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A Honda CB 450 chegou ao mercado brasileiro em 1983. O modelo era uma evolução da já conhecida CB 400 e oferecida nas versões Esporte e Custom.

Depois da CB 400 foi a vez da CB 450 marcar época no Brasil

Honda CB 450 Custom e Esporte 

Em agosto de 1983 o mercado de motos recebia uma novidade, a CB 400 teve sua cilindrada aumentada para 447 cm³ e ganhou um pequeno radiador de óleo para ajudar na refrigeração. Assim, sua potência máxima subia para 43,3 cv e o torque para 4,3 kgmf a 6.500 rpm. Nascia aí a 450 cc.

Mais do que uma simples melhoria na motorização, a CB mudou também de visual, recebendo farol e painel de instrumentos quadrados, tendência na época. A rabeta ficou mais aerodinâmica e a lanterna traseira maior. Além disso, os espelhos agora eram em plástico.

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CB 450 Custom tinha ênfase nos detalhes em dourado

Na versão Custom a CB tinha acabamento cromado, guidão mais alto e rabeta com lanterna e alça do garupa em um design integrado. Para destaque, os logotipos e rodas recebiam acabamentos em dourado. Assim, a Custom remetia ao visual clássico norte-americano.

Lançada no mesmo ano, a variação Esporte bebia mais do design europeu. O destaque era a pequena carenagem do farol e o conjunto contava com freio dianteiro com duplo disco e traseiro com um enorme disco simples.

Raridade de se ver nas ruas ou mesmo em encontros, a CB 450 Esporte tinha carenagem no farol

 

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Honda CB 450 Nelson Piquet e CB 450 TR

A Honda ofereceu uma versão limitada da CB 450 Esporte, a Nelson Piquet. O modelo, lançado entre maio e junho de 1986, chegava nas cores da equipe Williams de Fórmula 1. Já o motor, rodas e suspensões recebiam acabamento em preto semi-fosco. As motos eram numeradas e acompanhadas de uma réplica do capacete do então bicampeão mundial de Fórmula 1.

Também em 1986, a Honda substituiu as Custom e Esporte, de uma só vez, pela versão TR. O modelo era mais simples, com o guidão alto da Custom e alça de apoio da Esporte. Já no nos freios a motocicleta tinha um disco simples na dianteira e tambor na traseira.

Honda CB 450 Nelson Piquet se valia da imagem da parceria da fabricante como fornecedora de motores na F1

Honda CB 450 DX

Depois da simplificação, em novembro de 1987 a Honda voltou a equipar a CB 450. Assim, a fabricante substitui a TR pela DX e o modelo volta a ter freio dianteiro com duplo disco e traseiro com disco simples.

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Na estética, a motocicleta tinha pintura e grafismos semelhantes aos da CBX 750 F. A DX ficou 8 anos no mercado, saindo de linha em 1994, no momento de abertura das importações no país. A CB 450 foi substituída anos depois pela CB 500, mais moderna.

Honda CB 450 DX resgatou de volta pacote completo do modelo

Pontos positivos

O primeiro ponto positivo da CB 450 é o seu motor com bom torque, sendo possível viajar confortavelmente com garupa. A experiência em rodovias também é favorecida pela boa estabilidade (aos padrões da época). Não devemos esquecer do ronco, característico, que acelera a memória de muitos.

O banco da CB esbanja conforto. Largo e macio, era uma poltrona aos motociclistas da década. O painel é totalmente analógico, mas bastante completo, com marcador de combustível, item raro nos anos 1980. Tudo isso, claro, com um visual que já é clássico e chama atenção no trânsito.

Visual clássico e motor potente são diferenciais da CB

Pontos negativos

Como toda motocicleta de época, deve-se ter atenção redobrada aos freios. Se para os anos 80 o conjunto era bem aceito e seguro, o mesmo não pode ser dito nos dias atuais – especialmente na versão TR, com freio a tambor na traseira.

Alimentação por carburador, aliás um par de carburadores, pode dar dor de cabeça quando não regulados corretamente. Se não bem ajustados, a faixa de consumo, que já não é muito satisfatória, fica ainda pior. A média da CB 450 é de 19,8 km/litro, com a melhor marca registrada sendo de 26,3 km/litro. O porém: estes números são de seu teste lá nos anos 80, com uma moto com baixa quilometragem, e a apenas 40 km/h constante.

Versão TR tinha pacote de freios que deixava muito a desejar, mesmo para a época

Honda CB 450 vale a pena?

Assim como grande parte das motos antigas, encontrar peças originais pode ser tarefa difícil. Além disso, fique atento aos anos e versões da CB.

Em um clássico nacional, a demanda de procura e disposição dos donos da relíquia ditam os valores de mercado. Entretanto, vamos avaliar como seriam os preços, se praticados pela tabela FIPE.

No modelo mais antigo citado pela Tabela, a DX, as motos 1990 têm valor médio de R$ 6.844,00. Já o preço médio de uma 1994 é de R$ 9.521,00. Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Honda CB 450, acesse o Guia de Motos!

Ficha técnica Honda CB 450

Motor
Tipo 4 tempos, 2 cilindros
Cilindrada 447 cm³
Arrefecimento Ar
Combustível Gasolina
Potência Máxima: 43.30 cv a 8.500 rpm
Torque Máximo: 4.30 kgf.m a 6.500 rpm
Alimentação: Carburada
Partida: Elétrica
Transmissão: 6 marchas
Suspensão e rodas
Suspensão dianteira: Telescópica, curso 140 mm
Suspensão traseira: Duplo amortecedor, curso 97 mm
Chassi: Aço
Pneu Dianteiro: 3.60-S19 PR
Pneu Traseiro: 4.10-S18 PR
Dimensões e capacidades
Peso a seco: 177 kg
Comprimento: 2070 mm
Largura: 845 mm
Altura do Banco: 795 mm
Distância entre Eixos: 1395 mm
Capacidade do tanque: 17 litros
Preço (FIPE, dezembro de 2020)
1990: R$ 6.844,00
1994: R$ 9.521,00

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza