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Brasil tem 15 milhões de motocicletas - Por Antonio Marcondes*

Hoje a frota nacional já é composta de 20% de motocicletas, ou mais de 15 milhões de unidades, segundo dados da Abraciclo de abril de 2010. Com tantas motos em circulação, faço o seguinte questionamento: as vias brasileiras também estão sendo preparadas para atender o grande tráfego de motocicletas?

A atenção a esse veículo tem de ser séria e levada em consideração no projeto e na definição das vias de circulação, para evitar acidentes e minimizar suas consequências. O número de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito fatais faz parte de uma estatística assustadora. Só em 2010 representaram 8 mil. Claro que as causas dos acidentes envolvem diversos fatores, não só as vias, mas o efeito desses acidentes, do ponto de vista econômico, pode chegar ao astronômico valor de 5% do PIB nacional quando considerados todos os custos envolvidos.

Portanto, as ruas, avenidas e estradas devem estar preparadas para todos os tipos de veículos e devem ser pensadas por especialistas para dar maior segurança aos usuários e pedestres. O poder público também tem de assumir o seu papel e fiscalizar novas construções para que sejam bem feitas, além de agir no sentido de coibir as alterações em calçadas e vias públicas feitas sem autorização, e de maneira que prejudica a segurança e a vida de pedestres e usuários de veículos motorizados ou não.

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Foto: Antonio Marcondes é diretor do comitê de Duas Rodas do Congresso SAE BRASIL 2010

Foto: Antonio Marcondes é diretor do comitê de Duas Rodas do Congresso SAE BRASIL 2010

Temos inúmeros exemplos hoje que passam despercebidos e afetam diretamente a segurança dos condutores, como bueiros abertos, desníveis em pistas, reparos mal feitos, trilhos em calçadas etc. Cabe às nossas autoridades empregar bem os recursos necessários pensando primeiramente na segurança de motociclistas, motoristas e pedestres.

Segurança também está diretamente relacionada ao condutor, e há a necessidade do desenvolvimento da habilidade dos motociclistas bem como dos motoristas para que se considerem mutuamente. O motociclista tem de estar preparado para as situações de emergência que possam ocorrer. A aprovação em autoescolas não leva em consideração esses aspectos, inclusive a postura e a dinâmica entre o motociclista e a moto que são fatores importantíssimos na boa condução da motocicleta. Além disso, a manutenção preventiva é fator de grande influência na segurança e, portanto, na prevenção de acidentes.

Treinamento dos pilotos também é fundamental e tem de ser continuamente enfatizado. A motocicleta é um veículo prazeroso, mas deve ser conduzida com responsabilidade.

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Também como importantes alicerces deste ‘tripé’ da segurança são as tecnologias aplicadas à máquina. Hoje, um dos maiores desafios da engenharia brasileira está em oferecer mais segurança em veículos duas rodas e a indústria trabalha no desenvolvimento de tecnologias que tornem a motocicleta mais segura. Exemplo são os freios ABS (sistema antibloqueio das rodas), muito utilizados em motos de grandes cilindradas, que agora passam a equipar as de médias cilindradas e que permitem maior estabilidade e eficiência nas frenagens.

Todos estes aspectos – as vias, o veículo e o homem – estarão em debate no painel Duas Rodas, que será realizado no dia 7 de outubro, durante o Congresso SAE BRASIL, no Expocenter Norte, em São Paulo. Todos estão convidados.

*Antonio Marcondes é diretor do comitê de Duas Rodas do Congresso SAE BRASIL 2010