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Cobertura do Lançamento

08 Maio às 18 horas … parem as rotativas, chegou um convite da Honda! Após várias considerações e trocas de e-mail, os representantes do Motonline foram definidos para a cobertura em Manaus do provável lançamento da sucessora da Twister, entre os dias 14 e 16.

João Tadeu Boccoli e Divulgação

Coincidentemente, dentro do fórum do Motonline, uma grande agitação começava dentro da área das Twisters … uma série de boatos e referências vazias que engordavam toda a sorte de especulações possíveis; especulações essas fortalecidas pela própria Honda quando da veiculação de um “teaser” convidando aos leitores, pelo preenchimento de nome e e-mail, a serem os primeiros a receberem informações do novo produto.

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Com a programação na mão, nenhuma informação sobre o produto nos foi passada, e a data de embargo ficou marcada para as 0 horas do dia primeiro de Junho. No aeroporto, junto com os demais colegas da imprensa, a naturalidade desse tão aguardado lançamento era nítida … mesmo não sendo informados, era de senso comum que o fim do segredo da NOVA TWISTER estaria próximo.

Chegada em Manaus, o forte calor do inverno e alta umidade relativa do ar acompanharam nossas lentes, tanto dos óculos, bem como as das máquinas fotográficas … sempre que saíiamos de um ambiente refrigerado tínhamos que aguardar para perder o embaçado destas.

Nesse primeiro dia, a tarde foi livre, mas nossos pensamentos não. Optamos em conhecer o famoso Hotel Tropical e o que ele tinha a nos oferecer, o que foi suficiente para a chegada da hora do jantar; jantar esse descontraído e que abrigou a comemoração de aniversário do colega Raul da revista Motociclismo.

Segundo dia, todos de pé bem cedo, fomos a caminho da pista de testes da Honda, onde seríamos bem recepcionados numa estrutura digna de um grande evento.

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No salão, já tínhamos a silueta de uma motocicleta sob um pano preto que magneticamente tomava nossos olhares mesmo enquanto nos servíamos na mesa do café de boas vindas.

Bem … luzes, câmera, ação … o pano caiu e uma nova moto nascia, e o momento ficou registrado como algo mágico e único que nos era ofertado. Linhas bem definidas em uma roupa dourada, ficamos alguns minutos com os olhos colados até o inicio da explanação dos detalhes desse novo produto. A moto é uma evolução da Twister para o Promot3. De roupa nova estilo street fighter, Hooligan bike, ou moda Jaspion, enfim realmente tem um desenho jovem e avançado. Visualmente tem mais massa pela parte da frente e maior leveza atrás mas com os pneus maiores 140-80 17 traseiro e 110-70 17 dianteiros aparenta ser uma moto maior do que realmente é.

O motor foi aumentado para 300 cm3 que na verdade não resultou numa melhora de desempenho porque subiu de 24,0 cv a 8000 rpm para 26,5 cv a 7500 rpm, diferença quase imperceptível pilotando. Mas na verdade a curva de potência ficou muito mais “amigável”, mesmo que em números absolutos represente uma melhora pequena. O aproveitamento do motor ficou muito facilitado e a sexta marcha, ausente nesse modelo não faz falta nenhuma.

Perceba no gráfico que na curva vermelha, da CB300 R (não está em escala) graficamente percebe-se um aumento de potência e torque em relação à Twister, (tracejado azul) principalmente nas baixas rotações.

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As dimensões do motor foram alteradas, o diâmetro e curso do pistão passou de 73,0 x 59,5 para 79,0 x 59,5. Note que somente o diâmetro foi aumentado em 6mm, mas isso não indica necessariamente que a parte de baixo do motor permanece a mesma. Devemos verificar direito pois pode ter os mancais reforçados, virabrequim com peso e balanceamento alterados, pois assim nos foi informado na apresentação da moto, e faz todo sentido. Esses números mostram, porém que o motor ficou mais que quadrado, isso é com a proporção diâmetro e curso favorecendo o diâmetro que promete mais durabilidade ou propensão a velocidades mais altas do pistão (rpm). Entretanto essa configuração parece que não foi aproveitada totalmente no sentido da desempenho porque na verdade a curva de potência ficou mais amigável, como comentado acima.

Para a aprovação do Promot 3 a Honda superou os limites estabelecidos, aplicou uma injeção eletrônica de última geração com várias peças que com poucas alterações já podem ser utilizadas no lançamento de uma versão flex, como fizeram com a Mix 150.

Seria preocupante o aumento de peso não suspenso causado pelos grandes pneus, mas veja a construção das rodas, como são bastante aliviadas. Isso de certa forma compensa a maior massa de borracha.

Os freios são basicamente os mesmos também, com 130mm a tambor no traseiro e 276mm de diâmetro no disco dianteiro e a pinça de duplo pistão. Funcionam bem e param o conjunto com eficiência e segurança. As suspensões recalibradas com 105mm na traseira e 130mm na dianteira transmitem mais segurança e menos vibração do solo, combinando bem com os pneus mais largos.

O novo chassis, de berço semi duplo, confere mais rigidez. As novas dimensões promovem um conforto e segurança maiores nas retas, por ter mais comprimento entre eixos (1369 mm na Twister contra 1402 mm na CB300) mas sem perder a agilidade, porque tem uma medida de trail menor (100mm contra 97mm na CB300) resultado de uma diminuição do ângulo do “rake” (Rake é o ângulo do cubo da direção, partindo da vertical aplicado numa motocicleta) de 26º 36′ para 25º 14′. Com essas modificações a maneabilidade melhorou muito e os pneus puderam contribuir com todo o conjunto deixando-o muito homogêneo.

O painel acompanha o visual moderno e conta com um grande conta giros analógico central, velocímetro digital com as outras indicações embutidas e leds para as luzes de aviso. Um resultado bastante interessante.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
categoria Street Sport
motor DOHC, 291,6cc, 4 tempos, 4 válvulas, arrefecido a ar
potência máxima 26,53 cv a 7.500 rpm
torque máximo 2,81 kgf.m a 6.000 rpm
diâmetro x curso 79,0 x 59,5 mm
alimentação Injeção eletrônica de combustível PGM-FI
relação de compressão 9,0 : 1
sistema de lubrificação Forçada, por bomba trocoidal
sistema de ignição Eletrônica
bateria 12V – 6 Ah
farol (alto/baixo) 60/55W
sistema de partida Elétrica
capacidade do tanque 18 litros (3,0 litros de reserva)
óleo do motor 2,0 litros (1,5 litro para troca)
transmissão 5 velocidades
transmissão final Corrente com anéis de vedação
embreagem Multidisco em banho de óleo
suspensão dianteira Garfo telescópico com 130 mm de curso
suspensão traseira Monoamortecida com 105 mm de curso
freio dianteiro Disco simples de 276 mm de diâmetro
Cáliper de duplo pistão
freio traseiro A tambor com 130 mm de diâmetro
pneu dianteiro 110/70 – 17M/C (54H)
pneu traseiro 140/70 – 17M/C (66H)
chassi Berço semiduplo
altura do assento 781 mm
altura mínima do solo 183 mm
dimensões (c x l x a) 2.085 x 745 x 1.040
entre-eixos 1.402 mm
peso seco 143 kg
cores Preta, vermelha, amarela metálica e prata metálica
preço R$ 11.490,00

 

Mas não só de pão vive o homem … todos queríamos andar, nem que poucos quilômetros, na grande novidade! Os organizadores tiveram a sensibilidade de, alem de 4 modelos em cores diferentes da CB300R, de colocar no meio uma Twister para as inegáveis comparações! Não era um teste, mas sim um pequeno ride de apresentação de um produto totalmente novo que teve apenas as válvulas, o eixo do câmbio, e o disco de freio dianteiro herdado da falecida Twister.

Com a potência elevada, sua curva e a curva de torque antecipadas, o novo motor se apresentou elástico e com uma subida de giros muito rápida. Com a distância entre eixo pouco maior e revisão da medida do trail alterada, a dirigibilidade ficou melhor que a Twister, dando uma forte sensação de segurança no slalow.

O novo desenho do banco, freios eficientes, pneu traseiro maior, e um painel bem moderno não fugiram de nossas observações positivas. O nosso test ride foi durante o dia mas aparentemente o farol teve melhoras, a fábrica afirma que aumentou em 30% a luminosidade, com uma lâmpada de 55/60 watts.

Almoço, muita conversa, eainda tivemos a explanação do novo serviço expresso que está sendo implantado na rede de revendedores, e que terá como uma hora o prazo limite de devolução dos serviços classificados que poderão ser aplicados a qualquer produto Honda. Mais fotos, mais festa … já estávamos íntimos da nova CB300R mas fomos convidados para o encerramento no salão. Mas “déjà vu” … novamente sobre o mesmo tablado, mais uma nova silhueta de moto, sob o mesmo manto negro!

Aproveitando a nossa visita, e encerrando com chave de ouro, os organizadores nos apresentaram a XRE 300 … aí coletivamente não nos seguramos quando da remoção do pano … tal qual um bando de abelhas atraídas pelo mel, fomos buscar a melhor posição para fotos dessa grande surpresa.

Outro novo produto, com linhas muito elaboradas, estava diante de nossos olhos … tivemos a apresentação oficial, mas dessa vez não nos foi permitido pilotar, e também não tivemos acesso a maiores informações técnicas.

Porém as informações são suficientes para perceber que será um lançamento de muito impacto também. Vamos aos detalhes que conseguimos identificar. Começamos pelo freio a disco traseiro e a balança de alumínio que foi retirada na CB, substituída por uma de aço. – Começamos bem.

Na fixação do farol vemos que a direção fica isolada do conjunto do farol por ter sua fixação diretamente no chassis, isso proporciona leveza à direção e o bico que lembra bem a BMW faz o trabalho de estabilizar a moto em velocidade. Essa técnica já foi utilizada nas DR800 BIG da Suzuki. Muito criticada no início, hoje incorpora o visual de várias outras marcas.

Nota-se que o corpo da moto é bem mais preenchido de componentes do que na sua irmã de rua, como a bomba de combustível e o regulador de pressão, que diferente da CB300 se localizam fora do tanque, porque o seu formato assim exigiu. A bateria também se mostra bastante compacta e o amortecedor apresenta a rosca para regulagem de pré carga pelo lado de cima facilitando o acesso e se mantendo mais limpo.

Na parte de baixo notamos a presença do link que atua para maior progressividade na ação da suspensão. Isso deve resultar num rodar mais macio e compliante (maior curso) da suspensão. Necessário pela vocação off-road do modelo. Por esse mesmo motivo nota-se que falta uma proteção para o motor, nem que fosse de plástico pois mesmo para o uso em estradas de terra as pedras podem causar grandes prejuízos ao motor.

A sensação que passa essa geometria é de uma moto rápida em curvas e boa agilidade no trânsito ou em estradas de terra. Cursos bem satisfatórios nas suspensões e uma distribuição de peso equilibrada. Promete boa maneabilidade.

Aguardamos a chance de fazer uma análise mais profunda.

Fomos informados que maiores detalhes e o teste ride seriam feitos em Indaiatuba, interior de São Paulo, entre os dia 1 e 2 de Junho …

 

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
categoria Adventure touring
motor 291,6cc, DOHC, monocilíndrico, 4 tempos, 4 válvulas, arrefecido a ar
potência máxima 26,1 cv a 7.500 rpm
torque máximo 2,81 kgf.m a 6.000 rpm
diâmetro x curso 79,0 x 59,5 mm
alimentação Injeção eletrônica de combustível PGM-FI
relação de compressão 9,0 : 1
sistema de lubrificação Forçada, por bomba trocoidal
sistema de ignição Eletrônica
bateria 12V – 5 Ah
farol (alto/baixo) 60/55W
sistema de partida Elétrica
capacidade do tanque 12,4 litros (2,3 litros de reserva)
óleo do motor 2,0 litros (1,4 litro para troca)
transmissão 5 velocidades
embreagem Multidisco em banho de óleo
suspensão dianteira Garfo telescópico com 245 mm de curso
suspensão traseira Pro-Link com 225 mm de curso
freio dianteiro Disco simples de 256 mm de diâmetro e cáliper de duplo pistão
freio traseiro Disco simples de 220 mm de diâmetro e cáliper de pistão simples
pneu dianteiro 90/90 – 21M/C (54S)
pneu traseiro 120/80 – 18M/C (62S)
chassi Berço semiduplo
altura do assento 860 mm
altura mínima do solo 259 mm
dimensões (c x l x a) 2.171 x 830 x 1.181 mm
entre-eixos 1.417 mm
peso seco 144,5 kg
cores Preta, vermelha e amarela metálica
preço R$ 12.890,00

Acho que como os organizadores sabiam que iríamos sofrer grandes emoções, reservaram a manhã do terceiro e ultimo dia em Manaus para um relaxante passeio de iate pelo Rio Negro, com uma estratégica parada para ser ver a mata e as belas e inesquecíveis vitórias-régias.

Agora realmente ficamos com uma pergunta que não quer se calar: O que podemos esperar para a lacuna aberta com o fim da Falcon ?

Veja mais fotos do lançamento:

material técnico

Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.