Publicidade

O que significa pilotar uma motocicleta? Bem, pilotar a moto significa ter total conhecimento do veículo e colocar em prática todas as suas funções mecânicas, de modo a surtir efeito positivo para a sua segurança e desempenho da moto.

No asfalto está muito à vontade, nas frenagens fortes a moto não mergulha, e nas acelerações fortes também não desestabiliza

No asfalto está muito à vontade, nas frenagens fortes a moto não mergulha, e nas acelerações fortes também não desestabiliza

Veja alguns exemplos bem simples disso: controlar as acelerações e re-acelerações em saídas de curvas evitando empinar a frente ou derrapagem traseira, controlar as frenagens repentinas para que as rodas não travem, evitando uma queda, ou nas entradas sinuosas contornar as curvas de modo a evitar que a moto derrape e saia de frente porque o piloto freou muito tarde ou muito “dentro” dela.

Além disso, pilotar é sentir a moto como uma extensão de seu corpo, deixando fluir os sentidos humanos e controlar as emoções envolvidas. Tudo isso parece até muito romântico e meio abstrato, mas não é nada disso. Pilotar uma moto sem saber usar seus (os dela) recursos pode significar um tombo bem concreto e nada romântico e é por isso que é preciso compreender que o real significado de pilotar uma motocicleta é ter controle sobre ela e torná-la uma extensão do seu próprio corpo e ao mesmo tempo ter controle sobre suas próprias emoções.

Publicidade
BMW R 1200 GS na cidade: a "moto-tradição" está mais moderna do que nunca

BMW R 1200 GS na cidade: a “moto-tradição” está mais moderna do que nunca

Sim, ter este controle nas mãos e na mente nos emerge a uma sensação incrível e prazerosa. Por isso que pilotar uma moto é um “vício” gostoso. Porém, se ao invés de você ter este total controle sobre a moto, que tal se a moto fazer isso por você? Sim, é possível hoje a moto fazer o papel do piloto, controlando e até corrigindo eventuais erros do piloto. Claro, estamos falando da parte eletrônica da moto, pois ainda não inventaram uma moto que possa controlar nossas emoções ao pilotar uma moto. Ainda não!

Para mostrar um pouco desta relação de “quem controla o quê” nas motocicletas, escolhemos uma das motos mais tradicionais e conhecidas entre outras coisas pelos recursos eletrônicos sempre presentes e em grande quantidade e utilidade, a BMW R 1200 GS. Mais do que outras grandes motos com muitos recursos eletrônicos, nesta a maioria deles é possível colocar em uso prático em situações de uso normal, já que nas motos esportivas, onde também a eletrônica está muito presente, seria preciso ir para uma pista onde é possível ter controle dos riscos – olha ele aí de novo, o tal do controle!

O professor Carlos Amaral e a "controladora" BMW R 1200 GS: é preciso estudar bem para ajustar a moto a cada situação e a cada piloto

O professor Carlos Amaral e a “controladora” BMW R 1200 GS: é preciso estudar bem para ajustar a moto a cada situação e a cada piloto

Publicidade

A ideia é mostrar também como aquele monte de funções eletrônicas da BMW R 1200 GS pode mudar nosso jeito de pilotar. Vamos além um pouco e analisamos se é realmente necessária tanta tecnologia embutida para a segurança do feliz proprietário dessa moto. Acompanhe!

NO ASFALTO

Ao montar nesta moto, o primeiro teste seria entender os botões e as indicações do painel e depois disso acelerar a “gorducha”, com suas linhas quase sensuais, mas que encaixam o piloto e garupa de modo perfeito.

O sistema telelever não praticamente não altera a geometria da moto com o funcionamento da suspensão e o resultado é extrema confiabilidade do piloto nas reações da moto

O sistema telelever praticamente não altera a geometria da moto com o funcionamento da suspensão e o resultado é extrema confiabilidade do piloto nas reações da moto

Publicidade

Com a função Dynamic – potência e torque disponíveis ao mínimo contato do acelerador – a sensação na reta é de pilotar uma moto esportiva, pois acelerações e re-acelerações são tão fortes que a sensação é que o espírito do piloto ficou lá atrás, como nos desenhos animados. Neste modo então deve ser bem fácil dar uma empinadinha (wheeling)? Nada disso! Algumas tentativas e o controle de tração não deixa. E mais, pouco antes das entradas de curvas você pode “enrolar o cabo” com toda força que os freios combinados mais a suspensão Telelever na dianteira, tudo junto com o ABS de última geração fazem com que a moto não escorregue e a roda traseira esteja sempre em contato firme com o piso, evitando o efeito Rear Lift.

Aliás, nas curvas mais fechadas, onde há exigência de maiores inclinações a sensação é de não conseguir contorná-las. Mas o novo chassi em conjunto com pneus Metzeler Tourance Next tornam esta tarefa mais fácil e confiável pois a moto realmente agarra no asfalto e não dá nem sinal de escorregar. É importante lembrar que a BMW R 1200 GS usa pneu dianteiro na medida 120/19 enquanto que a maioria das big trail usam na medida 100 ou 110/19. Essa diferença trouxe mais segurança nas inclinações em curvas.

NA CHUVA

Na chuva  a condição de pilotagem fica muito difícil e o controle das re-acelerações e frenagens devem ser muito precisas, progressivas e sensíveis. Nesta hora, mesmo com a moto em movimento, pode-se alterar a função “Mode” para  Rain, na qual todo o controle de tração e os freios ABS  ficam mais adequados e prontos para agir de modo mais intenso.

Em condições extremas, sem possibilidade de ajuste das forças de frenagem e aceleração, o controle do piloto ainda é fundamental

Em condições extremas, sem possibilidade de ajuste das forças de frenagem e aceleração, o controle do piloto ainda é fundamental

Inclinações mais acentuadas em curvas na pista molhada? Calma, ainda não existe eletrônica que faça a moto não deslizar, por isso, cuidado! Há uma grande diferença entre “destracionar” e deslizar. Sendo assim, a tecnologia eletrônica ajuda a tracionar a roda traseira no momento das acelerações ou frenagens mais fortes, pois o deslizamento ocorre como consequência da combinação de duas forças: a que empurra a moto para fora da curva e uma das outras duas que a ação do piloto provoca, aceleração ou frenagem.

Independente da ação humana ou da tecnologia embutida, alguém pode perguntar: “ Não poderia, no momento do deslizamento em curvas, o piloto re-acelerar, forçando o controle de tração eletrônico da roda a agir para que a moto volte a tracionar e sair do escorregamento?”

A resposta: “Aparentemente, sim, mas na verdade isso não acontece, pois se ultrapassar o limite do atrito lateral, sem uma força combinada de aceleração ou de frenagem, dependendo da velocidade,  o “re-tracionamento” será impossível e o tombo é certo.” Ou seja, O ajuste da velocidade correta para cada tipo de terreno ainda é responsabilidade do piloto e ainda não há eletrônica ou sistemas inteligentes que possam realizar pelo piloto a avaliação da situação para fazer a moto se equilibrar novamente.

NA TERRA

Na terra muda tudo, quanto menos intervenção melhor - Modo Enduro-Pro selecionado deixa-a esperta

Na terra muda tudo, quanto menos intervenção melhor – Modo Enduro-Pro selecionado deixa a R1200 GS muito esperta

Este é um momento curioso, pois é praticamente impossível pilotar em terra, lama, pedras soltas, enfim, em terrenos sem aderência com um pneu mais voltado para o uso no asfalto, sem cravos ou sulcos profundos. Engano seu! Na BMW R 1200 GS o modo Enduro resolveu este problema. Com pneus mais lisos, maior será a falta de aderência em pistas de terra, mas também é maior a capacidade da eletrônica em encontrar tração na roda. Isso é perceptível quando a roda traseira se encaixa nas bordas de buracos, onde as derrapagens por causa das re-acelerações acontecem com maior freqüência. Nessa situação fica claro que o controle de tração entra em ação, não deixando a moto escorregar.

A BMW R 1200 GS na terra: pilotos experientes usam modo Enduro-Pró, sem qualquer controle eletrônico

A BMW R 1200 GS na terra: pilotos experientes usam modo Enduro-Pró, sem qualquer controle eletrônico

É difícil se acostumar com essa eletrônica, porque ao invés de você controlar a moto é a moto que controla suas ações. O controle das frenagens, também é interessante. Em terra, o ABS é um problema, pois sabemos que a ação dessa tecnologia de frenagens serve para “soltar” as rodas no momento do travamento das mesmas. Na terra esse travamento das rodas é constante fazendo com que os freios nunca sejam acionados de forma mais precisa. Assim, com a função Enduro desliga-se também o ABS e você começa a ter controle das frenagens e sentir o momento da necessidade de derrapar, ou mesmo de acionar com maior ou menor força o manete ou pedal de freios.

Bem, para pilotos de off road na verdade esta eletrônica toda só serve para atrapalhar. Ah é? Então tá, coloque no modo Enduro Pro e todos os controles eletrônicos serão desligados e a moto fica pura, totalmente na mão do piloto. Saídas de curvas no drift? Sim. Derrapagens em frenagem traseira? Sim. Rear Lift e empinar a frente? Faça o que quiser, pois a moto está totalmente no controle do piloto, e não da eletrônica. Nesta função é você quem pilota e não a moto!

É REALMENTE NECESSÁRIO TODA ESSA TECNOLOGIA?

A resposta clara é SIM. Tudo que vier em prol da segurança é muito bem vindo, principalmente quando se olha para a má formação dos motociclistas em nosso País e em muitas outras áreas. Tudo isso, misturado ao despreparo de muitos motoristas para a convivência no trânsito, toda essa tecnologia poderá evitar muitos acidentes. Mas sabemos que só a tecnologia não é o suficiente, se não usarmos o bom senso e entendermos que a vida é o nosso maior bem.

E isso só quem entende é o homem. Aquele policial robô – Robocop – que sabia avaliar se o sujeito era inocente ou não, se a situação era crítica ou não, isso ainda é ficção científica. O homem ainda toma as principais decisões e isso sim é importante: controlar as decisões!

Considerações importantes

Nesta avaliação não notamos muita alteração no desempenho da moto em relação ao modo Dynamic para a Road, porque o modo Dynamic se adapta conforme a demanda do piloto. Talvez o indicador de troca de marchas seja em rotações diferentes num modo e noutro e isso traga alguma economia de combustível. Mas de fato precisaríamos de mais quilometragem com a moto para percebermos diferenças significativas.

O consumo é alto, quase igual ao de carros mais modernos

O consumo é alto, quase igual ao de carros mais modernos

De fato o grande destaque desta eletrônica toda na BMW R 1200 GS é a suspensão ativa. Em diferentes condições em muitos trechos de terra e buracos ela manteve a moto estável e confortável para piloto e garupa. Além disso, pode-se ajustar a suspensão ao toque de um botão para as mais diversas condições de carga e esportividade na pilotagem, o que coloca esta moto à frente de suas principais concorrentes. Não por outro motivo que ela continua sendo líder mundial no segmento das bigtrail, onde todas as grandes marcas mundiais concorrem com motos super completas e sofisticadas, como Yamaha Super Ténéré 1200, Kawasaki Versys 1000, Triumph Tiger 1200, Ducati Multistrada, Honda VFR 1200 Crosstourer, Suzuki V-Strom 1000 e até as recém chegadas Benelli Tre-K 1130.

Venda e preço das motos do segmento bigtrail acima de 600 cc

Venda e preço das motos do segmento bigtrail acima de 600 cc

No mercado brasileiro, a BMW R 1200 GS detém pouco mais de 10% do segmento das bigtrail, onde entram todas as motos a partir de 600 cc. Mas esse é um desempenho excelente, sobretudo se for levado em conta que o preço dela é o mais alto – e põe alto nisso – e trata-se de uma moto para pilotos mais altos, já que a altura do banco, mesmo sendo ajustável intimida os mais baixos. A título de comparação, a líder de vendas no Brasil dentro deste segmento é a Yamaha XT 600Z Ténéré, que vendeu em 2013 (até setembro) 2.100 unidades, enquanto que a BMW ocupa a 4ª posição no ranking com 1082 motos emplacadas (veja tabela).

Talvez seja falta de prática, mas uma moto com tantos recursos dificulta a interpretação do painel e o botão da buzina está um pouco mais distante do alcance natural do polegar esquerdo, exigindo atenção do piloto e por várias vezes foi acionado o pisca no lugar da buzina.

Veja mais detalhes técnicos da BMW R 1200 GS no vídeo publicado no canal do Motonline em novembro de 2012, logo após o lançamento da moto no exterior. Se quiser ver ainda mais detalhes técnicos da moto, clique aqui.

Esta moto foi testada  por aproximadamente 80 km de terra (trecho Salesópolis e Caraguatatuba – SP) em um total de aproximadamente 240 km, com garupa. Nos demais trechos a pilotagem foi solo. Veja a ficha técnica da moto.

Ficha técnica BMW R 1200 GS

Ficha técnica BMW R 1200 GS

 

Se você tem uma BMW R1200 GS, opine sobre ela!
Acesse agora mesmo: Guia de Motos – Motonline