/2016) | R$ 114.960,00 |
Cores disponíveis | Thunder Black |