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Com a chegada da Triumph Tiger 900 ao Brasil, a confirmação da Yamaha Ténéré 700, a provável vinda da Suzuki V-Strom 1050 e as boas vendas da BMW R 1250 GS o segmento das bigtrail está numa crescente no país. E esse movimento não vem de hoje, aliás. Por isso, relembramos aqui o teste com a BMW F 800 GS Triple Black, de 2012.

A BMW F 800 GS 2012 tinha um visual discreto, destacando a tradicional tampa do tanque na lateral

Além disso, esse teste teve uma particularidade muito interessante. Assim, ele foi realizado com a colaboração de quatro seguidores do Motonline, que participaram de uma promoção onde deveriam dizer porque gostariam de ter uma experiência com o modelo. Dessa forma, foi escrito com várias mãos e muitas percepções. O conteúdo original foi publicado em dezembro daquele ano.

Teste com a BMW F 800 GS Triple Black 2012

As Big Trail parecem ser as motos do momento. Praticamente todas as marcas participam do segmento e algumas com mais de um modelo ou versão. A BMW é uma das que apresentam múltiplas opções para o consumidor que gosta do estilo, cuja característica principal é a versatilidade de uso.

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No sentido horário, começando do alto e à esquerda, os quatro felizardos: Márcia, Rock, Renan e Claudio

Foi um teste sob muitas percepções. Assim, contamos (no sentido horário) com: Márcia, Rock, Renan e Claudio

Com muitas concorrentes competentes, a BMW F 800 GS, apesar de ser a maior de todas e a mais cara, é a primeira mais vendida em 2012. E isso deixa claro que este é um segmento onde o preço definitivamente não tem um peso tão significativo na hora da escolha.

Atualmente, modelo está avaliado em cerca de R$ 28.750 pela FIPE. Assim, veja o teste e saiba se vale a pena investir em uma BMW F 800 GS 2012

Do lado do consumidor, o melhor dos mundos para escolher. Um ou dois cilindros, mais ou menos off-road, mais potência, mais velocidade… enfim, optar por uma ou outra muitas vezes acaba sendo uma questão de “simpatia” por esta ou aquela marca. Claro, entenda-se por “simpatia” questões relativas ao atendimento na concessionária, agilidade e precisão na hora da entrega de serviços, disponibilidade de peças e mão-de-obra entre outros itens tão ou mais importantes quanto preço e qualidade do produto.

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Sobre a BMW F 800 GS

A verdade é que a BMW será uma das poucas marcas de moto no Brasil que vai mostrar crescimento em 2012 (quase dobrou suas vendas, aliás – veja). E uma das responsáveis por isso é a F 800 GS.

O que será que a BMW reserva para a nova R 1200 GS?

Dessa forma, a F 800 GS era menor e mais leve que a R 1200 GS…

Sucesso no mundo todo, a big trail tem um apelo todo especial dentro da marca, por incorporar virtudes de suas duas irmãs – G 650 GS e R 1200 GS. Nem tão grande e pesada quando a maior, mas com força e tecnologia suficiente para boas aventuras. Da “pequena” ela traz a versatilidade para uso urbano com tranquilidade.

… e mais potente que a bigtrail de entrada da marca, a BMW F 650 GS

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Para esta avaliação, escolhemos a Triple Black, versão com apelo mais exclusivo e descolado, menos chamativa, mas de muito bom gosto na pintura preta de vários tons, em que um artista brinca com gráficos brilhantes e foscos entre vários tons de cinza.

Os participantes

Os escolhidos para o teste foram Rock Ténéré, Claudio Martins Oliveira, Renan Kwast e Márcia Marques (Marcinha). Eles fizeram um circuito que incluiu trechos urbanos, estrada sinuosa, rodovia e estrada de terra com alguns buracos e pequenas cavas, alguns pequenos saltos e cascalho em aclives e declives. Todos andaram na moto pela primeira vez e se disseram impressionados com a versatilidade da F 800 GS nas diferentes condições de uso. A avaliação de cada um foi inserida diretamente no Guia de Motos da Comunidade Motonline logo após o teste. Confira!

Tecnologia: ABS, aquecedor de manoplas e mais

Painel: diferente de tudo que já se viu

Painel chamou a atenção de todos na época: “diferente de tudo que já se viu”

Ela é bem alta, com o banco original que está a 880 mm do chão. Isso requer da maioria dos pilotos com menos de 1,70m  uma boa segurança na condução da moto e equilíbrio para evitar situações embaraçosas, onde aquela “falta de chão” deixa a moto tombar, causando mais prejuízo no ego do que no bolso. Embaraços à parte ela é muito confortável.

Posição boa para o asfalto… e para rodar longe dele

A posição ereta recebe boa proteção do pequeno pára-brisa, porque ele fica bastante alto e dirige bem o vento para longe do peito do piloto. Mesmo em altas velocidades, por bastante tempo, o peso do vento frontal não é cansativo. Nas ruas a altura do guidão facilita as manobras pelo trânsito e o protetor de mãos dá segurança adicional.

Posição na terra não permite adiantar muito sobre o ¨tanque¨

Posição na terra não permite adiantar muito sobre o ¨tanque¨

E na terra a posição também é bem conveniente, apesar de não haver muito espaço para ficar na “posição de ataque”. O tanque de combustível, que na verdade é uma enorme caixa de ar,  é muito largo e não permite se adiantar muito no banco. Mas a condução da moto é muito segura, resultado de um excelente trabalho nas suspensões, que absorvem muito bem qualquer irregularidade, mesmo imprevista. Sabendo disso Renan reclamou que a suspensão não foi ajustada para o seu peso, antes de sair para o teste. Falha nossa porque ela tinha sido ajustada para Marcinha, menor e bem mais leve que ele e é muito fácil fazer essa regulagem no botão na lateral da moto. Como ele era o mais especializado no off road, sentiu essa limitação.

O chassi, bastante estável, não permite movimentos indesejados que podem desestabilizar a moto. Num obstáculo, por exemplo, você pode passar praticamente sem se incomodar com ele, na mesma velocidade que está normalmente na via.

Motor de 85 cv e 8,43 kgf.m de troque

O motor é um ponto alto dessa moto, com 798 cc consegue oferecer 85 cv em 8.500 rpm. Valor muito bom para essa cilindrada, principalmente para um bicilíndrico. E o torque não fica devendo também. São quase 8,5 quilograma força por metro de torção no eixo do motor. “…com muito torque, em qualquer marcha e qualquer regime de rotação” comentou Rock Ténéré.

Motor potente com sistema de administração digital, consegue controlar a combustão mesmo em alta compressão

Motor potente com sistema de administração digital, consegue controlar a combustão mesmo em alta compressão

Esses números se fazem sentir com clareza e precisão nas arrancadas e retomadas de velocidade, o que é acentuado pelo peso relativamente baixo para a categoria, que nela é de 185 kg (seco). São pouco mais de dois quilos (2,17 kg/cv) para cada cv de potência. São números invejáveis, mas que cobram seu preço. O pneu traseiro é a primeira “vítima”. O desgaste é alto por causa da grande demanda que o motor faz sobre ele.

Claro que em uso tranquilo isso é minimizado e a moto, apesar de convidar a andar rápido, aceita bem uma tocada tranquila. Em baixas rotações o motor vira tranquilo e não vibra, respondendo prontamente em qualquer marcha e aceleração.

Rio 40 graus

Um detalhe que pode parecer pouco importante, dependendo do uso que se dá à moto pode tornar-se um grande inconveniente. O calor do motor dissipado pela ventoinha do radiador vem direto para as pernas do piloto. Marcinha reclamou disso e Cláudio disse: “O calor do motor é o que mais incomoda“. De fato, como no dia do teste, quando em baixa velocidade em dias de muito calor isso pode se tornar um problema. Outra coisa, em rotações acima dos 6.000 rpm a vibração se torna grande, chegando a se fazer sentir nas manoplas e pedaleiras.

Ponto para a ciclística

Uma moto grande tem que ter medidas grandes também. Para garantir boa dirigibilidade e bom funcionamento da ciclística, as medidas mais importantes da sua geometria devem ser bem dimensionadas para permitir um bom funcionamento da motocicleta. Assim é a F 800 GS.

A BMW F800GS tem maior distância entre eixos e geometria mais lenta na frente

A BMW F800GS tem maior distância entre eixos e geometria mais lenta na frente

Um grande entre-eixos (1.578mm) requer uma medida de trail grande (117 mm) para dar conta dos obstáculos no off-road ou mesmo no asfalto de nossas rodovias. Com essas medidas o rake relativamente baixo para uma trail, de 26º, permite boas e rápidas manobras por não ser tão inclinado. O que – novamente – determina a estabilidade estilo off nessa moto são o grande entre-eixos e a medida do trail. Isso reduz bastante os impactos na roda dianteira, permitindo que ela role sobre eles, mesmo com o rake não tão radical.

Isso é o que explica o grande conforto que ela dá ao motociclista e eventual garupa. Os longos braços da balança em alumínio fundido mantém essa geometria estável mesmo sob grandes esforços. É pouca ou quase nenhuma a flexão lateral perceptível ao longo do curso da suspensão e o fácil ajuste da pré carga da mola traseira facilita manter o bom funcionamento da suspensão, mesmo variando a carga sobre a moto.

Então, a BMW F 800 GS vale a pena?

A BMW mantém em linha uma série de acessórios originais para suas motos e para a F 800 GS há bolsas laterais, top case, protetores de mão e muitos outros pequenos itens que permitem ao consumidor personalizar sua moto. Isso pode parecer bobagem, mas para quem gosta de viajar, por exemplo, muitos destes itens “personalizantes” fazem muita diferença. Essa é uma pequena, mas significativa vantagem que ela traz frente às suas concorrentes.

Muitas boas opções para o consumidor

Mesmo encarando concorrentes de peso como a Honda Transalp e a ‘barata’ Yamaha XT 660R, a BMW liderava as vendas em 2012

Ao preço de R$43.800,00, essa moto é a mais cara das opções, mas os números de vendas dela e a grande aceitação pelo mercado brasileiro certamente estão tirando o sono dos concorrentes. E isso é bom, porque força-os a se movimentarem e quem acaba ganhando é o consumidor.

Se você tem uma BMW F 800 GS, opine sobre ela!
Acesse agora mesmo: Guia de Motos – Motonline

Ficha técnica BMW F 800 GS 2012

Ficha Técnica BMW F 800 GS
Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza