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A BMW Motorrad criou uma linha especial da família GS para celebrar os 40 anos das aventureiras alemãs – a 40 Years. E agora podemos falar como a primeira big trail da linha, F 750 GS, se saiu no nosso teste.

A edição comemorativa da BMW F 750 GS se destaca na estrada pelos seus elementos em preto e amarelo – que todas as GS desta edição carregam. Assim, a BMW traz o modelo em seu portfólio como a porta de entrada para o mundo das big trails alemãs.

f 750 gs

Ao longo do teste tivemos o consumo médio de 20 km/l geram uma autonomia de aproximadamente 300 km

Dessa forma, esse papel da F 750 GS era há alguns anos da G 650 GS. Muitos pensam que a F 750 veio para substituir a G 650, no entanto, o mais correto  é dizer que ela veio para substituir as F 650 e F 700 GS. Vamos mostrar o potencial apresentado pelo modelo em nosso teste.

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Teste BMW F 750 GS 40 Years

Avaliamos o modelo dentro e fora da estrada

Ninguém melhor que comandar o teste da big trail que nosso consultor de viagens. Devorador de quilômetros, Ricardo Kadota (o Rock) contou com ajuda de Alexandre Patriarca na avaliação que se estendeu por uma semana e mais de mil quilômetros rodados.

O objetivo deste teste não é comparar com a F 850 GS Adventure que testamos alguns dias atrás, mas sim avaliar se a F 750 possui requisitos suficientes para atrair mais adeptos para o mundo das big trails.

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A porta de entrada para o mundo das Big Trails alemãs

O potente motor da BMW big trail de entrada

Sempre existiu uma confusão quando falamos do motor F – aquele bi-cilíndrico paralelo – de 800 ou 850 cc da BMW. A F650 GS usava o mesmo motor da F 800 GS, que teve potência e torque reduzidos para a proposta da moto, não sabemos ao certo o motivo de compartilhar o mesmo motor.

Talvez esse compartilhamento seja levado pelo custo, pois já utiliza o mesmo maquinário para produzir os motores dos dois modelos. Dessa forma, o mesmo ocorre até hoje, podemos dizer que a F 750 seria uma mini F 850 mais voltada para o asfalto e que compartilha diversos itens da irmã maior.

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Aparência e primeiras impressões

Detalhes da versão comemorativa da linha GS

A versão testada foi a F 750 GS Premium 40 anos, edição para celebrar os 40 anos da linha GS, inspirada na R 100 GS. Sendo assim, sua beleza é chamativa, o preto em contraste com o amarelo dos protetores de punhos e detalhes no tanque passam um ar de ‘espírito off-road’.

A big trail de entrada é a mais baixa da família e isso é uma grande ajuda aos iniciantes nas grandes a altas big trail, assim como aos pilotos com estatura menor que 1,70m. Me senti muito confortável ao montar na moto, os dois pés são plantados facilmente no chão. 

As rodas de liga leve, de aro 19 na dianteira e 17 na traseira, são bonitas e transmitem robustez. Enquanto isso, o protetor de manoplas em amarelo chama a atenção, mas há quem não prefira ser tão chamativo.

O modelo recebeu rodas de liga leve com aro 19 na dianteira e 17 na traseira

No entanto, a bolha dianteira está ali praticamente para o enfeite. O item é muito pequeno para garantir qualquer proteção aerodinâmica e não ajuda nem no visual da moto. 

Mas todo o acabamento revela que estamos em frente a uma BMW. Tudo muito bem pensado e caprichado, os espelhos retrovisores são bem posicionados e ajudam muito na segurança da pilotagem. Porém, as pedaleiras do piloto são muito finas, o que incomodou um pouco ao pilotar em pé.

 

Cidade? Rodovia? Terra?

f 750

A F 750 é ágil e versátil na estrada

A big trail de entrada da BMW deixa claro em suas especificações qual a sua proposta: ser uma moto ágil e versátil para centros urbanos e qualquer tipo de asfalto. As rodas de liga leve com raio menor, sua altura do solo, as pedaleiras do piloto estreitas e a bolha baixa mostram para que veio. 

Rodar com o modelo desde os primeiros metros é muito fácil e intuitivo. Os 227 kg que possui somem assim que engatamos a primeira marcha. O curso das suspensões de 170 mm ba dianteira e na traseira fazem bem o seu trabalho, sem apresentar final de curso durante todo o teste.

 

Agilidade e consumo da BMW F 750 GS

A aventureira encara bem os corredores

O tanque de 15 litros com o consumo médio que obtivemos de 20 km/l geram uma autonomia de aproximadamente 300 km. Na hora de abastecer a smartkey ajuda, sendo necessário somente desligar a moto, estar com a chave no raio de alcance e puxar a lingueta que o tanque se abre, o mesmo para ligar a moto, somente apertando um botão.

Encarando o trânsito de São Paulo, percebemos a sua agilidade ao andar entre os carros, mudar de faixa e parar no semáforo, seja pela altura do assento até o solo de 815 mm (podendo chegar a 780 mm com o kit baixo), ou pela sua dimensão que passa facilmente nos corredores somado ao seu torque de 8,46 kgf.m a 6.000 giros.

Seu motor é de 853 cilindradas, o mesmo que equipa a F 850

Contudo, o modelo já mostra seu vigor a partir de 4500 rpm, ajudando a escapar de situações de perigo. A bolha baixa ajuda nesse caso pois rodamos em menor velocidade e assim ajuda a refrescar o piloto.

No uso rodoviário, seja por auto estradas mantendo 100 a 120 km/h ou em estradas sinuosas, o motor de 853 cc – sim o mesmo motor que equipa a F 850 GS  mas com torque e cavalaria reduzidos, com 77 cv a 7500 rpm – empurra facilmente a motocicleta, com ou sem garupa, sendo muito divertido principalmente a partir de 4500 rpm.

O piloto automático ajuda no conforto e a big trail de entra se sai bem nesse ambiente de rodovia, porém se for fazer uma viagem um pouco mais longa, a falta de proteção aerodinâmica irá causar um cansaço antes do esperado.

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Bolha duvidosa e componentes que mandam bem

No entanto, sua pequena bolha não cumpre o principal papel: cortar o atrito do vento

A bolha muito pequena joga o vento nos ombros do piloto, causando turbulência e fadiga no pescoço. Rodamos em um bate e volta aproximadamente 700 km e chegamos cansados no final do dia – o que não aconteceu com a F 850 GS com que percorremos 900 km em um único dia. 

A posição de pilotagem é natural e deixa as costas retas e ajuda na pilotagem por longas horas. No entanto, existe uma pequena vibração entre 110 e 120 km por hora, mas nada que chegue a incomodar.

As luzes em full Led iluminam muito bem e dão conta do recado. Assim que liga a moto ela já acende automaticamente o farol baixo e se quiser andar somente com a bela luz de condução diurna  é necessário apertar um botão. 

As luzes full Led trazem uma grande ajuda na visibilidade da estrada

As mudanças de direção em pistas sinuosas agradam, pois o modelo muda facilmente a trajetória deixando as serras divertidas. Foi possível até raspar as pedaleiras no asfalto em ambos os lados. 

Os aquecedores de manoplas e os comandos bem posicionados – que precisam de algum tempo para se adaptar, principalmente com a roldana de acionamento das funções do painel – ajudam muito ao pilotar a F 750 em longas viagens.

 

Painel e luzes com desligamento automático

O modelo tem um painel TFT multifuncional

O painel de fácil leitura é um capítulo à parte. No geral ela vai bem nesse tipo de uso em rodovia, não é onde se sente melhor mas atende bem às necessidades da maioria dos possíveis compradores. 

A falta do cavalete central prejudica muito na hora de fazer qualquer manutenção na moto, os piscas com desligamento automático funcionam bem, porém acima de 110 km/h seu acionamento faz piscar somente 4 vezes as luzes, algo que eu entendo que poderia ser um pouco mais prolongado.

 

Como a F 750 GS se sai na terra

teste bmw f 750 gs - off road

A F 750 está preparado para um off-road leve

Quando o assunto é fora de estrada, ela é honesta. Como comentado antes, o modelo não se sente 100% à vontade nessa situação, seja pelas rodas de liga leve aro 19 na frente, ou por não possuir um modo de condução off-road ou as pedaleiras estreitas que cansam os pés ao pilotar em pé.

Assim, rodamos pouco no off-road porque sabemos que esse modelo é mais voltado para o asfalto. Porém, como uma boa GS, o motor ajuda muito! O torque presente desde cedo torna a moto divertida. É possível destracionar a roda traseira com certa facilidade – com o controle de tração desligado, para encarar deslocamentos por estradas de terra batida.

teste bmw f 750 gs - na terra

As pedaleiras estreitas que cansam os pés ao pilotar em pé

Sem nada muito técnico, o modelo vai tranquilamente. Não forçamos a F 750 no off-road pois os possíveis proprietários que querem mais desempenho na terra irão buscar a irmã maior, com rodas raiadas, modos de condução off-road, maior curso de suspensão e entre outros detalhes.

 

BMW e a tecnologia embarcada

teste bmw f 750 gs 40 years - painel

O computador de bordo fornece bastante informações sobre a moto para o piloto

A versão avaliada veio repleta de tecnologia através dos pneus sem câmara com medidor de pressão, piloto automático, dois modos de condução (road e rain), desligamento automático dos indicadores de direção, chave de presença, ABS que funciona muito bem e quase não se sente a intervenção do sistema, controle de tração (ambos também adaptados para curvas).

Além disso, ainda há o sistema MRC, um controle dinâmico do freio motor, que corta a aceleração em frenagens mais bruscas mesmo que o piloto não alivie o acelerador, painel TFT completo com o pure ride – tela somente com informações importantes para focar na pilotagem – e sub menus com todos os detalhes da moto e multimídia, conectividade com celular e fones Bluetooth. 

Dessa forma, o modelo tem um verdadeiro banho de tecnologia para encantar e angariar novos e potenciais compradores que hoje em dia exigem cada vez mais tecnologia em prol do conforto e segurança.

Assim, como citamos anteriormente, o painel TFT e a conectividade da BMW são fora de série. Esses elementos juntos apresentam uma extensão do prazer de pilotar mesmo depois que você sai da moto.

 

F 750 GS e as facilidades da conectividade

teste bmw f 750 gs 40 years

O painel bem distribuído, de fácil leitura mesmo com sol forte, te faz focar quando necessário e ainda assim possui diversas funções como GPS curva a curva – que funciona muito bem -, possibilidade de atender e fazer ligações e controlar a música do piloto e garupa. 

A conectividade (clique aqui para ver o vídeo) funciona muito bem, o app no celular guarda as informações da moto ( km, autonomia, próximo serviço, consumo etc). Nele você consegue criar rotas ou importar um arquivo gpx, analisar os passeios que já fez com uma linha do tempo de todo o trajeto, indicando a maior inclinação, altitude, velocidade e até acionamento do controle de tração e ABS. Uma grande experiência mesmo depois de deixar a moto na garagem.  

 

Impressões finais e preços da F 750 GS no Brasil

teste bmw f 750 gs 40 years

O modelo é honesto e versátil para o dia a dia

A F 750 GS edição 40 anos é uma excelente moto de entrada para o mundo das big trails. O modelo é fácil de pilotar pelo seu peso e altura do assento, tem agilidade, força, tecnologia e, com certeza, quem experimentar e passar um tempo com o modelo terá grandes chances de chegar a uma maior com mais segurança e confiança.

Dessa forma, a F 750 é uma moto que cumpre seu papel, seja na cidade, rodovia e até em uma estrada de chão batido. O modelo está presente no Brasil com o preço sugerido, na versão testada por nós, de R$ 64.500.

Contudo, existem versões com menos equipamentos de série que saem a partir de R$ 59.500. Assim, podem abrir mão de chave de presença, piloto automático, aquecedor de manoplas, protetor de punho, painel TFT e conectividade.

Uma excelente moto para a cidade que vai bem também na estrada, além de honesta no off-road, a F 750 é uma excelente porta de entrada para o espírito Make Life a Ride da BMW.