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Uma nova moto Custom chegou ao Brasil: A Yamaha XVS 950 Midnight Star. Seguindo a tendência mundial das linhas clássicas estilo retrô, a moto foi apresentada pela fábrica na última quinta-feira pelos executivos da empresa.

Montada num chassis moderno com pintura fosca permite uma estrutura de linhas suaves e flúidas. Lembra os desenhos em forma de gota dos carros esportivos europeus dos anos trinta. Porém com a ciclística equilibrada não lembra em nada o rodar cambaleante das antigas motos americanas, as respostas do chassis são bastante rápidas e precisas para uma moto custom.

A suspensão traseira bem compliante não rebate nas imperfeições do asfalto bem acabado mas certamente vai transmitir os impactos dos buracos das nossas ruas. Ela não foi feita para o nosso piso irregular e mal conservado. Já na dianteira a coisa melhora bem, a suspensão absorve com suavidade os maiores trancos e na posição que o piloto fica tanto nas frenagens quanto nas acelerações o equilíbrio da frente é perfeito, percebe-se a distribuição de peso mais adiantada do que o comum nas custom, e isso favorece bastante, mesmo estando “vendido”, como passageiro da moto, coisa inerente da posição de pilotagem, uma opção da moto que não se discute.

A transmissão por correia não faz o menor barulho mas como a de corrente tem uma folga que pode impressionar, pois às vezes ela está lá e outras vezes não. Acredito que possa ser conseqüência de uma certa elasticidade da correia dentada, coisa normal também nas americanas. Mas a verdade é que visualmente impressiona esse conjunto, aliado à longa placa que desce debaixo do banco causando bastante impacto visual.

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O motor é um OHV com quatro válvulas por cilindro mas arrefecido a ar e com injeção eletrônica. Coisa de purista americano pois carregar um radiador pendurado no chassis é coisa que eles odeiam. Qual a solução senão mais tecnologia, o revestimento cerâmico dos cilindros que permite tolerâncias mais justas, ou seja. Há que se ter qualidade apesar deles, os puristas que parecem avessos à tecnologia. Percebe-se o cuidado no desenvolvimento dos ruídos, não só do escapamento mas até na admissão pois ai aparece aquela pulsação ao acelerar invocando o poder da força do motor. Interessante que ele não fica devendo muito aos grandes propulsores de outras marcas.

Resultado muito positivo dessa Yamaha no segmento, ela oferece o melhor dos dois mundos, da tradição com tecnologia.

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.