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Foram meses de melancolia, lembrando do som dos motores estremecendo autódromos e das disputas ombro a ombro em curvas, mas, enfim, o recesso da MotoGP acabou! A temporada 2018 do Mundial de Motovelocidade inicia no próximo final de semana com o GP do Catar, no Circuito de Losail, prometendo mais um calendário de surpresas e emoções aos milhões de amantes da velocidade sobre duas rodas espalhados mundo afora.

Em 2017, apreciamos o que provavelmente foi a temporada mais equilibrada da história do Mundial. Que a MotoGP 2018 também traga grandes disputas!

Em 2017, apreciamos o que provavelmente foi a temporada mais equilibrada da história do Mundial. Que a MotoGP 2018 também traga grandes disputas!

Em 2017, quem assistiu à MotoGP se deliciou com a mais equilibrada temporada do Mundial, tanto que até a última provatanto o favorito Marc Márquez (93, Repsol Honda Team) como o italiano Andrea Dovizioso (4, Ducati Team – em busca de sua primeira conquista após 10 anos na categoria rainha) poderiam ficar com o título. No final, o espanhol foi coroado com seu quarto título na MotoGP (sexto no Mundial) aos 24 anos de idade, fruto de suas 7 vitórias (contra 6 de Dovi) e de seu inquestionável potencial, tanto como piloto quanto como de estrategista.

Como foram os testes pré-temporada

Foram realizados quatro testes até o início da temporada – como manda o figurino. O primeiro em Valência (na Espanha, em novembro), depois em Sepang (Malásia, janeiro), após em Chang (circuito novidade desta temporada, na Tailândia, em fevereiro) e, por último, e Losail, Catar, no início de março. Diferente do ano passado, quando o recém-chegado à Yamaha Viñales roubou a cena, os resultados de 2018 mostram o equilíbrio entre máquinas e pilotos: Viñales foi o mais rápido em três dias de testes, Márquez e Pedrosa em dois, e Zarco, Lorenzo, Crutchlow e Iannone em um cada.

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Pode um piloto estreante, correndo em uma categoria satélite com uma moto defasada, conquistar pódio e terminar o campeonato em quinto? Para Zarco, sim

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Na Espanha, Maverick Viñales foi o mais rápido no primeiro dia, com Johann Zarco, Marc Márquez, Valentino Rossi e Jack Miller logo atrás. No segundo dia, foi a vez de Márquez, seguido por Dani Pedrosa, Zarco, Jorge Lorenzo e Viñales. Na Malásia foram três dias de testes, vencidos por Pedrosa, Viñales e Lorenzo, respectivamente. Fecharam o top 5 Dovizioso, Lorenzo, Danilo Petrucci e Jak Miller, no primeiro dia; Rossi, Cal Crutchlow, Lorenzo e Jack Miller no segundo; e Pedrosa, Crutchlow, Dovi e Jack Miller no terceiro.

Na Tailândia, mais três dias de testes. No primeiro, Crutchlow fez o melhor tempo, seguido de Alex Rins, Márquez, Dovi e Pedrosa; no segundo Márquez foi o mais rápido, com Pedrosa, Miller, Viñales e Zarco atrás; e no terceiro Pedrosa tomou a ponta e o top 5 foi fechado com Zarco, Crutchlow, Márquez e Rins. Por fim, no Catar, Viñales fez a melhor volta no primeiro dia, seguido por Dovi, Iannone, Zarco e Lorenzo; Iannone foi o mais rápido no segundo, com Dovi, Márquez, Zarco e Rins na sequência; e Zarco obteve o melhor resultado no último teste da temporada, com Rossi em segundo, Dovi em terceiro e Crutchlow e Viñales fechando o top 5.

Márquez, Rossi, Dovi, Viñales, Zarco, Iannonne… quem?

Muito mais do que rápido, Marc Márquez é maduro. Ajuste fino entre piloto, moto e equipe tem se mostrado uma receita campeã... mas será que alguém tira este sorriso do seu rosto em 2018?

Muito mais do que rápido, Marc Márquez é maduro. Ajuste fino entre piloto, moto e equipe tem se mostrado uma receita campeã… mas será que alguém tira este sorriso do seu rosto em 2018? 

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Aqui a velha máxima do futebol também pode ser aplicada, então ‘treino é treino e jogo é jogo’. Mesmo assim, é interessante observar que nenhum piloto se sobressaiu aos demais durante os testes, diferente do que já ocorrera em outros anos. Isto indica que, reforçando, teremos uma temporada equilibrada e disputada.

 

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Seis títulos mundiais aos 24 anos de idade... como não festejar?

Seis títulos mundiais aos 24 anos de idade… como não festejar?

Citando nomes, Marc Márquez entra em pista como o favorito, embalado por seus quatro títulos mundiais – e pelas conquistas de 2016 e 2017. Apesar de jovem, o espanhol mostra a maturidade necessária para se reerguer após quedas (frequentes na primeira metade da temporada passada) e também características, digamos, exclusivas de pilotagem – como seus famosos ‘saves’. Além disso, segue na mesma equipe Honda com a qual obteve todos os títulos até aqui e com a companhia do fiel escudeiro Dani Pedrosa, profissional regular que sempre soma pontos à equipe e que é o segundo piloto que todo mundo gostaria de ter.

Valentino Rossi firmou recentemente mais um contrato com a Yamaha, garantindo que defenderá a equipe por mais dois anos… ou seja, quando ele tiver 41 anos de idade, em 2020, ainda estará na categoria mais rápida do motociclismo mundial (por essa, e por muitas outras, ele é um mito do esporte). Enquanto isso, fãs seguem na esperança de que o italiano conquiste seu 10º titulo no Mundial (que seria o 8º na MotoGP), igualando-o ao compatriota Giacomo Agostini, maior campeão da história com 8 títulos na categoria principal – na época, 500cc. Mas o marco parece mais distante a cada ano – não diferente em 2018, quando Rossi continuou com as críticas ao rendimento da Yamaha YZR-M1 e teve um desempenho tímido nos testes oficiais com apenas três aparições no top 5 e nenhuma melhor volta. É uma grande pena, mas o sonhado 10º título parece uma volta mais distante a cada ano que passa…

Rossi é só amor com a Yamaha após garantir mais 2 anos defendendo a equipe. Muito se fala em um time do italiano na categoria principal depois disso, mas nada está definido ainda

Rossi é só amor com a Yamaha após garantir mais 2 anos defendendo a equipe. Muito se fala em um time do italiano na categoria principal depois disso, mas nada está definido ainda

Colega de Rossi, Maverick Vinãles parece sentir o peso de ser colega do italiano na equipe – e de precisar suportar as pressões do companheiro. Apesar de rápido com sua Yamaha – dominando os testes da temporada passada e de vencer três corridas ao longo do ano, o espanhol parece carecer da maturidade que reside em Márquez. Em 2017 ficava abalado após resultados ruins ou quedas e custava a apresentar o mesmo desempenho positivo novamente. Mesmo assim, sobrava talento, foram sete pódios e 5 poles ao longo do ano.

Depois de uma temporada excelente em 2017, a melhor de sua carreira até aqui, Andrea Dovizioso mostra afinidade com a nova Desmosedici Ducati para 2018. Após o fim dos últimos treinos ele disse estar “muito satisfeito com as sensações” proporcionadas pela moto e que está “muito feliz com o trabalho que a Ducati fez durante o inverno”. O italiano promete… Seu colega de equipe, o tricampeão Jorge Lorenzo apresentou uma série de dificuldades na MotoGP durante o ano passado – até mesmo para completar a prova, muitas vezes. Contudo, teve bons momentos testes nesta pré-temporada, apesar de suas críticas ao chassi da Ducati e de admitir que ainda não ‘pegou bem o jeito’ da pilotagem sobre a nova moto – completamente diferente da Yamaha que lhe garantiu os três títulos.

Lorenzo tem uma carreira brilhante, mas um período de sombras em sua última temporada. Depois do desempenho fraco de 2017, espanhol disse que ainda não se adaptou totalmente às características da Ducati

Lorenzo tem uma carreira brilhante, mas um período de sombras em sua última temporada. Depois do desempenho fraco de 2017, espanhol disse que ainda não se adaptou totalmente às características da Ducati

Zarco é a menina dos olhos da Tech3 e conquistou três pódios com sua Yamaha em 2017, um resultado acima da média para uma equipe satélite. Em 2018, terá Hafizh Syahrin como companheiro de box e se despedirá da marca japonesa, uma vez que a Tech3 firmou uma parceria com a KTM a partir de 2019. Andrea Iannone, por sua vez, teve uma temporada inexpressiva no ano passado e não conseguiu levar sua Suzuki oficial sequer à um pódio em 18 corridas, somando míseros 70 pontos (com a Ducati, foram 188 em 2015 e 112 em 2016). Porém, o italiano se saiu bem em alguns testes com a nova GSX-RR (até com uma melhor volta no Catar), mas segue com críticas ao rendimento e excessivo desgaste de pneus do modelo.

Calendário oficial da MotoGP 2018

Em 2018, a MotoGP terá o maior calendário de sua história, com 19 corridas. A novidade é a inclusão de mais uma prova na Ásia, que será a 15ª etapa do calendário, com o GP da Tailândia, realizada no Circuito Internacional de Chang. O traçado é novo, construído em 2014, e já recebeu grandes provas internacionais de automobilismo, como o Mundial de Carros de Turismo (WTCC) e o Porsche Carrera Cup. A motovelocidade também já passou por lá, através do Mundial de SuperBike (WSBK), disputado em Chang em 2015, 2016 e 2017. A prova pela MotoGP ocorre no dia 7 de outubro.

GP da Tailândia é a novidade desta temporada

GP da Tailândia é a novidade desta temporada

18 de março – Qatar, Losail
8 de abril – Argentina, Termas de Rio Hondo
22 de abril – Estados Unidos, Circuito das Américas – Austin
6 de maio – Espanha, Jerez de la Frontera
20 de maio – França, Le Mans
3 de junho – Itália, Mugello
17 de junho – Catalunha, Barcelona
1 de julho Holanda, Assen
15 de julho – Alemanha, Sachsenring
5 de agosto – República Checa, Brno
12 de agosto – Áustria, Red Bull Ring – Spielberg
26 de agosto – Inglaterra, Silverstone
9 de setembro – San Marino, Misano
23 de setembro – Espanha, Aragão
7 de outubro – Tailândia, Chang (novidade do calendário 2018)
21 de outubro  Japão, Motegi
28 de outubro Austrália, Phillip Island
4 de novembro – Malásia, Sepang
18 de novembro – Espanha, Valência

Formação das equipes e invasão da Moto2

As equipes oficiais de Ducati, Honda, KTM, Suzuki e Yamaha entram em 2018 sem qualquer alteração, diferente dos times satélite e da Aprilia. Destaque para a imigração de pilotos que se destacaram na Moto2 em 2017 e agora tem a chance de correr na categoria principal, são eles: Franco Morbidelli, campeão da categoria 600cc no ano passado com 308 pontos, Thomas Luthi (vice-campeão 2017, 243 pontos), Takaaki Nakagami (7º em 2017) e Xavier Simeon (23º no ano passado). Desta forma, as equipes estão dispostas da seguinte maneira:

Franco Morbidelli e Thomas Luthi, campeão e vice da Moto2 em 2017, representam a Marc VDS

Franco Morbidelli e Thomas Luthi, campeão e vice da Moto2 em 2017, representam a Marc VDS

Aprilia Racing Team Gresini
Aleix Espargaro
Scott Redding

Ducati Team
Andrea Dovizioso
Jorge Lorenzo

Movistar Yamaha MotoGP
Maverick Viñales
Valentino Rossi

Red Bull KTM Factory Racing
Bradley Smith
Pol Espargaro

Repsol Honda Team
Dani Pedrosa
Marc Marquez

Team SUZUKI ECSTAR
Andrea Iannone
Alex Rins

Iannone obteve bons resultados nos testes, mas ainda vê muitas falhas na moto da Suzuki

Iannone obteve bons resultados nos testes, mas ainda vê muitas falhas na moto da Suzuki

Alma Pramac Racing (Ducati)
Danilo Petrucci
Jack Miller

Angel Nieto Team (Ducati)
Karel Abraham
Alvaro Bautista

EG 0,0 Marc VDS (Honda)
Thomas Luthi
Franco Morbidelli

LCR Honda (Honda)
Takaaki Nakagami
Cal Crutchlow

Monster Yamaha Tech 3 (Yamaha)
Johann Zarco
Hafizh Syahrin

Reale Avintia Racing (Ducati)
Xavier Simeon
Tito Rabat

Eric Granado e Meikon Kawakami, brasileiros no Mundial de MotoGP

Campeão Europeu de Moto2 e brasileiro de SuperBike, Eric Granado volta ao Mundial de Moto2

Campeão Europeu de Moto2 e brasileiro de SuperBike, Eric Granado volta ao Mundial de Moto2

O Brasil terá representantes em duas categorias do Mundial este ano! Eric Granado volta à Moto2 mais maduro e embalado pelo título europeu na categoria, conquistado no ano passado, ano em que ele também sagrou-se campeão do SuperBike Brasil. O paulista já havia participado do Mundial, correndo entre 2012 e 2014 na Moto2 e Moto3, ingressando com apenas 15 anos de idade. Agora, ele representará a equipe Forward Racing Team, dividindo o box com o italiano Stefano Manzi, que ingressou no Mundial em 2015 pela Moto3 e em 2017 chegou à Moto2, onde correu pela SKY Racing Team VR46 na última temporada. Em 2018, Granado continuará correndo pela Honda na categoria principal do SuperBike Brasil, estabelecendo uma maratona entre provas no País e exterior.

No ano passado, Meikon estreou em competições internacionais. Além do aprendizado (o que mais importa neste momento), piloto faturou até pódio e vitória no Europeu de Moto3

No ano passado, Meikon estreou em competições internacionais. Além do aprendizado (o que mais importa neste momento), piloto faturou até pódio e vitória no Europeu de Moto3

Já o jovem Meikon Kawakami seguirá representando o solo verde e amarelo na Red Bull Rookies Cup, categoria-escola do Mundial e que acompanha seu calendário ao redor do mundo. Ademais, uma novidade: no ano passado ele correu o European Talent Cup e agora subiu de categoria, confirmado para correr na Moto3 do FIM CEV (o Eurupeu de Motovelocidade), a Moto3 Junior World Championship. Meikon fez sua temporada de estreia em circuitos internacionais no ano passado, e seu notório aprendizado, além de bons resultados, garantiram seu passaporte para 2018. No ano passado ele figurou entre os dez melhores da Rookies Cup e conquistou pódios na Europa – incluindo uma vitória, em Aragão. Boa sorte, Brasil!

 

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Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza