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Se fosse necessário definir em uma palavra a Suzuki GSR 150i, essa palavra seria “justa”. Uma moto que dentro de seu segmento cumpre tudo o que promete, nem mais nem menos. Nessa pequena Suzuki nada vai além ou fica aquém do que se espera dela.

A GSR150i é uma moto justa: bem acabada, cheia de brilho e econômica

A GSR150i é uma moto justa: bem acabada, cheia de brilho e econômica

Econômica, razoavelmente confortável e com desempenho compatível, essa pequena motocicleta chama atenção perto de suas concorrentes por dois aspectos positivos e um negativo. Os aspectos positivos tem a ver com itens comuns em moto grande, como os amortecedores traseiros a gás e as muitas partes cromadas e brilhantes. No lado negativo, o destaque fica por conta do design ultrapassado e muito parecido com sua irmã de mais idade e tamanho menor, Suzuki Yes 125.

Amortecedor assistido a gás: item que deveria ser copiado para outras motos pequenas

Amortecedor assistido a gás: item que deveria ser copiado para outras motos pequenas

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Esse amortecedor, aliás, destaca-se ainda mais pelo reservatório de gás separado do corpo principal, pela regulagem por rosca na pré-carga da mola e ajuste na ação do sistema hidráulico no retorno, o que ajuda muito na adequação da condição de carga da motocicleta. Seria até recomendável que outras marcas fizessem o mesmo, sobretudo pelas características “utilitárias” de muitas motos street que estão por aí. Nas motos pequenas, até mais que nas grandes, as mudanças na carga que elas transportam faz muita diferença na condução. Facilitar esse ajuste não deveria ser qualidade apenas das grandes. E neste caso, a Suzuki está de parabéns.

A GSR 150i ainda chama atenção pelo “silêncio” do funcionamento do motor. Chega a causar espanto em quem está perto – “tá ligada mesmo?”, perguntam. Aí você dá um acelerada e percebe que o motor está em funcionamento. Colabora para esta sensação a completa ausência de vibração, efeito positivo do sistema de balanceamento nesse motor. Vibração mínima mesmo nas altas rotações.

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Mercado

A Suzuki GSR 150i concorre no maior segmento do mercado brasileiro, o das pequenas street. Na verdade, a classe 150 é um sub-segmento que foi criado para atender consumidores que  querem algo mais das suas pequenas 125. Mas a Yamaha, segunda colocada no ranking de vendas nacional, ainda não tem uma 150 cc e perde um pouco de espaço por isso.

Apesar de mais cara, a Honda mantém amplo domínio; briga pelo segundo lugar é acirrada

Apesar de mais cara, a Honda mantém amplo domínio; briga pelo segundo lugar é acirrada

Este  sub-segmento street 150 representa cerca de 28% do mercado brasileiro – quase todo da Honda, que vende o modelo mais caro. As outras quatro motos (3 marcas) brigam cliente a cliente pela vice-liderança. Fora a Honda CG Fan 150, todas as outras marcas são bem equipadas para agradar o consumidor, além de terem preço menor. Muitas que aí estavam deixavam a desejar na parte mecânica e assistência deficiente. Outras, quando tinham boa mecânica e assistência adequada, custavam muito. O quadro mostra que quem chegou mais perto do ideal foi a Dafra Riva 150, com preço mais baixo, um bom pacote de equipamentos e uma assistência técnica que melhorou bastante nos últimos 12 meses. O reflexo disso está nas vendas do modelo da Dafra.

Frente e verso: estilo clássico tira um pouco o ar de modernidade da moto

Frente e verso: estilo clássico tira um pouco o ar de modernidade da moto

No caso da Suzuki, vender mais não parece ser a preocupação da J.Toledo da Amazônia – empresa brasileira que fabrica e distribui as motos Suzuki no Brasil. Ao menos pelos últimos passos que a empresa deu nos anos recentes, quando perdeu a terceira posição no ranking nacional para a Dafra e ainda se vê acossada pela Kasinski, que soma no ranking as motocicletas Flash.

No entanto, a GSR 150i representa um passo acertado da Suzuki em tentar reverter seu movimento de queda. Ela veio praticamente junto com a modernização do scooter Burgman e estancou a queda nas vendas da marca. Mas o estrago já estava feito e a Dafra soube se aproveitar. Mas de uma maneira geral, esses movimentos do mercado são bons para o consumidor, que tem opções e, neste caso, boas opções.

A estratégia da J. Toledo de equiparar o preço da GSR 150i com a líder Honda não foi a mais acertada, apesar da moto oferecer muito mais equipamentos, modernidade e confiabilidade. Mas o mercado não vê desta forma e, por preço semelhante, compra Honda. Com preço menor e alguma modernização para diferenciá-la da Yes em termos de design, a Suzuki certamente seria a vice-líder do sub-segmento de street 150.

Sem vibrações e econômico, o motor poderia ser um pouco mais forte

Sem vibrações e econômico, o motor poderia ser um pouco mais forte

Motor

A Suzuki segue o que manda o manual, com motor de um cilindro, OHC (Comando de Válvulas no Cabeçote), refrigerado a ar com duas válvulas. Só que na companhia da injeção eletrônica Mikuni, do eixo balanceiro e de um câmbio com seis marchas, a GSR 150i está longe de ser uma 150 comum, mas não necessariamente melhor. Esse conjunto oferece funcionamento harmonioso e tranquilo, sem exageros. A configuração com os 149,5 cm³ oferece 12 cv de potência a 8000 rpm e 1,08 kgf.m a 6000 rpm. Esse números a colocam atrás da YBR 125 que é carburada.

No entanto, o desempenho é satisfatório tanto na cidade quanto na estrada. É clara a falta de força nas baixas rotações, exigindo um pouco de “queima” de embreagem em algumas situações de trânsito mais pesado e nas retomadas. Mas quando ela cruza as rotações próximo dos 6000 rpm, parece outra moto, mais arisca e com respostas prontas a qualquer exigência. A sexta marcha mostra-se útil no uso rodoviário, quando a velocidade de cruzeiro em torno de 100 km/h coloca o motor em uma rotação mais confortável, praticamente sem vibração e com o consumo de combustível otimizado. Na cidade a GSR 150i fez 31,80 km/l e na estrada chegou a 34,95 km/l. A média de consumo ficou em 32,42 km/l. A velocidade final fica próxima dos 105 km/h enquanto que o velocímetro marca 120 km/h.

Com desenho clássico, o painel é completo

Com desenho clássico, o painel é completo

Ciclística

O comportamento dinâmico da moto é padrão e não compromete em nenhuma situação. Contudo, a suspensão dianteira mostra-se um pouco macia, mas condizente com uma moto que prioriza o conforto. Desde que bem ajustada, a traseira pode trabalhar em harmonia com a frente, em qualquer tipo de piso  – asfalto, pedra, com ou sem passageiro, oferecendo bom conforto e cumprindo seu papel com segurança. Completa o conjunto ciclístico as duas rodas aro 18 e os freios – a disco na dianteira e tambor na traseira. Neste quesito, o freio dianteiro, típico Suzuki, pode deixar um pouco a desejar, sobretudo aos “pilotos” afetos a esportividade. Essa não é bem a proposta dessa moto.

A GSR 150i tem o guidão um pouco mais baixo e as pedaleiras retráteis ligeiramente recuadas. A posição de pilotagem é um pouco menos ereta e o piloto fica um pouco inclinado para frente. Essa posição diminui os impactos dos buracos das ruas na coluna e aumenta o conforto em viagens longas. Na cidade, o ajuste apertado da caixa de direção resultou em dirigibilidade “pesada”. Pode aparecer como um ponto fraco com o uso e aliado à posição,  pode cansar mais. Assim, após algumas horas de uso, a dor nos ombros e nos punhos pode aparecer, dependendo da condição física do piloto.

Bagageiro e...

Bagageiro e...

Acabamento

A Suzuki realmente esmerou-se no acabamento da GSR 150i. O uso de muitas peças cromadas, como os espelhos, pedaleiras de alumínio, o protetor do escapamento e a tampa do cabeçote do motor, o bom encaixe de partes plásticas e a qualidade da pintura mostram a preocupação da marca em valorizar seu produto. O painel de instrumentos é completo e tem desenho clássico, em dois módulos redondos separados com o odômetro e indicador de marcha digital. Há ainda conta-giros, marcador de combustível e odômetro parcial. As luzes-espia ficam abaixo dos dois instrumentos principais.

...tampa do tanque: itens que demonstram o cuidado da marca com o bom acabamento no modelo

...tampa do tanque: itens que demonstram o cuidado da marca com o bom acabamento no modelo

No farol a mesma ineficiência de todas as motos desta classe: facho ruim e indefinido com luz fraca. Já está na hora das fábricas perceberem que estas motos exatamente por serem destinadas ao uso intenso diurno e noturno, deveriam ter faróis melhores.

Outro item de série nesta moto que ajuda e a valoriza é o bagageiro de alumínio que combina com os dois suportes das pedaleiras do garupa. A tampa do tanque articulada e embutida, como em motos maiores, é prática e embeleza a moto. Esta peça e as outras partes cromadas, harmonizam com a pintura perolizada e dão à moto um aspecto de mais luxo e reforçam a elegância da moto, como uma imagem de qualidade.

O estilo, contudo, deixa um pouco a desejar. Não fosse pelo amortecedor traseiro e pela inscrição na tampa lateral, ela é facilmente confundida coma Yes 125, pois o desenho do tanque, da frente e da rabeta é idêntico. Já caberia um pouco mais de modernidade também no design da Suzuki GSR 150i. Mas isso não tira os méritos da moto, que tem boas condições de brigar por mais espaço. Bastaria uma adequação ao preço que o resultado logo apareceria, pois a moto ajuda muito.

Se você tem uma Suzuki GSR 150i, opine sobre ela!
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