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Testamos com exclusividade no Brasil, a Ducati Multistrada 1100, que traz o melhor de dois mundos: motor esportivo aliado à versatilidade de uso.

Villaescusa/Agência INFOMOTO

De cara, o slogan da Ducati Multistrada – “a moto esportiva completa” – desperta em qualquer motociclista o desejo de acelerá-la. Mas como slogans nem sempre se confirmam na realidade, restava a dúvida de como se comportaria essa “superesportiva” com uma proposta versátil da fábrica de Borgo-Panigale. Agora que a Multistrada 1100 DS desembarcou por aqui, ao preço de R$ 62.900,00, pudemos testar o slogan dessa italiana nas estradas brasileiras. Um marca que detém recorde de títulos no Campeonato Mundial de Superbike não poderia decepcionar no quesito desempenho. Já nos primeiros quilômetros com a Multistrada 1100 DS percebe-se o DNA racing do V2 a 90° de 1078 cm³, refrigerado a ar, com duas velas por cilindro. Em baixas rotações têm-se a falsa impressão que falta fôlego ao motor. Ledo engano. Girando o acelerador o propulsor desperta e mostra a que veio. O famoso (e exclusivo) comando de válvulas desmodrômico da Ducati entra em ação e os 95 cavalos de potência máxima surgem nas 7.750 rpm. A entrega de potência é bastante suave e linear, sem sustos ao piloto. O torque em baixas rotações também é digno de elogios – atingindo seu par máximo de 10,5 kgf.m já nas 4.750 rpm.

Não exagero em afirmar que esses dois cilindros em “L” comportam-se diferentemente da grande maioria das motos que tinha acelerado antes. Seu ronco, seu comportamento, tudo parecia novo. E também incrivelmente prazeroso. Ao entrar na estrada e acelerar para valer, até me esqueci das freqüentes críticas ao design da família Multistrada. Ela é muito mais gostosa de pilotar do que de se olhar.

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Apesar de vibrar bastante, uma característica dos V2 de grande capacidade, a Ducati conseguiu isolar o motociclista nessa última versão da Multistrada, com novos suportes de borracha no guidão e na mesa de direção. Em velocidades altas demais para nossas estradas, ela volta a incomodar. Porém, ajudam a lembrar que rodar acima de 200 km/h em vias públicas é ilegal no Brasil.

Viagens longas, e rápidas O slogan que a Ducati criou para o modelo justifica-se principalmente na hora de pegar a estrada. Equipada com um motor de caráter esportivo, a Multistrada 1100 DS oferece bastante conforto para o piloto. A posição de pilotagem bem ereta e o banco bem largo, além do pára-brisa que desvia o vento, permitem pilotar por mais de duas centenas de quilômetros sem nem sequer pensar em parar a moto. Diferentemente de motos superesportivas, mesmo após cerca de 250 km, meus punhos não doíam, nem minhas costas e nem minhas pernas. Muito confortável mesmo, além de propiciar uma boa visualização da estrada. Tudo graças à ciclística perfeitamente projetada para a sua proposta. Com um quadro em treliça, tradicional da Ducati, a Multistrada 1100, porém, tem suspensões de maior curso. Na dianteira, garfo telescópico invertido da marca Showa com 165 mm de curso. Na traseira, um belo monobraço de alumínio com um único conjunto mola-amortecedor Sachs fixado por links. Ambos totalmente ajustáveis.

Mais um ponto positivo para a Ducati, que conseguiu projetar um conjunto de suspensões que absorvesse as imperfeições do solo e, ao mesmo tempo, grudasse a Multistrada no chão em curvas de alta velocidade. Mas uma justificativa plausível para seu nome: uma moto capaz de percorrer diversos tipos de estradas – sejam as serras sinuosas dos Alpes italianos, uma highway como a Rodovia dos Bandeirantes ou até mesmo um estrada de terra.

Não que a Multistrada seja uma big-trail, mas consegue encarar sem grandes problemas um caminho de terra batida e até superar alguns (pequenos) buracos sem transmitir insegurança ao piloto. Mérito também dos pneus Pirelli Scorpion Sync, radiais de uso misto, mas com boa aderência também em uma tocada mais esportiva no asfalto. Depois de muitos quilômetros, constatei que o slogan da Ducati não é apenas uma jogada de marketing. Afinal, a Multistrada é esportiva e versátil ao mesmo tempo. O adjetivo “completa” talvez seja exagero dos italianos, característica, aliás, inerente a esse povo latino da “Vecchia Bota”. Mas que essa italiana é uma moto troppo versatile, ou seja, muito versátil, para se rodar em qualquer estrada é fato.

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FICHA TÉCNICA DUCATI MULTISTRADA 1100DS

Motor : 4 tempos, dois cilindros em “L” a 90°, 4 válvulas, comando Desmodrômico, refrigeração a ar Capacidade 1.078 cm³ Diâmetro x curso 98,0 mm x 71,5 mm Taxa de compressão 10,5:1 Potência máxima 95 cv a 7.750 rpm Torque máximo 10,5 kgf.m a 4.750 rpm Câmbio 6 marchas Transmissão final por corrente Alimentação Injeção eletrônica Marelli Comprimento total não informado Largura total não informada Altura não informada Distância entre eixos 1.462 mm Altura do assento 850 mm Peso a seco 196 kg Suspensão dianteira Garfo Telescópic invertido (upside-down) Showa totalmente ajustável Suspensão traseira Monobraço em alumínio com um único conjunto mola-amortecedor Sachs totalmente ajustável Freio dianteiro Disco duplo semi-flutuante de 320 mm de diâmetro, com pinças de quatro pistões Brembo Freio traseiro Disco simples de 245 mm de diâmetro com pinça de dois pistões Pneu dianteiro 120/70-ZR17 Pneu traseiro 180/55-ZR17 Tanque de combustível 20 litros Cor Vermelha Preço R$ 62.900