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Essa história começou em fevereiro e foi um lento desenrolar para chegar a este ponto. Mas, vou contextualizar. Depois de conhecer alguns amigos em grupos por ai, um deles, o Piru, falou: “Você conhece o BOG (Boulevard Owners Group)? Entra lá, o pessoal é bem bacana”. Na época, fevereiro de 2013, eu ainda tinha a Burgman 125, mas já era apaixonada pela Boulevard.

Recebendo os coletes do BOG: alegria

Recebendo os coletes do BOG: alegria

Então, por que não entrar no BOG? Podia começar a conhecer o pessoal e saber mais informações sobre a moto até o momento de poder comprar a minha. Então, fiz meu cadastro, entrei no fórum, me apresentei e, para minha surpresa, as pessoas foram muito receptivas, mesmo sabendo que eu tinha a Burgman. Conversei um pouco com o pessoal no fórum, fui a um encontro deles num barzinho em São Paulo. Um grupo bacana. Dava pra ver o carinho entre as pessoas, como era gostosa a afinidade entre eles.

Sempre me colocavam nas conversas, explicavam coisas de alguns passeios, tomando o cuidado para que eu não me sentisse excluída.  Gostei muito! Mas, confesso que fiquei com receio de ir pra estrada com eles. Não por causa do pessoal, mas eu sei como é ter a moto mais fraca do grupo, ficar me matando pra tentar acompanhar e acabar atrasando os outros.

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Com esse receio, acabei me afastando um pouco, conversando mais com uma pessoa ou outra do grupo. Mas sempre dava uma olhada no fórum, acompanhava os passeios e os encontros. Postava alguns textos do blog e o pessoal sempre comentando. Até que um dia eu vi que tinha o curso de pilotagem com o querido Carlos Amaral. Quando vi isso, achei que seria legal rever o pessoal e aproveitar a oportunidade para o meu namorado da época (que tinha uma Boulevard), conhecer o pessoal e fazer o curso bem focado.

Marujo e Katia, frente e verso

Marujo e Katia, frente e verso

Fiz minha inscrição para reciclagem do curso. Acabei terminando o namoro, mas mesmo assim achei que seria muito bom refazer o curso e rever os amigos do BOG. E, realmente foi, mas isso é outro post. Nesse curso, me aproximei mais do pessoal do BOG, cheguei a adicionar mais alguns amigos no Facebook, com isso vieram mais encontros e o vínculo com o pessoal foi aumentando. Até que na última quinta, aniversário do Neuro, surgiu um convite irrecusável: participar do batismo do Marujo no dia seguinte, em São Vicente! Ah, não podia perder! Eu tinha conhecido o Marujo naquela noite. Ele é uma daquelas pessoas que você vê de longe que tem um coração de ouro. Eu precisava participar!

Consegui organizar meu trabalho e na sexta, logo após o almoço, desci pra Santos, sozinha, pois queria descer cedo pra evitar a estrada lotada em véspera de feriado e também tentar não pegar comboio. Deu certo, mas é claro que me perdi!

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Antes de sair de casa, tracei o percurso direitinho no Google Maps, olhei no Street View, peguei alguns pontos de referência. Eu tinha que pegar a Avenida Ana Costa, mas me confundi e saí num elevado, fui parar no centro de Santos, numa catedral que eu nem sonhava que existia ali, aliás, linda. Por sorte, estou muito acostumada a me perder e nem ligo, sempre dou um jeito. Logo vi uma placa que indicava “Praias”. É isso. Resolvi seguir as placas. O pior que podia acontecer era seguir as placas até o Guarujá e voltar.

Todo o grupo: amizade sincera e sem discriminação

Todo o grupo: amizade sincera e sem discriminação

Seguindo as indicações para “Praias”, apareceu uma placa indicando a Avenida Ana Costa! Bingo! Era isso o que eu precisava! Segui até a praia, fui em direção a São Vicente. Claro que só fui ver que tinha que fazer a conversão à direita muito em cima da hora, então tive que fazer um pequeno retorno, mas logo estava no caminho certo de novo. Com tudo isso, cheguei ao local combinado às 15 horas, o encontro seria às 20 horas. Mas, sinceramente, estava tão feliz de estar lá, de encontrar os amigos, que fiquei ali, feliz, curtindo a paisagem, conversando com os garçons. Um deles até deu algumas dicas de lugares para conhecer em Itanhaém!

No horário combinado, o pessoal começou a chegar. Conheci mais algumas pessoas, tive a oportunidade de conversar mais com o grupo. Como tinha bastante gente que não conhecia, fiquei tímida no começo, pra variar, mas todos foram tão receptivos que eu logo estava conversando. Esse grupo tem um acolhimento que só quem participa do mundo das duas rodas consegue entender.

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Antes de iniciarmos a sessão comilança, foi feito o ritual de iniciação do Marujo. Algo extremamente esotérico, hermeticamente fechado. Como disse o Konishi, era o dia do Marujo ficar como veio ao mundo: pelado e chorando! Tudo bagunça só pra assustar o cara! O ritual de iniciação, na verdade, começa desde o primeiro contato com o grupo. Existem algumas regras para ganhar o colete, regras que tem um único objetivo, conviver com as pessoas e criar vínculos profundos de amizade. Só assim é possível manter o lema do grupo “Irmãos de Alma e Estrada”.

O capricho dos cupcakes do BOG

O capricho dos cupcakes do BOG

E isso não são apenas palavras bonitas. É um sentimento verdadeiro, palpável e comovente. É algo que não é possível explicar, apenas viver. A entrega do colete é só para oficializar esse sentimento que não pode ser traduzido em palavras. A Katia, esposa do Marujo, também recebeu o colete. Aliás, ela colocou esses sentimentos nos lindos e extremamente saborosos cupcakes que ela preparou para a comemoração. Um carinho e um cuidado no preparo de cada cupcake, que deu gosto de ver, e comer, claro. Foi uma honra participar desse momento, de verdade.

Quando chegou o momento de voltar para São Paulo, voltamos em grupo, o Murilo, o Konishi, o Franklin e eu. Todos com suas Boulevard! De repente, bateu aquele meu receio, eles com aquelas baita motos e eu de PCX 150cc, que não está passando de 110 km/h, como vou acompanhá-los?! Isso durou um quarteirão! Os meninos entraram em formação, já me senti bem, pois me tranquiliza andar direitinho em comboio. Na serra, eles sempre acompanhando minha velocidade máxima (100 km/h na subida, às vezes um pouco menos).

Pegamos um pouco de neblina, mas eles foram tão cuidadosos que eu me senti tranquila o tempo todo. Subi com um sorriso no rosto, na alegria de ter participado do batismo do Marujo e da Katia, a satisfação de estar na estrada com os amigos, um sentimento de pertencimento que emanava de todos os poros do corpo, o coração em paz. Nem lembrava mais da diferença das motos, a única coisa que importava era estar com eles, naquele momento, podendo viver essa experiência!

Mais uma vez agradeço ao Papai do Céu por colocar pessoas tão especiais em minha vida e agradeço a todos vocês do BOG, mesmo os que não puderam ir, pela acolhida de sempre. É realmente um privilégio!