Publicidade

Fotos: Divulgação

Bom, antes de continuar, eu preciso, primeiro, me desculpar com vocês. Acabei não tendo condições de escrever as colunas sobre as últimas duas corridas do Mundial SBK. Em compensação, o retorno está sendo em grande estilo: Com o Hino Nacional tocando e a Bandeira do Brasil no ponto mais alto do podium.

Imola é a casa da Ducati. A cidade fica a pouco mais de 100km de Bologna, sede da fábrica italiana. E como todos sabem, os italianos são apaixonados por motos. O público total foi de mais de 100.000 pessoas, que viram Alex Barros ensinar como se faz ultrapassagens impossíveis. Show à parte, ambas as corridas foram emocionantes.

Acidente: Haga e Corser

Publicidade

O grid, após a superpole, ficou com Bayliss em primeiro, seguido por Toseland, Pitt e Corser, fechando a primeira fila. Alex Barros largou em 8°. Luzes apagadas e vimos tomando frente na primeira bateria, Bayliss, que parecia querer conquistar o título em grande estilo, seguido de perto por Pitt, Haga, que precisava vencer e contar um uma eventual queda de Bailyss para continuar na luta pelo título, e Toselan. Logo atrás vinham as motos da Suzuki, mas esse não era o fim de semana para o pessoal do time Alstare Suzuki. Primeiro, Yukio Kagayama e seu companheiro Max Neukirchner se embolaram e foram para o chão. Logo em seguida, o ex-atual-campeão, Troy Corser fez uma visita à caixa de brita, e logo em seguida abandonou a corrida. Mas o homem da prova era nosso Alex Barros. Pra variar largou mal, já estou acreditando que ele não sabe largar mesmo, e que o problema da moto é desculpa (rs..), mas isso fez pouca diferença, Barros, a partir da quinta volta começou a colocar um ritmo impressionante, ultrapassando um ou mais pilotos por volta. Na volta 14 assumiu a liderança e começou a abrir. Percebia-se claramente que Barros fez um acerto para ter uma moto melhor na segunda metade da prova. Chegou a abrir 6s do segundo colocado, o inglês James Toseland, mas no final começou a administrar e venceu a corrida com 4,3s de diferença para o britânico. Em terceiro veio o australiano Adrew Pitt, seguido por Haga e o novo campeão Troy Bailyss, que terminou em 5°.

Alexandre Barros

A segunda bateria começou mais ou menos como a primeira, Barros pra variar largou mal e agora caiu para 11°, Baillys, de macacão e capacete novos, em comemoração ao título, largou na frente e sumiu. Nem parecia que tinha acabado de conquistar o campeonato. Na entrevista no fim da primeira bateria, o australiano falou que teve problemas com o pneu traseiro, e por isso terminou em quinto. “seus problemas acabaram” hehe.

Baillys, campeão

Publicidade

Em seguida vinham Corser, Haga, Pitt, Kagayama, Xaus, Neukirchener, Muggeridge, liderando uma única fila que ia até o ultimo colocado. Como sempre as motos estão mais bem ajustadas na segunda prova, e os pilotos mais “animados”, o que aumenta muito a competitividade. Desta vez, o brasileiro demorou mais para começar a ultrapassar, chegando até a cometer alguns erros e perder um pouco de terreno para o 10° colocado, James Toseland. Lá pela oitava volta, as coisas se encaixaram e Alex começou a mostrar a que veio. Em um ritmo alucinante, passava todo mundo a sua frente, as vezes, em atitudes que não são sua característica, enfiando a moto onde não cabia, e fazendo ultrapassagens que se julgavam impossíveis naquele momento. Faltando 5 voltas para o final, assumiu a segunda colocação, e até ameaçou se aproximar de Bailyss, que à essa altura, já administrava a corrida. O podium se formou com o australiano campeão Troy Bailyss no ponto mais alto, seguido por Alexandre Barros em segundo e Yukio Kagayama em terceiro.

Parabéns Barros.

Nos últimos dias antes da prova, circularam algumas noticias pela internet. A mais relevante delas é que a equipe de Barros, a Klaffi Honda, teria conseguido uma nova suspensão dianteira para esta corrida. Não se pode acreditar em tudo que se lê na internet, mas pelo que se viu na corrida, Barros que já tem fama de ser bom nos freios, fez a maioria de suas ultrapassagens na frenagem.

Quem tem acompanhado minhas colunas, percebeu que tenho evitado fazer comentários sobre as pobres participações do único brasileiro no grid. Primeiro porque corrida é uma coisa muito complicada, e com muitas surpresas. É muito difícil saber, estando de fora, os motivos que levam um piloto a andar mal ou não. E segundo, porque acho terrível essa mania dos brasileiros de achar que chegar em segundo e chegar em ultimo é a mesma coisa. Não é.

Publicidade

No domingo, dia 8/10, tem a última etapa da temporada em Magny Cours na França. A pesar de o campeão estar definido, o resto da classificação ainda está aberta, e o resultado final interfere na dança das cadeiras que está a todo vapor. Na última semana o time Alstare Suzuki anunciou a contratação de Max Biaggi para pilotar uma GSX-R1000 K7, mas não anunciou qual de seus três pilotos vai sair, ou se algum vai. Também tem-se como certo a saída de Lorenzo Lanzi da equipe oficial Ducati Xérox, por seu pífio desempenho este ano. Sabe-se que Bailyss ainda tem 2 anos com a equipe de Bologna, e que Barros ainda (pelo menos oficialmente) não assinou com ninguém. Vamos esperar e torcer.

Resultados

Imola Corrida 1

1 BRA Barros – 39’00.096

2 GBR Toseland – 39’04.447

3 AUS Pitt – 39’06.905

4 JPN Haga – 39’11.275

5 AUS  Bayliss – 39’11.633

Imola Corrida 2

1 AUS Bayliss – 38’57.069

2 BRA Barros – 38’58.482

3 JPN Kagayama – 39’01.424

4 AUS Pitt – 39’02.456

5 GBR Toseland – 39’03.487

Campeonato:

1 AUS Bayliss – 393

2 GBR Toseland – 295

3 JPN Haga – 293

4 AUS  Pitt – 239

5 BRA Barros – 231

6 AUS  Corser – 218

7 JPN Kagayama – 193

8 ITA Lanzi – 152

9 BGR Walker – 140

10 ESP Nieto – 139