É provável que você já tenha vibrado com o Globo de Ouro que a atriz Fernanda Torres conquistou nesta semana. Afinal, ele colocou o Brasil em evidência mundial e como destaque nos principais canais de notícia da Europa. Porém, talvez você não saiba que o filme Ainda Estou Aqui tem uma relação… com as motos!
Esta conexão tem um nome: Walter Salles. Anteriormente, o cineasta brasileiro dirigiu o longa Na Estrada (2012), além do clássico e premiado Diários de Motocicleta (2004), ambos retratando o universo das duas rodas. E, ao tudo indica que, em Ainda Estou Aqui ele uso suas habilidades desenvolvidas anteriormente com viagens e veículos.

Ainda Estou Aqui e Diários de Motocicleta e Na Estrada
É claro que os filmes são bem distintos um do outro, mas os dois recebem a mesma assinatura do diretor; a mesma paixão por ambientes do passado e por veículos de época. Mas não é só isso: o enredo dos filmes criam atmosferas introspectivas e falam sobre viagens. E em dois desses filmes podemos conferir motos. Exatamente o que gostamos por aqui e das quais iremos comentar um pouco.
Primeiro vamos conferir Diários de Motocicleta
O filme que rendeu um Oscar em 2004 tem – quase como protagonista – a Norton 18, de 1939, apelidada pelo próprio Che Guevara como “La Poderosa”. Essa moto é simplesmente uma estrela do cinema, porque a mesma esteve no filme Encontrarás Dragões – Segredos da Paixão, com Rodrigo Santoro.
Além disso, estrelou vários comerciais de TV, na Argentina, sempre recebendo curadoria de seu proprietário e mecânico, Gustavo Agra. Durante as filmagens de Diários de Motocicleta foram usadas outras três Norton e duas Suzuki como dublês para as cenas em que a moto precisava ser danificada.
Filme Na Estrada e sua Panhead 1940
Uma das motocicletas que chama a atenção é a Harley-Davidson Panhead 1940. Naturalmente, nesse filme, os carros predominam, mas a Panhead aparece como um verdadeiro símbolo de liberdade e aventura. Exatamente as sensações que os personagens precisam ao cruzar os Estados Unidos.
Neste caso, não temos registros do que foi feito com a Harley-Davidson Panhead do filme, mas é comum, em produções como essa, de que tenha sido alugada de algum colecionador. O que vale a pena aqui é saber da importância desse modelo e o que ela realmente representa na vida real. E vocês podem conferir um pouco neste vídeo em que o apresentador da moto parece o nosso tão conhecido e querido China, da IBBM.
E no Ainda Estou Aqui?
Em Ainda Estou Aqui a “viagem” é mais emocional e introspectiva, com Eunice revisitando suas memórias enquanto enfrenta o Alzheimer, simbolizando uma jornada de memória, resistência e legado. O filme é também ambientado no passado (1970) e traz essa jornada em busca por justiça.
Walter Salles fala sobre o filme em conversa com O GLOBO e diz:
— Não nutro expectativas, pelo contrário. Sendo botafoguense, parto do pressuposto de que uma pessoa otimista tem boas chances de estar mal informada (risos) — destaca. — Também percebo que muita coisa mudou da época de “Central do Brasil” para cá. O próprio conceito de “campanha” não existia naquela época. Hoje, existem certos filmes com mais de 40 publicistas, o que seria inimaginável em 1999. Em outras palavras, tenho saudades daquela época. Fonte: O Globo.
As motos em filmes não são novidades, inclusive em filmes que grande orçamento como a franquia Missão Impossível, que alguns deles a BMW faz questão de patrocinar com suas motos e carros. Não seria nada ruim as montadoras do Brasil chegarem a esse nível de publicidade nos cinemas. Quem sabe um dia possamos esperar uma Honda ou Yamaha patrocinando um com suas motos.