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A Triumph não tem perdido tempo e busca manter sua boa posição na segmento das motos premium (acima de 500cc). Hoje a empresa ostenta uma participação de 13% no segmento e é uma das duas marcas (a outra é a Harley-Davidson) que apresentam crescimento num mercado que continua apresentando números negativos.

Não é pouco, sobretudo se levarmos em conta que todas as grandes marcas brigam por espaço entre as motos premium, pois é ele que forma a imagem da marca e atrai todas as atenções. “Apesar do cenário ainda ruim, a Triumph não vê outra forma a não ser trazer todas as novidades que são apresentadas lá fora para o Brasil, porque o cliente exige novidade”, fala Waldir Ferreira, gerente geral da Triumph Motorcycles Brazil.

Agora é a vez da nova naked (roadster, como gosta de chamar a Triumph) Street Triple, que chega em duas versões no mercado brasileiro: S (R$ 38.990,00) e RS (R$ 48.990,00). A moto foi totalmente remodelada e como principal novidade traz o novo motor três cilindros de 765 cc – o mesmo que vai equipar as motos que disputarão a categoria Moto2 do Campeonato Mundial de Motovelocidade, a mais importante competição de motocicletas do planeta.

10 anos de evolução na Street Triple

Lançada em 2007, a Triumph Street Triple sempre se caracterizou pela sua face diferente, com dois faróis (redondos na primeira versão) e depois trapezoidais. Mas a moto sempre ofereceu muita originalidade também pela sua leveza, rapidez e agilidade. O motor, sempre um três cilindros característico da marca inglesa, redefiniu o disputado mercado de motocicletas naked, sobretudo as europeias, cuja representante mais próxima e que merece destaque são as Ducati Monster.

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Ferreira: Triumph cresce em ano de queda

Ferreira: Triumph cresce em ano de queda

Do lado japonês, Honda CB 650F, as Yamaha MT09 e MT07 e Kawasaki Z800 formam um time de respeito e por isso esse segmento das naked médias ganha em qualidade e competitividade. Escolher uma moto dentre estas não é uma tarefa fácil, apesar de deliciosa, para nenhum consumidor. E a evolução da Street Triple coloca mais ingredientes para alimentar as dúvidas.

Esta nova geração que já está nas 14 concessionárias Triumph do Brasil, segue a tradição e ao completar dez anos traz o mesmo DNA que rompe algumas regras para oferecer uma motocicleta urbana, mas com todos os ingredientes que qualquer esportiva pode desejar, como a capacidade de subir rapidamente de giro e de velocidade com torque e potência sempre disponível, além de uma ciclística muito bem resolvida e que torna todo o trabalho muito mais fácil.

A Triumph proporcionou um test-ride com a nova Street Triple RS, em um trajeto que misturou ambiente urbano, rodovias e estradinhas sinuosas com muitas curvas. Nesse rápido contato com a nova moto, foi possível perceber que a moto ganhou em esportividade, sobretudo pela posição de pilotagem mais “pró”, onde a moto convida o piloto a acelerar.

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Modelo

Motor

Potência

Capacidade cúbica

Preço praticado (FIPE)

Ducati Monster 2 cilindros 112 cv 821 cc  R$        45.900
Honda CB 650F 4 cilindros 87 cv 649 cc  R$        38.875
Yamaha MT09 3 cilindros 115 cv 847 cc  R$        39.791
Yamaha MT07 2 cilindros 75 cv 689 cc  R$        32.436
Kawasaki Z800 4 cilindros 113 cv 806 cc  R$        41.262
Triumph Street Triple RS 3 cilindros 123 cv 765 cc  R$        48.990
Suzuki SV 650 Gladius 2 cilindros 76 cv 645 cc  R$        24.831

Claro, um conjunto impecável de motor, chassi, suspensões e freios que soma 166 kg, oferece 123 cv de potência e 7,9 kgf.m de torque e traz o auxílio de toda a eletrônica disponível não poderia resultar noutra coisa. A nova Street Triple é apaixonante nesse ambiente, onde curvas constantes, rápidas ou mais travadas, exigem do conjunto funcionamento preciso e um casamento perfeito entre homem e máquina. Mas não se preocupe, porque a moto facilita muito esse casamento.

Mesmo pilotos que não se sentem confortáveis em percursos sinuosos, tem muita facilidade para começar a gostar da dança, tamanha é a agilidade da moto e como ela transmite segurança para abordar as curvas e contorná-las sem a menor dificuldade. Fácil, muito fácil e intuitivo, como se a moto fosse uma velha conhecida sua e está acostumada a seguir seus comandos de forma absolutamente segura.

Desenvolvido a partir do motor Daytona feito para competições, o novo motor de três cilindros e 765 cc da Street Triple oferece um grande aumento de potência e torque e recebeu vários novos componentes, incluindo novo virabrequim, pistões e cilindros, que tiveram diâmetro e curso aumentados. Todas as mudanças implicaram também em uma nova biela, eixo do virabrequim e balanceador, além de um novo sistema de lubrificação.

O painel é um grande destaque da Street Triple, com várias configurações possíveis

O painel é um grande destaque da Street Triple, com várias configurações possíveis

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Outras mudanças técnicas importantes estão no sistema de admissão de ar, como uma caixa que admite mais ar e que entra em maior velocidade, aumentando a eficiência do sistema de admissão. O escapamento também mudou e ficou mais leve, com apenas 1,7 kg. O novo motor da Street Triple faz par com uma caixa de marchas de seis velocidades que também recebeu mudanças na primeira e na segunda marchas, que agora são mais reduzidas para aumentar a eficiência nas arrancadas.

Duas versões: S e RS

A Street Triple S é a versão de entrada e a RS é a mais completa. Na Inglaterra foi apresentada uma versão intermediária, que aqui no Brasil a Triumph julgou desnecessária. As duas versões utilizam o mesmo motor, mas com especificações diferentes, resultando na prática em 10 cv e 0,5 kgf.m de torque a menos na versão básica, a “S”. Essa redução se dá basicamente pela eletrônica, mas não foi possível perceber na prática porque a Triumph não disponibilizou a Street Triple S para test-ride.

Cada nova versão da Street Triple (S e RS) sai de fábrica com seus próprios ajustes personalizados no motor e também no módulo da injeção eletrônica. A versão “S”, por exemplo, oferece 113 cv de potência a 11.250 rpm, o que representa um aumento de até 33% em relação ao pico de potência da geração anterior lançada no Brasil (85 cv, a 11.260 rpm). Além disso, agora seu torque chega a 7,4 kgf.m a 9.100 rpm, um crescimento de 22% em comparação com o pico de torque do modelo anterior (6,1 kgf.m, a 8.304 rpm).

Já a versão “RS” proporciona o mais alto nível de desempenho já obtido por uma Street Triple até hoje, com um aumento de potência de até 44% sobre o modelo anterior, oferecendo 123 cv a 11.700 rpm, e um crescimento de pico de torque de 28%, atingindo 7,9 kgf.m a 10.800 rpm. Ambas contam com o recurso eletrônico dos modos de pilotagem, mas na S apenas dois modos (Road e Rain), enquanto que na RS são cinco modos disponíveis: Road, Rain, Track, Rider e personalizado, onde o piloto determina os parâmetros desejados.

No uso urbano não é seu ambiente preferido e o conforto fica um pouco sacrificado pela dureza das suspensões voltadas para uso em bom asfalto

No uso urbano não é seu ambiente preferido e o conforto fica um pouco sacrificado pela dureza das suspensões voltadas para uso em bom asfalto

Dois destaques que a versão RS trazem e que merecem menção são o sistema de engate de marchas sem uso da embreagem (quick shift) nas marchas para cima, e o sistema de embreagem deslizante e assistida (sleep assist), ambos garantindo mais segurança e rapidez aos pilotos que buscam mais desempenho em pista. No câmbio percebe-se a mudança nas duas primeiras marchas, que ficaram mais curtas que o modelo anterior – 12% mais curta na primeira marcha e 5% mais curta na segunda marcha. Assim, as arrancadas são rápidas e evitam aquela queima de embreagem característica das esportivas e naked.

Estética renovada, conforto sacrificado

O novo joystick no punho esquerdo, que facilita o acesso à todas as informações disponíveis no painel da moto

O novo joystick no punho esquerdo, que facilita o acesso à todas as informações disponíveis no painel da moto

A Street Triple traz várias novidades nos itens de chassi, freios e suspensões. A começar pelo braço oscilante da suspensão traseira projetado especificamente para a nova linha Street Triple, que procura dar maior rigidez ao sistema e aumentar a estabilidade nas velocidades mais elevadas alcançadas pela nova Street Triple, dando mais segurança e mantendo sempre o nível ideal de compressão da unidade de suspensão traseira sob qualquer velocidade. Pode parecer um detalhes, mas é esse braço o responsável por manter a roda traseira colada no asfalto sempre com a melhor tração possível. Esse sistema garante ainda grande precisão em curvas mais estreitas.

Na dianteira, a Street Triple S vem com garfos dianteiros invertidos Showa de 41 mm, com funções separadas, com 110 mm de curso. Já na traseira ela tem o amortecedor único com reservatório “piggyback” ajustável para pré-carga. Já a RS possui garfos dianteiros Showa com 41 mm de diâmetro com maior especificação, ajustáveis para retorno e compressão. A suspensão traseira é um monochoque com reservatório “piggyback” premium Öhlins STX40.

Magrinha: 166 kg e 123 cv, uma ótima relação peso-potência de  1,34 kg/cv

Magrinha: 166 kg e 123 cv, uma ótima relação peso-potência de 1,34 kg/cv

Nos freios, a Street Triple S é equipada com pinças deslizantes de dois pistões Nissin na dianteira e uma pinça deslizante de pistão único Brembo na traseira. A Street Triple RS possui pinças radiais monobloco Brembo M50 de quatro pistões na dianteira, um sistema que garante grande poder de frenagem, inclusive com ajuste fino na alavanca de freio dianteiro da razão e duração, além de uma pinça deslizante de pistão individual Brembo na traseira.

Os pneus também são diferentes nas duas versões da Street Triple, sendo a S equipada com pneus Pirelli Diablo Rosso Corsa, enquanto que a Street Triple RS vem com pneus Pirelli Diablo Supercorsa SP, destinados ao desempenho esportivo avançado para uso em estrada e  ocasionalmente em pista. Merece menção com destaque o novo painel da versão RS, muito completo, bonito e personalizável. Veja mais detalhes abaixo.

Versão S: poucas diferenças estéticas, mas muitas diferenças técnicas, além dos 10 cv a menos

Versão S: poucas diferenças estéticas, mas muitas diferenças técnicas, além dos 10 cv a menos

O conjunto da Street Triple não tem grande preocupação com conforto. A posição de pilotagem é bem esportiva e inspira o ataque, o que suas linhas agressivas no design também fazem. Ela tem uma nova pequena carenagem que cobrem quase nada dos dois destacados faróis trapezoidais na frente, com um novo radiador, coberturas e novo coletor de ar integrados. Adicionalmente, o assento foi reprojetado e remodelado para oferecer um conjunto mais esportivo e apurado, o que sacrifica o conforto. Garupa? Esqueça. Essa naked, como quase todas as outras, não é para isso.

Estrada boa é a praia preferida da nova Street Triple

Estrada boa é a praia preferida da nova Street Triple

Confira os destaques da nova Triumph Street Triple:

Sistema de aceleração ride-by-wire: Oferece respostas de aceleração mais precisas e permite o uso de diferentes mapas de aceleração que atuam em conjunto com as configurações de controle de ABS e tração e resultam em até cinco modos de pilotagem (RS);

Modos de pilotagem: Na Street Triple S são dois modos de pilotagem: “estrada” e “chuva” e na RS, cinco: “estrada”, “chuva”, “esportivo”, “pista” e “programável pelo piloto”.

Briga de cachoro grande na categoria das naked médias, e a Street Triple vem adicionar mais dúvidas na cabeça do consumidor

Briga de cachorro grande na categoria das naked médias, e a Street Triple vem adicionar mais dúvidas na cabeça do consumidor

Painel de instrumentos em TFT da versão RS: Colorido, vem com mais três estilos de exibição da tela, com cronômetro de voltas, além do computador de bordo, consumo de combustível médio e instantâneo, autonomia, modos de pilotagem, informações de serviço, temperatura do motor, entre outras informações.

Novo painel de instrumentos em LCD: Na Street Triple S há um conjunto de instrumentos em LCD com seleção dos modos de pilotagem em movimento, computador de bordo, hodômetro, medidor de combustível, autonomia, distância percorrida, relógio e indicador de posição de marcha.

Joystick de cinco direções no punho: Para navegar no painel da Street Triple RS, há um joystick intuitivo de cinco direções; na Street Triple S possui botões no painel, revisados e seguindo a última geração de Speed Triple.

Freios ABS: Comutável na Street Triple RS pelo modo de pilotagem “programável pelo piloto”, que pode ser ajustado de acordo com as configurações de estrada ou pista, ou ser completamente desligado, se desejado pelo piloto.

Controle de tração comutável: Na Street Triple S selecione os modos de pilotagem de “estrada” ou “chuva”; Na RS, o controle de tração é gerenciado pelo modo de pilotagem “programável pelo piloto”, selecionando a configuração de controle de tração desejada, entre “estrada”, “chuva”, “pista”, “esportiva” ou “desligada”.

Quickshifter: A Street Triple RS é equipada com um quickshifter, que permite aumentos de marcha sem o uso de embreagem, o que é até 2,5 vezes mais rápido do que o tempo exercido por um piloto com a embreagem. Esta tecnologia é opcional na Street Triple S.

Farol DRL (Faróis de condução diurna): Toda a linha Street Triple apresenta agora novos faróis com novos e distintos Faróis de Condução Diurna (DRL), em LED. A tecnologia DRL é 28 vezes mais potente que a geração anterior. A Street Triple S tem novos faróis em LED, que são 4,6 vezes mais potentes que a geração anterior.

Indicador de posição de marcha: A Street Triple RS possui indicador de posição de marcha, acessível pelo painel de instrumentos.

As duas versões da Triumph Street Triple estão disponíveis nas concessionárias por R$38.990,00 (S) e R$48.990,00 (RS), nas cores vermelha e preta para a versão S e na RS prata e preta.

Ficha Técnica Triumph Street Triple RS / S

Motor 3 cilindros em linha, DOHC, 12 válvulas, arrefecido a líquido
Capacidade cúbica 765 cc
Diâmetro x Curso 79,9 mm x 53,58 mm
Potência 123 cv a 11.700 rpm (RS) / 113 cv a 11.250 rpm (S)
Torque 7,9 kgf.m a 10.800 rpm (RS) / 7,4 kgf.m a 9.100 rpm (S)
Alimentação Injeção eletrônica multiponto sequencial com controle eletrônico de aceleração
Capacidade de óleo 3,48 litros
Câmbio 6 velocidades
Transmissão final Corrente
Embreagem Multidisco banhado em óleo c/sleep-assist na RS
Chassi Dupla viga de alumínio com sub-chassi traseiro de duas peças parafusadas
Roda e pneu dianteiro 17 x 3,5 polegadas com pneu 120/70 ZR17
Roda e pneu traseiro 17 x 5,5 polegadas com pneu 180/55 ZR17
Suspensão dianteira RS Garfo invertido Showa de 41 mm e curso de 115 mm com ajuste de pré-carga, retorno e compressão
Suspensão dianteira S Garfo invertido Showa de 41 mm e curso de 110
Suspensão traseira RS Amortecedor único com reservatório de expansão STX40 Öhlins, curso de 131 mm com ajuste de compressão e retorno
Suspensão traseira S Amortecedor único com reservatório de expansão curso de 124 mm com ajuste pré-carga
Balança traseira Braço oscilante bilateral em liga de alumínio fundido
Freio dianteiro RS Duplo disco flutuante de 310 mm, pinças radiais Brembo de 4 pistões M50, com ABS
Freio dianteiro S Duplo disco flutuante de 310 mm, pinças deslizantes Nissin de 2 pistões, com ABS
Freio traseiro Disco de 220 mm, pinça deslizante Brembo de pistão único, com ABS
Tanque de combustível 17,4 litros
Comprimento 2.065 mm
Largura do guidão 735 mm
Altura (s/ espelhos) 1.085 mm
Altura do assento 825 mm
Distância entre eixos 1.410 mm
Peso seco 166 kg
Rake/Trail 23,8 graus / 99,9 mm

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.