Por Wado Santista

Eu sempre fui todo final de semana para Santos e quando era estudante eu ia sempre de moto, aliás pra falar a verdade, eu só tinha moto, era moto ou ônibus. Aí um dia a moto deu problema.

Mandei arrumar e o mecânico prometeu para sexta-feira no final da tarde e disse o famoso “me liga antes de vir”. Meus amigos, mecânico quando manda ligar antes de ir, ou que diz que a moto fica pronta no final do dia em uma sexta-feira, dia da “mecanicada” beber cerveja, pode apostar que tu vai ficar a pé, digo, de ônibus.

Por que tem tanta barata em Santos?
Por que tem tanta barata em Santos?

E eu como ainda não acertei na Megasena, ainda, mas tô tentando, pelo menos essa aposta do mecânico eu acertei na mosca, a moto não ficou pronta e aí na sexta-feira à noite to eu pegando Metrô pra ir pro Terminal Rodoviário do Jabaquara para pegar o ônibus pra Santos.

Chego no terminal rodoviário compro a passagem, entro no ônibus que estava quase vazio, sento no meu assento que ficava quase na frente, perto do motorista, coloco minha mochila na poltrona da janela e pego um pacote de biscoito para comer.

O ônibus começa a andar e eu tentando abrir a droga do pacote de biscoito que tem umas embalagens que são muito difíceis de abrir. Eis que o ônibus passa numa lombada e o pacote voa da minha mão e cai no chão.

No que eu fui pegar o pacote de bolacha no chão, meu povo e minha pova, o chão do ônibus estava coalhado de baratas dos mais variados tamanhos, se fartando nos farelos que as pessoas deixam cair no chão. Tinha muita, mas muita barata, baratinha e baratão.

Peguei meu pacote de bolacha rapidinho, antes que ele fosse abduzido pelos insetos famintos e finalmente consegui abrir.

Aí é começa essa história:

Os ônibus enquanto estão no perímetro urbano andam com as luzes internas acesas, só que quando pegam a estrada as luzes internas são apagadas. Foi aí que eu pensei : AGORA DANÔ TUDO! E dei uma risadinha tipo aquelas de mexicano bandoleiro quando vê que vai se ferrar, sim, o bandoleiro mexicano não da o gostinho para o inimigo, ele se ferra dando risada, e foi o que eu fiz.

Abaixei, coloquei a calça por dentro da meia, encostei de novo no assento e pensei: Bom! Pelo menos essas porcarias desse monte de baratas nesse breu não vão me subir por dentro da calça … e dei mais risada.

A cada 15 minutos eu batia os pés e dava um tapa nos bancos para espantar a bicharada pra longe de mim, da minha mochila e do meu meio pacote de biscoitos.

Chegamos em Santos e quando fui descer do ônibus o motorista perguntou: – Amigo, por que você de vez em quando batia os pés e as mãos?

Eu respondi : Porque esse teu ônibus está cheio de barata, malandro, manda passar um inseticida, que a coisa ta feia!

Desci e saí pensando: Caramba, não sou biólogo, nem insetólogo, nem porcaria nenhuma, mas acabei de descobrir porque Santos às vezes tem tanta barata.

Elas vêm de ônibus.

Separador 2O autor dessa história, Wado Santista, enviou seu relato através do Você no Motonline. Participe você também, compartilhe a sua história com milhares de leitores que também são apaixonados por motos.

 

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