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A restrição ao crédito e a queda na liberação de financiamentos continuam afetando negativamente o segmento de motocicletas no Brasil, cujas vendas e produção caíram quase pela metade, na comparação de julho de 2012 com o mesmo mês do ano passado. Pelos dados divulgados pela ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – em julho o volume vendido no atacado foi 46,2% menor, com 86.757 unidades, ante as 161.292 unidades registradas em igual mês de 2011, e se posicionou como resultado mensal mais baixo desde dezembro de 2008, quando o segmento de motocicletas foi fortemente afetado pela crise econômica mundial. Em relação ao mês passado, a retração nas vendas foi de 37,5%.

Foram produzidas 75.837 unidades em julho de 2012, volume correspondente a uma queda de 52,7% se comparado ao mesmo mês do ano passado, quando foram fabricadas 160.221 unidades. Foi a menor produção mensal desde janeiro de 2009. Comparando-se a junho de 2012, quando foram produzidas 140.920 unidades, a queda foi de 46,2%.

“Em linhas gerais, a queda acentuada nas vendas e na produção reflete a necessidade de ajustar os estoques existentes nas concessionárias. Vale lembrar que, neste mês, as fábricas estenderam o período de férias previamente programadas. O ritmo de produção diária também foi reduzido. Com os ajustes feitos, a produção total foi equivalente à metade da registrada em julho de 2011”, comenta Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

A partir de reuniões com instituições financeiras, a entidade já encaminhou recomendações às suas associadas, visando à obtenção de maior qualidade nos processos de financiamento para os consumidores de motocicletas. “Como apenas 15% das propostas de financiamento são aprovadas pelos bancos, nosso desafio é elevar esse patamar para 30 ou 40% e, com isso, teremos um avanço importante para a recuperação dos negócios”, completa Fermanian.

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Nas vendas no atacado acumuladas de janeiro a julho deste ano, os resultados também ficaram abaixo dos registrados em 2011. Foram comercializadas 984.009 unidades, ante 1.194.735 unidades do mesmo período de 2011, correspondendo a uma retração de 17,6%. No mesmo período, a produção registrou queda de 15,8%, passando de 1.238.982 unidades em 2011 para 1.043.727 unidades em 2012.

Pelo levantamento da Abraciclo, as exportações de motocicletas apresentaram alta de 24,7% na comparação de julho de 2012 com o mesmo mês do ano passado – de 5.371 para 6.699 unidades. No acumulado de janeiro a julho, foram exportadas 55.079 unidades, representando um aumento de 45,42% perante as 37.877 unidades de 2011.

Consumidor Final

Número de licenciamentos de motocicletas

Número de licenciamentos de motocicletas

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Os licenciamentos de julho ficaram 13,5% abaixo do mesmo mês do ano passado, com 138.472 contra 160.159 motocicletas. Se comparado a junho, quando foram emplacadas 123.946 motocicletas, o resultado foi positivo, com um aumento de 11,72%, porém deve ser considerado que julho contou com dois dias a mais de vendas em relação ao mês anterior. Diante disso, praticamente não houve alteração na média diária de vendas entre os dois meses.

No acumulado dos primeiros sete meses de 2012, as vendas para o consumidor final totalizaram 987.002 unidades ante 1.078.296 de igual período de 2011, correspondendo a uma retração de 8,5%.

Bicicletas

No segmento de bicicletas, as fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) fecharam o primeiro semestre deste ano com aumento de 22% na produção, em comparação com os seis primeiros meses do ano passado. De acordo com dados da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) relativos aos semestres iniciais de cada ano, foram produzidas 421.285 bicicletas em 2012, ante 345.219 em 2011.

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Ainda no comparativo entre os primeiros semestres de 2011 e 2012, as vendas de bicicletas no atacado registraram queda de 2% no presente ano (367.534 unidades), ante as 373.145 unidades do ano anterior.

Já as importações de bicicletas em geral no País aumentaram 15%, passando de 123.936 para 142.531 unidades, no comparativo entre os semestres iniciais de 2011 e 2012, conforme dados apurados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).