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Fazer um novo teste da Yamaha YS 250 Fazer não fazia muito sentido. Mas avaliar a versão bi-combustível apresentada pela Yamaha com o nome de Blue Flex fez todo o sentido, sobretudo no momento em que o etanol começa a fazer sentido novamente nas contas dos brasileiros. A proposta é verificar o comportamento do motor da moto quando se usa etanol como combustível ou suas múltiplas misturas com a gasolina brasileira. E assim foi feito.

Versão Blue Flex da Fazer: diferença só no sistema de injeção eletrônica

Versão Blue Flex da Fazer: diferença só no sistema de injeção eletrônica

A Fazer, pioneira no Brasil a receber o sistema de injeção eletrônica (dentre as motos “nacionais”), é novamente pioneira no segmento das 250 com essa versão bi-combustível. Do ponto de vista eminentemente técnico, a moto sofreu poucas mudanças em relação à sua irmã a gasolina. Na Blue Flex o sistema de injeção eletrônica recebeu alterações e aceita qualquer proporção de mistura etanol e gasolina.

Consumo geral Yamaha Fazer Blue Flex: tendência de que o uso de etanol seja mais econômico para o bolso

Consumo geral Yamaha Fazer Blue Flex: tendência de que o uso de etanol seja mais econômico para o bolso

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No entanto, não se recomenda usar somente etanol puro, sobretudo em dias mais frios. Percebemos uma certa dificuldade em partir o motor frio com temperatura ambiente próxima de 15 graus. Isso poderá sacrificar um pouco a bateria. Desta forma, a recomendação é manter um mínimo de 20% de gasolina na mistura no tanque, sempre que decidir abastecer com etanol.

Procuramos rodar bastante e com abastecimentos variados nas proporções de etanol na mistura. Recebemos a moto com combustível, rodamos um pouco e abastecemos com etanol. Rodamos 270 km e enchemos com gasolina. Entraram 11,7 litros, ou seja, uma média urbana de 23,04 km/litro, com uma proporção de 35% de etanol no tanque. Como o tanque da moto tem 19,5 litros, apontava quase reserva quando havia mais de 7 litros de combustível no tanque, 3 a mais do que a reserva especificada (4,5). Cuide para a moto não parar porque por segurança ela corta o motor ainda com combustível no tanque para não estragar a bomba. A média realizada pode ser considerada muito boa, inclusive porque foi totalmente urbana neste primeiro trecho.

Cálculo feito com preços médios dos combustíveis apurados na região central de São Paulo

Cálculo feito com preços médios dos combustíveis apurados na região central de São Paulo

De uma maneira geral, a média de consumo piora na mesma proporção que se adiciona etanol na mistura, como era de se esperar e que está mostrado na tabela. Contudo, isso não significa que se deva fugir do etanol. Ao contrário, com preços dos combustíveis atualmente apurados na cidade de São Paulo (13/9/2012), usar etanol é mais vantajoso para o consumidor. Para este cálculo, tomamos por base as médias de consumo verificadas na nossa avaliação: 18 km/l com etanol e 26 km/l com gasolina percorrendo uma distância de 300 km. Fundamentalmente deve-se levar em consideração a diferença entre o preço da gasolina e do etanol. Se essa diferença estiver próxima de 40%, a vantagem para o consumidor será usar etanol. No caso da Fazer Blue Flex, a diferença encontrada é de 38%.

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Os consumidores da Fazer destacam a mecânica robusta e confiável, mas reclamam do preço de peças originais e do nível de atendimento e de serviços nas concessionárias da marca

Os consumidores da Fazer destacam a mecânica robusta e confiável, mas reclamam do preço de peças originais e do nível de atendimento e de serviços nas concessionárias da marca

Uma pequena mudança foi feita no pedal de câmbio – sem qualquer relação com o fato de a moto ser bi-combustível – que não é mais ajustável com rosca. Agora segue o exemplo da CB300 e Twister com uma vareta dobrada interligando a alavanca de câmbio com o eixo acionador. Fora isso, as mudanças são mesmo imperceptíveis. As boas qualidades da ciclística se apresentam, apesar da unidade avaliada ter apresentado a frente muito mole e com ação prejudicada, nesta unidade. Vale como menção ao consumidor que tira uma moto zero km. A suspensão estava muito macia na frente (a traseira é regulável na pré-carga da mola) e dava o retorno com velocidade excessiva ao absorver um impacto maior, por causa da fraca ação de amortecimento do retorno.

A Fazer Blue Flex continua sendo uma moto que destaca-se por vestir bem e oferecer muita segurança mesmo a pilotos menos experientes. Apesar de monocilíndrica, o nível de vibração é mínimo, fruto de um trabalho exemplar no dimensionamento e sincronização do eixo balanceiro. Seu peso (137 kg) é minimizado pela boa ciclística e passa despercebido no meio dos carros no trânsito urbano. Ela comporta-se como motocicleta pequena, com a vantagem do pouco peso bem distribuído e do resultado de todo acerto do motor, com o sistema de injeção eletrônica que oferece sempre a força na medida exata, com suavidade nas manobras. A posição de pilotagem é natural e permite visibilidade do painel e uso dos comandos intuitivamente.

Comportamento uniforme: com etanol ou com gasolina, não há diferença de funcionamento e desempenho; só o consumo muda

Comportamento uniforme: com etanol ou com gasolina, não há diferença de funcionamento e desempenho; só o consumo muda

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Na  Comunidade Motonline a Yamaha Fazer é uma das campeãs de avaliações – 47 até 11 de setembro de 2012. A moto tem nota média de 9,2 (na escala de 0 a 10) e de uma maneira geral agrada bastante seus consumidores. As maiores críticas feitas a ela são: falta da 6ª marcha; câmbio com engates duros e imprecisos; a tampa de combustível “ridícula” feia e defasada; falta um pouco de potência no motor; falta das alças para o garupa; barulho do motor “esquisito” (mas normal). Além destas, há menções ao banco muito duro e também à falta de um indicador de marcha engatada no painel.

Todas estas indagações negativas sobre a moto são perceptíveis na Fazer Blue Flex 2012. Quando o fabricante determina o número de marchas numa moto ele considera a curva de torque e potência máxima do motor para determinar um escalonamento que proporcione boa aceleração. Para ter seis marchas esse escalonamento deve ser mais próximo (caindo menos o giro entre as marchas). Porém, no caso da Fazer e também da CB300 isso não acontece. A aceleração é bastante linear, sem “buracos” entre as marchas. Diferente da Kawasaki Ninja 250 que tem mais potência e uma curva de torque mais “aguda”, favorecendo as altas rotações, por isso ela aproveita bem as seis marchas. Na Fazer ou CB300 uma sexta marcha poderia atuar como um “overdrive” deixando o motor em giro mais baixo e com melhor consumo. Velocidade a mais seria apenas em situação favorável, em descidas e com vento a favor, ou seja, “em queda livre”.

No tanque a explicação sobre a luz "Blue Flex"

No tanque a explicação sobre a luz "Blue Flex"

Os engates continuam duros e demandam atenção para não se errar. Normalmente essa “característica” melhora quando a moto atinge mais de 10 mil Km. As menções estéticas sobre a tampa do tanque de fato procedem. Numa moto desta classe caberia facilmente uma tampa de tanque com dobradiça, mais bonita e moderna, um marcador de marcha engatada no painel e as necessárias alças traseiras, tanto para o garupa se sentir mais seguro quanto para amarrar bagagens e pequenas cargas. Parece que a Yamaha quer forçar a venda de acessórios.

Destaca-se na Fazer 250 Blue Flex 2012 o excelente farol com lâmpada de 55/60 watts, garantia de luminosidade e segurança em pilotagem noturna. Não ocorre diferença de torque e potência perceptíveis quando se usa etanol ou gasolina. A Yamaha Fazer Blue Flex “esconde” bem eventuais diferenças, se é que existem. Ela mantém o comportamento do motor regular e a aceleração é firme e linear, com capacidade de manter velocidade de cruzeiro nas estradas sem esforço. Claro, há que se respeitar o limite de uma moto de 250 cc de cilindrada e 21 cv de potência.

No painel, apenas a nova luz "Blue Flex"

No painel, apenas a nova luz "Blue Flex"

Com vendas médias em torno de 2,5 mil unidades mensais em 2012, a Yamaha Fazer YS250 nas duas versões (Blue Flex e Gasolina) tem preço competitivo dentro da categoria e mantém nível de venda estável. A concorrência nesta classe de motos é cada vez mais acirrada e a chegada da versão Blue Flex da Yamaha parece ter feito a Honda se mexer, apesar de não ser ainda oficial a chegada da CB 300 Flex. A outra concorrente, Dafra Next, não demonstra movimentação neste sentido e ainda luta para firmar-se no segmento. A Fazer, apesar de ter motor menos potente que suas concorrentes, agrada pela facilidade de pilotar e na harmonia do conjunto mecânico e ciclístico e agora com a versão Blue Flex pode ampliar sua participação.

A Yamaha Fazer YS250 Blue Flex é apresentada nas cores prata e preta, custa R$ 11.690,00 e tem um ano de garantia, sem limite de quilometragem.

 

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