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Ela tinha uma legião de fãs – ainda tem, é verdade – e saiu de fininho, sem ninguém perceber. Tudo aconteceu no meio do alarde do lançamento da XRE 300 e da CB 300 em junho de 2009. A Honda anunciava a nova moto de uso on-off road que iria substituir a Tornado e a Falcon. Expectativa seguida de frustração.

Projeto antigo renovado: será que os que reclamaram seu fim aceitam a ressurreição?

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Afinal, a pergunta que se fez naquele momento foi: A Honda tira de linha a Tornado 250 e a Falcon NX-4 e coloca no lugar a XRE 300, claramente um “upgrade” da Tornado?

Essa indagação da maioria dos jornalistas especializados que estavam naquele lançamento, claro, refletiu-se nos consumidores. A Falcon NX-4 e sua legião de fãs que sonhavam com uma moto igual ou até superior, se sentiram abandonados. Muitos, claro, acabaram comprando a XRE 300. Mas outros simplesmente ficaram esperando.

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Ela continua sendo muito confortável e com desempenho compatível com a proposta; está mais econômica

Ela continua sendo muito confortável e com desempenho compatível com a proposta; está mais econômica

Com a XRE 300 a Honda conseguiu não atender plenamente ao público das duas pontas, já que a tornado, uma moto de perfil claramente mais off-road, não encontrou na XRE essa característica. E os clientes da NX-4 Falcon, que era uma moto que permitia melhor e mais tranquilo desempenho em estradas, não dariam um passo atrás, apesar da XRE 300 ser um projeto novo e mais moderno.

 

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Vendas Honda NX-4 Falcon: 11 anos estáveis

Vendas Honda NX-4 Falcon: 11 anos estáveis

Ficou esse vazio de pouco mais de dois anos. Uma questão meio sem resposta por parte da fábrica, que alegou as questões relativas ao PROMOT3, para interromper a venda da NX-4 Falcon. “Ela não atende as novas normas e a Honda é uma empresa absolutamente alinhada com as regras e normas sobre emissão de poluentes”, foi alardeado com razão pela líder do mercado. Porém, o consumidor deu a resposta. Se antes a Honda vendia cerca de 40 mil motos por ano da Falcon e da Tornado juntas, a XRE sozinha não alcançou este volume e isso significa que uma boa parcela dos consumidores destas motos desapareceu.

Esguia, no trânsito parece uma moto menor

Esguia, no trânsito parece uma moto menor

Apesar disso, a Honda acusou o descontentamento, provavelmente pelo clamor da rede de concessionárias que reclamava uma moto “média” que pudesse atender os muitos consumidores que não conseguiam chegar na Hornet ou na Transalp. “Estamos perdendo venda para a Yamaha XT 660”, foi o provável mantra entoado pela legião de concessionários que a Honda possui.

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Mas nada como um dia após o outro para que se perceba um erro e se decida repará-lo. Claro que ninguém na Honda vai admitir isso. Contudo, foi muito conveniente que a NX-4 Falcon continuasse sendo fabricada para exportação. Desta forma, ficou fácil para a Honda retornar com sua trail média de 400 cilindradas que deixou tanta gente infeliz. E ela está de volta, com nome levemente modificado – NX 400i – mas apelido idêntico: Falcon.

A bem da verdade, aquele mesmo motor recebeu a injeção como principal mudança em relação à sua versão anterior. Isso até contradiz muitos que diziam que aquele era um motor ultrapassado e que não aceitaria bem o sistema eletrônico de injeção. Ficou bom e a Honda estima vender mais de 11.000 unidades por ano.

Visualmente, de longe parece a mesma moto, mas reparando nos detalhes vê-se que mudou bastante. O escapamento, claro, agora conta com catalisador para cumprir com as normas atuais de emissões (promot 3) e é a diferença que se repara mais rapidamente. Todas as peças tem formato diferente, mas o resultado final ainda se parece bastante com a anterior.

2013 muito parecida com a 2008, mudou escape e painéis laterais

2013 muito parecida com a 2008, mudaram detalhes como escape e painéis laterais

Novo painel, agora totalmente digital conta com todas as facilidades dessa tecnologiaO novo painel, agora totalmente digital, conta com todas as facilidades dessa tecnologia e traz velocímetro digital, contagiros em barras, hodômetro total e dois parciais, marcador de combustível e as tradicionais luzes espia. O banco muito espaçoso promove o mesmo conforto da conhecida moto, um de seus pontos de destaque, auxiliado pela suspensão bem calibrada. Três milímetros mais baixa, no vão livre do solo não representa quase nada, mas mostra que as modificações afetaram o projeto como um todo.

Quanto à performance, no papel, ela tem menos desempenho do que a anterior. O peso seis kg maior pode ser percebido e em termos de potência também. São 28,7 cv a 6.500 rpm contra 30,6 cv a 6.500 rpm da anterior. O torque também caiu um pouco, de 3,51 kgf.m para 3,27 Kgf.m, ambos a 6.000 rpm. Porém, essa diferença é de certa forma compensada, principalmente por causa da melhora na resposta do acelerador que antes era retardada pelo tempo do movimento do diafragma do carburador à vácuo. Hoje, a injeção permite respostas bem mais imediatas e uma retomada mais rápida também, por conta dessa modificação.

Analisando as modificações, percebe-se que procuraram manter na moto a sua ciclística original, bem conceituada. Porém, frente à nova tecnologia aplicada na construção de chassis, como barras periféricas, treliças e outras tantas, fazem esta ressuscitada Falcon ficar defasada nesse quesito. O chassi de berço semi-duplo, fazendo sustentação ao amortecedor central do Pro-link, permite flexões que hoje em dia não são mais admitidas, principalmente por causa dos terrenos acidentados de nossas cidades. No entanto, essa característica é bem pouco percebida em uso corriqueiro.

A geometria da NX400i Falcon é a mesmada anterior

A geometria da NX400i Falcon é a mesmada anterior

As suspensões são bem calibradas e apenas na traseira ela pode ser ajustada na pré-carga da mola. O curso foi alterado, passando de 220mm para 215mm na dianteira e de 195mm para 180mm. Essa diferença resulta em uma maneabilidade sensivelmente mais rápida, por afetar tanto o ângulo do Rake quanto a medida do trail. De fato, a Falcon mostra-se muito ágil e rápida nas manobras urbanas. Com as respostas do motor mais imediatas e precisas, ela tem comportamento de moto menor, leve e muito segura.

Consumo foi bom no teste, fez média de 25,85 km/l em percurso de terra, asfalto urbano e rodovia. Uso intenso e mais leve também e esse número mostra a maior vantagem sobre a versão carburada que obteve média de apenas 21,35 km/litro, com mais emissões também.

A nova NX 400i Falcon mostra que a Honda está sensível ao “clamor” das ruas. Mas fica a dúvida sobre o desempenho de mercado desta moto, pois o preço sugerido de R$18.900,00 pode comprometer. Será que os que “clamaram” estão dispostos a pagar esse preço para uma moto de projeto velho que recebeu uma renovação?

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