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Rodamos com a MV Agusta Brutale 910S. Fabricada com o que há de melhor no mercado de duas rodas, a exclusiva naked italiana foi uma das atrações do 1º Salão da Motocicleta.

Villaescusa/Agência INFOMOTO

MV Agusta Brutale 910S

Estava ansioso. Iria acelerar pela primeira vez uma motocicleta da lendária marca italiana MV Agusta, a Brutale 910S. Antes de experimentar suas tão aclamadas qualidades como moto, fiquei paralisado por alguns minutos para admirar suas linhas dignas de uma obra-de-arte. Obra que pode ser conferida no 1º Salão da Motocicleta, que acontece entre 22 e 26 de outubro em São Paulo (SP). Nascida como uma moto conceito em 2000, na prancheta de Massimo Tamburini, o mestre italiano do design, a Brutale foi um marco na indústria de duas rodas: design revolucionário e soluções engenhosas fazem dela uma naked mais que exclusiva. A começar pelo farol que, como quase todas as peças dessa MV Agusta, é diferente de tudo disponível no mercado. Tão diferente que faltam adjetivos para descrevê-lo. Excêntrico, alongado, parabólico… E, acima, de tudo eficiente. O designer Tamburini preza pela forma, mas também pela funcionalidade. Foi feito um estudo para que o feixe de luz fosse o mais abrangente possível.

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Ao girar a chave, enquanto o módulo faz a verificação do sistema eletrônico da Brutale, o número que aparece na tela de cristal líquido do painel impressiona: 299 km/h. O conta-giros também assusta: traz uma escala até 15.000 rpm.

Música para os ouvidos O barulho do motor de quatro cilindros em linha, de exatos 909 cm³, 16 válvulas radiais, refrigeração líquida e injeção eletrônica fica um pouco embaralhado em marcha lenta. Engato a primeira marcha com ajuda da embreagem de acionamento hidráulico. Acelero, a Brutale urra. Os giros crescem de forma vertiginosa e o velocímetro marca mais de 80 km/h em poucos segundos. Tudo fica para trás em um piscar de olhos. E o “grito” do motor transforma-se em música para os ouvidos. Entendo então por que é comparado ao ronco de uma Ferrari, que auxiliou no seu desenvolvimento.

Engato a segunda marcha. Agora giro o acelerador com mais ímpeto. A roda da frente sai do chão. A obra-de-arte vira uma fera, despejando toda sua força bruta na roda traseira. O torque máximo de 9,8 kgf.m chega somente a 8.000 rpm. Mas vale dizer que tal rotação não á nada para o motor desta naked. Ele chega lá fácil, fácil. Sobe de giros mais rapidamente que muitas esportivas de 1.000 cc. Racing. Assusta quem tenta esticá-lo até as 11.000 rotações, quando os 139 cv de potência máxima são produzidos.

Em termos de velocidade final não supera as esportivas. Até porque chegar aos 262 km/h (declarados pela fábrica) já é tarefa difícil em uma moto naked, sem proteção aerodinâmica. Mas antes disso, até os 140 km/h, 180 km/h tem uma aceleração incrível, bestial. Fácil entender a escolha do nome Brutale.

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De grife Para “tentar” controlar a brutalidade dessa MV Agusta, o piloto vai bem inclinado, quase encaixado ao tanque – desenhado com esse propósito. As pedaleiras bem recuadas contribuem para a sensação de que você “veste” a Brutale 910S.

O guidão convencional mostra que, apesar do caráter esportivo do motor, estamos pilotando uma naked. Aquela moto ideal para o domingo: seja para viajar em estradas sinuosas, ou mesmo para um uma volta com os amigos pela cidade.

O quadro treliça em cromo-molibdênio transmite estabilidade e confiança para o piloto. Aliás, toda a ciclística de grife dessa MV Agusta merece elogios. Vamos às marcas: rodas Brembo de alumínio forjado; freio com pinças Nissin na dianteira; garfo telescópico invertido Marzocchi de 50 mm de diâmetro em material de última geração; monobraço traseiro em liga de alumínio com amortecedor Sachs – ambos os conjuntos de suspensão totalmente ajustáveis.

A somatória de todos esses nomes resulta em uma moto estável que dá ao piloto a confiança necessária para abusar no acelerador, um dos mais sensíveis que jamais experimentei. Com o motor roncando e instigando a acelerar a difícil missão do piloto é manter a velocidade em níveis legais.

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Para poucos Já o resultado dos milhares de euros em tanta exclusividade é o alto preço da MV Agusta Brutale 910S: R$ 78.900,00. Elevado se comparado à concorrência, porém as motos da marca italiana também ficam acima da média em diversos aspectos. Mas não é apenas o preço que faz da Brutale uma moto para poucos. Sua “personalidade”, também. Se o seu ideal de moto é uma “estradeira”, bem relaxada, essa não é sua moto. Feita para quem tem alma radical e curte pilotar esportivamente, essa MV Agusta vai fazer aflorar ainda mais sua paixão por esportividade.

FICHA TÉCNICA MV AGUSTA BRUTALE 910S Motor: Quatro cilindros em linha, 16 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida Capacidade cúbica: 909 cm³ Potência: 139 cv 11.000 rpm Torque: 9,8 kgf.m a 8.000 rpm Câmbio: 6 velocidades Alimentação: Injeção eletrônica Weber Marelli Quadro: Treliça em cromo-molibdênio Suspensão dianteira: Telescópica invertida (upside-down) Marzocchi com 50 mm de diâmetro e 126 mm de curso, com ajuste de pré-carga da mola, retorno e compressão Suspensão traseira: Monoamortecedor Sachs fixado à balança por link, com curso de 120 mm e ajuste de pré-carga da mola, retorno e compressão Comprimento: 2.020 mm Largura: 760 mm Altura: não informada Distância entre eixos: 1.410 mm Altura do banco: 805 mm Tanque de combustível: 19 litros Peso (a seco): 185 kg Freio dianteiro: Duplo disco flutuante de 310 mm com pinças de seis pistões Nissin Freio traseiro: Disco simples de 210 mm, com pinça de 4 pistões Pneu dianteiro: 120/65 – 17 Pneu traseiro: 190/50 – 17 Cores: Laranja, prata e vermelha Preço Sugerido: R$ 78.900,00 (sem frete)