Uber mira 100 mil motos elétricas para entregas com parceria da gigante chinesa Vmoto. Objetivo é substituir no futuro toda a frota a combustão.

A Uber anunciou um ambicioso plano de eletrificação para sua rede de entregadores no “Velho Mundo”. Em parceria com a fabricante chinesa Vmoto, a empresa quer colocar até 100 mil motos elétricas para entregas em operação até o final da década. A iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla de redução de emissões e modernização da frota usada por seus parceiros.

100 mil motos elétricas para entregas até 2030 na Europa - Divulgação
Uber e Vmoto: 100 mil motos elétricas para entregas até 2030 na Europa – Divulgação

Uber quer 100 mil motos elétricas para entregas até 2030

A adoção de motos elétricas para entregas tem ganhado força globalmente, impulsionada por preocupações ambientais, políticas públicas urbanas mais restritivas e os custos operacionais das motocicletas a combustão. No centro desse movimento está o acordo entre Uber e Vmoto, que pretende oferecer alternativas de mobilidade mais limpas para os entregadores parceiros em grandes cidades europeias.

O objetivo é ambicioso: atingir a marca de 100 mil veículos elétricos em circulação até 2030. Isso exigirá uma média de 25 mil motos novas por ano, número expressivo para um mercado em transição. Apesar da escala do desafio, a Uber acredita que, com apoio da Vmoto e modelos de locação flexíveis, será possível acelerar essa transformação.

Uber: 25 mil motos elétricas novas por ano até 2030 - Divulgação
Uber: 25 mil motos elétricas para entregas por ano até 2030 – Divulgação

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Scooters não serão da Uber, mas de operadoras parceiras

Diferentemente do que muitos imaginam, a Uber não irá fornecer diretamente os veículos. O plano prevê que operadoras terceirizadas disponibilizem as scooters elétricas para aluguel, com condições facilitadas de manutenção, recarga e reposição. Cidades como Paris, Lisboa, Madri, Berlim, Londres e Amsterdã devem ser as primeiras a receber essa frota sustentável.

Segundo a plataforma, esses contratos incluem vantagens para quem trabalha com entregas no dia a dia. Os custos de combustível e possivelmente manutenção, principais vilões das margens dos entregadores, são reduzidos  com as motos elétricas. Além disso, essas scooters enfrentam menos restrições urbanas, cada vez mais comuns para veículos a combustão.

Segundo Nick Spilger, chefe da divisão de entregas da Uber, “ajudar as cidades a combater a poluição e avançar para um futuro com emissões zero é uma missão clara da empresa”. Ele destacou que permitir o acesso a veículos mais acessíveis e menos poluentes é uma das formas de atingir esse objetivo.

VMoto: uma das maiores do mundo em motos e scooters elétricas - Divulgação
VMoto: uma das maiores do mundo em motos e scooters elétricas – Divulgação

Um novo paradigma urbano?

Além dos ganhos operacionais, a presença de motos elétricas para entregas nas ruas das grandes cidades europeias representa uma mudança de paradigma. A expectativa é de que essa eletrificação contribua não só com o meio ambiente, mas também com a percepção social e política do papel das plataformas de entrega.

Para os entregadores, que enfrentam jornadas intensas e muitas vezes precárias, a transição pode significar  mais conforto — scooters elétricas são silenciosas e se adaptam bem ao ambiente urbano. Ao mesmo tempo, governos locais podem ver essa transição com simpatia, com o objetivo de reduzir ruídos e emissões.

IFood: motos elétricas, baterias e pontos de recarga – Divulgação
IFood: motos elétricas para entregas, baterias e pontos de recarga – Divulgação

 

E o Brasil, onde entra nessa tendência?

Apesar de a Uber Eats ter encerrado suas operações de entrega de restaurantes no Brasil em 2022, o mercado nacional não ficou de fora da eletrificação. O iFood, principal plataforma do setor, tem liderado iniciativas sustentáveis e já anunciou o objetivo de colocar 600 mil motos elétricas em operação até 2035.

O projeto brasileiro conta com apoio de uma startup especializada em descarbonização e talvez até o lançamento de uma possível marca própria de motos elétricas para entregadores. Embora essa possibilidade ainda não tenha sido confirmada, a movimentação indica um caminho semelhante ao europeu.

CPX Comfort é um modelo da VMoto, disponível para locação no Brasil - Divulgação
CPX Comfort é um modelo da VMoto, disponível para locação no Brasil – Divulgação

No Brasil, a Vmoto também está presente. Um dos modelos da marca está disponível num acordo entre as empresas 99Moto e a startup Vammo para locação de scooters elétricas destinadas exclusivamente a entregadores. O modelo CPX Comfort, conhecido na Europa como Super Soco CPX, pode ser alugado atualmente na capital paulista e região metropolitana, em esquema semelhante ao oferecido pela Mottu.

Segundo dados da Fenabrave, a scooter CPX foi o modelo de moto elétrica mais emplacado no país em 2024, com mais de 2 mil unidades registradas. 

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Jornalista, web designer, desenvolvedor web e editor ao mesmo. Já fui radialista, publicitário e até metalúrgico metaleiro. Acabei entrando e abraçando o mundo 2 rodas por influencia do meu irmão mais velho.
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