O pacote de tecnologia do MotoGP da YZR-M1 já está disponível ao público na nova R1 modelo 2015. Calma, por enquanto apenas no exterior. Novo motor crossplane, novo chassi com menor distância entre eixos e eletrônica “high-tech”. “Ela está pronta para se conectar ao seu corpo e elevar sua pilotagem a um novo patamar”, disse Valentino Rossi, que participou do desenvolvimento da nova moto.
A R1 foi desenvolvida a partir da YZR-M1 do MotoGP. Vieram das pistas os 200cv com o peso total de menos de 200 kg (na verdade 199Kg) e os 1.405mm de entre eixos, o que dá uma boa mostra de suas capacidades. No entanto, o que a torna realmente especial não se pode ver.
O sistema nervoso dessa moto está baseado em uma unidade eletrônica de medição inercial com 6 eixos que verifica constantemente o movimento da moto em 3 dimensões. Isso cria condições para controlar a tração, derrapagens, empinadas, frenagem e arrancadas.
O novo motor de quatro cilindros tem 998 cm³ de capacidade e é chamado de CP4. Oferece 200 cv, sem contar com a pressurização do vento frontal no duto de admissão, o que aumenta ainda mais esse valor. Conta também com novo virabrequim, bielas de titânio fabricadas pelo processo “fracture split”, pela primeira vez usado na fabricação de uma motocicleta, o que resulta em mancais perfeitamente circulares. O cabeçote tem passagens redesenhadas e válvulas maiores (33 mm na admissão, 26,5 mm no escape), alta compressão (13,0:1) e uma angulação das válvulas menor, que permite uma configuração mais compacta da câmera de combustão.
Também “emprestado” do MotoGP, tem o virabrequim com o desenho “crossplane” que está configurado para uma ordem de explosões a 270° – 180° – 90° – 180°. Assim, cada pistão tem o seu pulso bem definido e separado para melhor aceleração e tração, sem falar no ronco excepcional que essa configuração produz. Outra característica desse novo virabrequim é a diminuição em 20% do atrito em seus mancais, melhorando ainda mais a aceleração e resposta ao comando do acelerador. O eixo de balanceiros tem seus contrapesos junto aos pistões externos e está conectado ao eixo primário do câmbio. Tudo isso resulta em um motor com muita potência e uma curva de torque muito bem aproveitável.
Os pistões leves e fortes são forjados e são resfriados por um jato de óleo por baixo. Eles contam com anéis de baixa tensão que, em conjunto com os pinos revestidos com uma dura camada de carbono, ajudam a reduzir o atrito interno. O mecanismo de balancins das válvulas também são revestidos com esse tratamento e seu mecanismo permite um acionamento mais rápido e mais amplo, de forma alavancada. Isso proporciona maior abertura das válvulas do que a altura simples do ressalto que o comando permitiria, reduzindo a carga sobre a pista do comando e assim reduzindo ainda mais o atrito interno do motor.
Um dos grandes desafios da Yamaha no desenvolvimento desse novo motor foi aumentar o volume da caixa de ar e ao mesmo tempo diminuir perdas de potência. A caixa de ar da nova R1 tem 23% a mais de volume, chegando agora a 10,5 litros agora. A injeção tem tubos de comprimento variável como no modelo anterior, mas agora a alimentação é feita por dois injetores de 12 furos em direções distintas para atingir a base das duas válvulas de admissão.
A participação de Valentino Rossi no desenvolvimento dessa moto, permitiu que vários aspectos desenvolvidos originalmente na sua moto preferida – a M1 -, fossem também implementados na R1. Notadamente o sistema eletrônico tridimensional, de seis eixos, que faz uma ponte entre a sensibilidade humana e as possibilidades mecânicas da motocicleta. Sensores de inclinação lateral, inclinação longitudinal e giroscópio são conectados ao sistema de controle de tração e ABS, de forma que se permite controlar as derrapadas, empinadas, arrancadas e frenagens. Há ainda o sistema de trocas rápidas de marchas, tudo integrado aos modos de condução da motocicleta de forma que se pode ajustar todos os parâmetros individualmente. Muita liga de magnésio é utilizada nas rodas e tampas laterais do motor.
Valentino disse que queria uma moto que tivesse a agilidade da sua M1 de corrida e que ao mesmo tempo fosse mais confortável para pilotar e que permitisse uma sensibilidade melhor na frente. Por isso o perfil da M1 está reproduzido nessa frente nova, que resulta em boa pressão vertical na sua aerodinâmica. “Toda eletrônica aplicada ao MotoGP melhorou muito o desempenho desta nova R1″, disse Rossi durante a apresentação da moto no último EICMA (Salão de Milão). “A eletrônica funciona de uma forma muito natural; é como se você pilotasse normalmente, mas mais fácil”.
De fato, as motos melhoraram muito, tanto que sem essa eletrônica toda seria impossível conduzí-la em segurança e utilizar de todo seu potencial. É muito leve e muito potente ao ponto que as correções na pilotagem devem ser mais rápidas do que um ser humano normal pode produzir e o ciclo de 125 medições por segundo do sistema eletrônico de sensores permite que o controle por parte da eletrônica seja rápido e eficiente.
Farois de LED muito leves agora ficam abaixo da linha da carenagem frontal e o sistema de escapamento em titânio flui por 4 tubos, passando para 2 e por fim em 1. A distância entre eixos diminuiu apenas 10 mm e o comprimento da balança diminuiu em 13 mm. Rake e o off-set do garfo se mantém e a suspensão invertida tem tubos de 43 mm na frente com amortecedor único com link na traseira.
É uma moto fundamentalmente diferente, desenvolvida para ser a melhor nas pistas. São 200 cv e 199 kg com todos os fluidos.
Mas ainda não acabou, tem ainda a Yamaha R1M que está um passo além da R1, mais próximo ainda da M1 do MotoGP. Em edição limitada, ela vem com tanque de alumínio, carenagem de fibra de carbono e um sistema de comunicação (CCU, android e iphone) para exportar e importar o setup que pode ser preparado em aplicativo, separadamente da moto.
A suspensão é regulada eletronicamente, há um “Data Logging System” com GPS integrado que é na verdade um sistema completo de telemetria que fornece registros de tempos de volta, ângulos de inclinação, posicionamento geográfico na pista, posição do acelerador, velocidade instantânea, entre outras coisas e que ainda pode se comunicar sem fio com o Yamaha Ride Control System (YRC) onde se verifica os modos de condução e é possível importar e exportar os arquivos do sistema para mapeamentos.
Veja as principais características da R1M
- Suspensão eletrônica Öhlins (Electronic Racing Suspension – ERS)
- Unidade de controle de comunicação sem fio no remapeamento (Communication Control Unit CCU)
- Carenagem com estilo fibra de carbono, peso total da moto 200kg pronta para uso-180kg peso seco
- Novo motor de 998cc com 200cv crossplane e 4-cilindros
- Sensores de movimento em seis eixos para monitoramento em 3D
- Controle de tração e controle de derrapagens integrado com sensor de inclinação
- Controle nas empinadas, controle de largada e pneu traseiro de 200mm de largura
- Sistema de freio ABS unificado sensível a inclinações
- Novo chassi, mais curto em alumínio Deltabox
- Balança curvada para cima e sub-chassi traseiro em magnésio
- Disponibilidade limitada