Quando a Dafra apresentou a Riva 150 no Salão Duas Rodas em outubro de 2011, deixava evidente a preocupação da marca com modernização de sua linha de motocicletas, não apenas em tecnologia e qualidade, mas também em design. Mostrou, além da Riva 150 a RoadWin 250 e a Next 250. E esta pequena street confirma aquela primeira impressão e mostra qualidades para reforçar a imagem da marca.
A Dafra destaca desde o princípio a relação custo-benefício dessa moto, que é mais um fruto da “parceria estratégica”, como gosta de enfatizar o presidente da empresa, Creso Franco, com a gigante chinesa HaoJue. Aliás, vale lembrar que a HaoJue tem parceria com a Suzuki do Japão e conta com acesso à tecnologia dessa marca japonesa. Lá, esta moto chama-se
Haojue HJ 150-9.
O preço no lançamento é muito competitivo – R$4.990,00 -, e por isso a empresa destaca seu custo-benefício. Porém, a marca já tem dois modelos no segmento – Apache e Speed – e o interessante nesta história é que a moto mais cara é a que mais vende (veja tabela). Isso claramente indica que não é só o preço que tem relevância nesta classe de motos. Qualidade e modernidade também. Apesar de a Dafra não admitir, tudo indica que uma destas duas será descontinuada em um curto prazo para ceder espaço para a Riva 150. Para saber qual, bastará observar a produção e venda dos dois modelos. O que começar a diminuir o volume, poderá desaparecer.
A Dafra passa por um processo de mudança e nos últimos dois anos passou a “adotar” produtos de outras marcas para montar e vender aqui no Brasil com a sua chancela. Esta estratégia deu resultado e a empresa conquistou o terceiro lugar no ranking em 2011, mas nos dois primeiros meses de 2012 perdeu a posição para a Suzuki. A Riva 150 chega para dar folego e permitir à empresa continuar ganhando espaço no segmento. E suas características são adequadas para isso, pois ela pega das outras duas Dafra de 150 cc o que ambas tem de melhor: a qualidade e modernidade da Apache com o preço competitivo da Speed.
O toque de modernidade aparece logo ao olhar para a moto. O desenho destaca o farol grande com lanternas nas pontas as rodas de liga leve, o spoiler sob o motor, o banco de dois níveis e detalhes cromados, como o protetor do escapamento. Todos estes aspectos do design da moto dão harmonia e valorizam o conjunto.
Na Cidade
Na estrada
Técnica
A Riva 150 tem respostas para mudanças de direção um tanto lentas para a categoria. O seu peso influi de forma mais intensa na sua capacidade de manobrar rápido. No geral ainda oferece um bom comportamento na cidade e nas rodovias, mais em função do curto entre-eixos, que permite boas manobras no trânsito. A traseira bastante esguia se faz despercebida, pois não requer atenção nas manobras.
O comando de válvulas é no cabeçote, alimentado por carburador. O diâmetro e curso do pistão é 62 x 49,5mm que na compressão de 9,2:1 realiza uma potência máxima de 12,1 cv em 8.250 rpm. A entrega dessa potência é de forma gradual, favorecendo o torque que permite trafegar calmamente sem muitas trocas de marcha. Os sistemas de partida são dois: tanto no pedal quanto elétrico. O pequeno “spoiler” dá um ar mais esportivo no conjunto.
Pode-se considerar um ponto alto da mecânica da motocicleta. Tem as trocas bem definidas e que refletem boa definição do processo de troca de marcha, onde o piloto sente a mudança ser realizada sem esforço. Dificilmente se erra uma troca de marcha e o bom escalonamento e o indicador de posição de marcha no painel destacam o câmbio no modelo. Ele é muito útil e outras motos deveriam trazer esse indicador.
Os freios são bons, resultam paradas controladas desde que bem utilizados. O dianteiro tem um disco com pinça de pistão duplo e poderia ser mais potente, diminuindo a necessidade de pressionar com força o manete nas frenagens mais fortes. O traseiro, sendo a tambor, faz muito bem o seu trabalho.
Dianteira: tipo convencional, apresentou bom amortecimento e progressividade no começo do teste. Mais para o fim, depois de 700 km, reparamos que começou a afundar muito nas frenagens e o sag se mostrou crescente nesse pouco tempo de uso. Cabe uma recalibração na revisão dos 1000 Km, talvez com a troca e um aumento do volume de óleo.
- Bom, bonito e eficiente painel
Ponto alto da Riva 150. O acabamento dessa moto está muito bom, com qualidade comparável às melhores do mercado. Algumas soldas nota-se que foram retrabalhadas, mas isso deve ser resolvido para a produção normal.
Outro ponto alto dessa motocicleta: Um painel de instrumentos completo com uma tela de cristal líquido para velocímetro digital, hodômetro total e parcial ao lado de um grande conta-giros analógico se destaca. A posição das marchas são indicadas num mostrador próprio, de cristal líquido. O grande farol ilumina bem e, apesar de não ser assimétrico, coloca bem o seu facho nas curvas. As outras luzes, todas agregam bem no visual moderno da motocicleta.
Há boas alças para o garupa com boas pegas para bagagem também e para melhor manutenção e facilidade na garagem, um cavalete central é adicionado como opção ao descanso lateral. Detalhes como pedaleiras de garupa em suportes de alumínio bem desenhados, guidão cromado que antes era padrão nas motocicletas e hoje nem sempre, mostram que a empresa realmente se empenhou no visual, aparência e conforto na motocicleta.