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Ela tinha que ser fácil de pilotar, ter boa aceleração e potência para ser divertida nas pistas, ter conforto suficiente para uso diário e ainda ser compatível a um motociclista iniciante no esporte. Essa foi a receita usada no desenvolvimento da Yamaha R3. O motor de 321 cm³ está na dimensão correta para isso e no teste ela se mostrou bastante convincente em todos esses aspectos.

Esportiva peso pena, para diversão e esportividade

Esportiva peso pena, para diversão e esportividade

Com dois cilindros, ela tem uma concorrente de muita competência e com as mesmas características essenciais para ser comparada (num próximo comparativo), à Kawasaki Ninja 300.
É claro que o design remete diretamente à sua irmã maior, a R1, inclusive com a nova frente, mais baixa com os faróis duplos horizontais, extra baixos, que iluminam bem.. Mas os semi-guidões afixados acima da mesa superior, permitem uma posição bastante confortável para o piloto. Assim essa moto pode ser utilizada em uma rotina diária, também por causa da boa economia que oferece, no consumo de combustível.

Os faróis horizontais deixam a frente baixa, muito parecida com a da R1

Os faróis horizontais deixam a frente baixa, muito parecida com a da R1

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Então, saindo com ela já se percebe a natureza esportiva da R3, com tronco mais abaixado, pernas mais para trás e o som do escapamento ressoando um tom grave e marcante. A embreagem é leve e projeta a moto numa arrancada rápida que logo solicita segunda, com o piscar da luz indicadora de troca de marcha. Ela facilita bastante, pois na hora de pilotar, fica difícil acompanhar o crescimento do motor apenas pelo tacômetro. De forma que você percebe que ao colocar a sexta marcha, parece que a moto terminou logo a aceleração e o motor já está em rotação bastante alta para terminar de aumentar o giro até a velocidade máxima, ao redor de 170km/h, nada mau. Em situações favoráveis (de vento ou descida longa) você chega ao limitador de giro. Quer dizer que em algumas situações de competição esse motor poderia carregar uma relação até mais longa, permitindo velocidades maiores ainda.

A ergonomia oferece bastante conforto para uma super-esportiva e há bastante espaço no banco para a "linguagem corporal" durante a pilotagem

A ergonomia oferece bastante conforto para uma super-esportiva e há bastante espaço no banco para a “linguagem corporal” durante a pilotagem

Mas a grande qualidade está justamente nas médias rotações, quando essa relação permite um ataque muito divertido nas curvas de baixa e média velocidades. A geometria é muito bem combinada com a suspensão e assim a ciclística colabora bastante para uma pilotagem neutra e rápida nas estradas sinuosas, seu habitat preferido.

Seu motor, produz 42 cv em 10.750 rpm mas já em 5.000 rpm há bastante força para empurrar a moto e o acelerador proporciona excelente controle sobre o motor em toda faixa útil. Assim a qualquer momento você encontra força suficiente em todo tipo de situação.

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Geometria de esportiva com trail longo deixa a moto mais calma nas manobras mas o pouco peso ainda permite manobras rápidas e precisas

Geometria de esportiva com trail longo deixa a moto mais calma nas manobras mas o pouco peso ainda permite manobras rápidas e precisas

O chassi faz também a sua parte. A distância entre eixos (1.390mm), combinada com os 25º de Rake fazem o papel da “esportiva” na R3 mas os 95mm de trail dá uma acalmada nas coisas para uma manobrabilidade mais na mão dos iniciantes. Mas não pense que ela lhe deixa na mão nas curvas. Faz contornos como poucas e você a coloca na situação que quiser, muito facilmente, basta apontar o olhar e ela vai lá, quase que sozinha.

O banco esportivo permite boa movimentação, sem ser desconfortável. Mas ao garupa deixa a desejar e isso não é de se estranhar, para essa categoria. A rabeta afilada e alta projeta uma linha diagonal à dianteira, que reforça o estilo agressivo. O banco dá bom apoio nas acelerações e ainda facilita os movimentos laterais do piloto e isso é o que interessa. E também, a suspensão até que durinha, permite trafegar com bastante conforto pelas ruas e estradas que deixam a desejar no Brasil. E ainda há o ajuste de sete posições na traseira que permite calibrar ao gosto (e peso) do piloto.

Os freios são a disco e na frente o disco de quase 300 mm faz a vez de muitos freios a disco duplos, não deixa nada a desejar. Na traseira, menos sensível ainda resolve bem, porque na frente está todo poder de frenagem e atrás fica a função de controlar as reduzidas, com a participação do freio com ABS, que ajuda bastante. Nesse caso, o sistema produz muita segurança com a grande velocidade da atuação do sistema. Pouco se percebe da sua atuação, bem no limite da tração do freio dianteiro, mas na traseira ele entra mais fácil e nesse caso o freio motor ajuda muito.

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Até fica estranho verificar como essa moto se mostrou econômica, mantendo a pilotagem esportiva. Um valor mínimo de 21,37 km/l e um máximo de 22,95 km/l deixam uma bela impressão.

A Yamaha R3 vem para permitir mais escolhas ao motociclista que gosta de esportividade em um pacote econômico, que ainda permite usá-la como transporte diário. Uma moto bela, divertida, econômica e com o DNA da R1, o que mais se pode querer.

Ficha-tecnica-R3-

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Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.