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O maior rali do mundo está prestes a escrever o Capítulo 3 (como eles mesmo chamaram) de sua história. Depois de cruzar parte da Europa e África (da França até Senegal, de Paris até Dacar) e de ficar por 11 anos na América do Sul, o Rally Dakar anunciou sua mudança para a Arábia Saudita em 2020. A alteração põe fim de uma vez por todas na esperança de que o Brasil fosse palco para uma etapa da competição, infelizmente.

Depois de 30 anos na Europa e África, rali Dakar troca a América do Sul pela Ásia. Evento, que teve 11 edições por aqui, nunca ocorreu no Brasil

Depois de 30 anos na Europa e África, rali Dakar troca a América do Sul pela Ásia. Evento, que teve 11 edições por aqui, nunca ocorreu no Brasil

“África, América do Sul … e agora a Ásia. O terceiro capítulo da história é particularmente fascinante e excitante para uma corrida centrada na exploração como o Dakar. Chegou a hora de estabelecer um novo rumo e entrar em território desconhecido: a Arábia Saudita”, destacou o diretor do Dakar, David Castera. “O desafio que estamos preparando vai explorar todo o potencial deste grande país e seu mosaico de desertos, montanhas, canyons, vales e paisagens costeiras”, adiantou.

Rally Dakar troca a América pela Arábia Saudita

Esta será a 42ª edição do Dakar. De 1979 a 1994, o rali aconteceu com diferentes roteiros entre as capitais francesa e senegalesa. Então, de 1995 até 2007, passou a ocorrer com diversos pontos de partida e chegada, sempre percorrendo trajetos da Europa para a África. Ataques terroristas ameaçaram a edição de 2008, que acabou cancelada e conduziu a transferência do evento para outro continente, a América do Sul.

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América do Sul I

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Continente sediou as últimas 19 edições do evento

América do Sul II

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Prova falou espanhol por 11 anos, passando pelo Chile, Peru, Argentina, Bolívia e Paraguai

KTM land

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A América virou território da KTM. Marca venceu todas as edições realizadas aqui

Dobradinha Argentina-Chile

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Longe dos gramados, o Brasil perde de lavada. Enquanto Argentina e Chile receberam nove e sete edições do Dakar, Brasil chupou o dedo

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A primeira edição ‘por aqui’ iniciou na Argentina, percorreu o Chile e voltou para Buenos Aires. Os hermanos, aliás, sediaram nada menos de dez edições do evento – enquanto que seus competidores nunca percorreram um metro sequer no Brasil, o maior país do continente. A última edição, porém, aconteceu apenas dentro do território Peruano, dando indícios de que o evento vinha enfrentando dificuldades para encontrar palcos para suas realizações no continente.

Oficialmente, o Dakar informou: “Depois de 30 anos descobrindo a beleza da África e uma década de aventuras explorando a paisagem espetacular da América do Sul, um novo capítulo na história do Dakar será escrito. O maior rali do mundo fará sua estreia no Oriente Médio, na Arábia Saudita. Será uma oportunidade para aqueles que se atreverem a desafiarem-se numa paisagem desconhecida e um terreno inexplorado”.

Roteiro

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Dakar 2020 já tem data e roteiro definidos

Novos desafios

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Evento promete testar os limites dos pilotos, equipes e navegadores na Ásia

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Adeus, América

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Fatores desportivos e econômicos levaram o maior rali do mundo para longe do nosso continente

As motos e o Dakar

A categoria de motocicletas existe desde a primeira edição do Dakar, em 1979. Naquele ano, o francês Cyril Neveu venceu a prova a bordo de uma Yamaha XT500. Depois, a marca faturaria mais oito títulos (com destaque para os seis obtidos pela YZE 850T entre 1992 e 1998) enquanto a BMW somaria seis, a Honda quatro e a Cagiva, dois. Mas nada se compara ao domínio laranja.

A KTM obteve nada menos que 19 títulos – consecutivos. Ou seja, de 2001 (último ano em que o rali foi de Paris a Dacar) até a edição 2019 nenhuma outra marca sabe o que é vencer. A austríaca resistiu às mudanças de roteiros, de regulamentos (reduzindo os motores de 950 para 450 cilindradas) e até mesmo de pilotos, afinal os troféus passaram pelas mãos de oito competidores no período. Será que o monopólio austríaco se manterá na Arábia Saudita? Eu acredito que sim…

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Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza