No Brasil, a linha da CB 500 é composta por uma naked e uma crossover. Assim, a escolhida para ser testada foi a CB 500X, com vocação para o uso misto. Dessa forma, vamos falar os pontos positivos e no que a crossover deixou a desejar.
O modelo da Honda está desde 2013 no mercado e consegue a conquistar o público que precisa de uma moto de média cilindrada versátil. Por isso, pilotar a CB 500X sempre foi minha vontade desde o seu lançamento por ser uma opção meio estrada, meio off-road, um passo acima das 250 a 300 cilindradas.
Assim, a crossover me chamava atenção pela posição de pilotagem, facilidade em fazer curvas, suspensão mais alta e possibilidade de um off-road leve. Porém, a 500X não oferece todas essas opções, tendo em vista que ela é uma crossover, a parte do off-road leve deixou um pouco a desejar, mas isso não desabona o modelo e vamos explicar o porquê.
Teste CB 500X: primeiras impressões
Antes de tudo, eu, Alexandre Patriarca, contei com meu amigo devorador de quilômetros, Rock Ténéré, para explorar a CB 500X e ver do que a moto é capaz.
Ao primeiro olhar, ela transmite ser uma moto ágil, leve e boa de guiar. O modelo possui um assento não muito alto do solo (834 mm) e um banco que parece ser muito bom. Assim, ao subir na moto, observa-se que realmente ela não é tão alta, sendo fácil e leve para retirar do cavalete lateral.
Ao virar a chave, o painel blackout em LCD se mostra bonito mas com o sol dificulta a sua leitura. Mesmo assim, ele é completo e elegante, apresentando tacômetro, relógio, velocímetro, medidor de temperatura do líquido de arrefecimento, medidor de combustível, hodômetro total e dois parciais.
Não para por aí, o painel também tem indicador de posição de marcha, consumo atual de combustível, consumo médio de combustível, velocidade média, tempo percorrido, consumo de combustível reserva e dois botões para controlar e acessar essas informações.
Prosseguindo, quando engatamos a primeira marcha, nota-se um câmbio macio e preciso. A posição das pedaleiras deixam os joelhos muito dobrados, o que pode incomodar em deslocamentos mais longos.
Mas os comandos estão bem posicionados e de fácil alcance. Assim, sua aceleração bruta pode assustar principiantes ou distraídos pois seu torque está logo ali à mão (literalmente) e seus freios foram redimensionados para segurar essa empolgação toda.
Comportamento na estrada
Sabemos que hoje o mercado está em falta com motocicletas nessa faixa de cilindrada, deixando a Honda com a família CB 500 nadar praticamente sozinha por águas pouco exploradas pela concorrência. Dessa forma, a 500X é uma moto voltada para pequenas viagens e aventuras em off-road leve, bem leve.
Assim, colocamos o modelo para pegar a estrada e rodar 825 km, incluindo um trecho entre São Paulo e Igaratá. Para chegar ao destino, pegamos um trânsito travado da Av. dos Bandeirantes (quem é de SP sabe muito bem como é) e a moto se deu bem nos corredores apertados, pois sua altura e largura do guidão são bem favoráveis e entregam agilidade, sendo confortável graças ao banco e a suspensão bem calibrada.
Já na estrada, suas três primeiras marchas são bem fortes, seu torque está sempre à disposição e mesmo em sexta marcha é fácil aumentar sua velocidade sem precisar reduzir. Assim, o modelo anda muito bem na estrada, sua posição de pilotagem com as pedaleiras pouco recuadas nos fazem assumir uma postura mais esportiva, porém, não é cansativa.
Veja também:
- Motos a diesel: conheça as Royal Enfield e Kawasaki
- Tiger Sport 660: 5 pontos a conhecer da Triumph
- Criança no motocross: a história do pequeno prodígio
Conforto e turbulências na viagem
Seu banco largo e confortável e a suspensão traseira mais macia permitem que o corpo não se canse tão rápido porque conseguimos manter as costas eretas e em algum momento mudar para uma posição mais agressiva e acelerar como se estivéssemos numa moto esportiva.
O que incomodou muito foi a turbulência que a bolha manda para o topo do capacete e não nos deixa escutar nada além disso. Mesmo mudando a posição da bolha (que é feita de forma manual e precisa de ferramentas) e usando outro capacete o barulho ainda incomoda.
Teste: consumo da CB 500X 2021
Partindo para o consumo, de acordo com o computador de bordo da 500X, o melhor desempenho obtido no trajeto foi de 35 km/litro, enquanto o pior foi de 29 km/litro, sendo os dois dados contabilizados na estrada. Já na cidade, conseguimos uma média de 23,4 km/litro, levando em consideração o trânsito caótico, até que a crossover se saiu bem.
Motor e potência da CB 500X 2021
O motor é o já conhecido bicilíndrico, de 471 cm³, DOHC e arrefecimento a líquido. Ele produz 48 cv a 8.600 rpm e torque de 4,5 kgf.m a 6.500 giros. Dessa forma, a crossover tem potência e torque suficientes para fazer uma viagem tranquila e segura. A embreagem leve – e assistida – e o câmbio bem preciso aumentam a diversão na pilotagem.
Assim, o conjunto traz um ronco grave e baixo (o que eu gostei muito). Porém, na estrada o que se ouve mais é a turbulência gerada pela bolha. Já a suspensão macia é garantida pelo garfo dianteiro convencional com 150 mm de curso, enqunato na traseira há monoamortecedor com 135 mm de curso. As suspensões possuem regulagem na pré-carga da mola e a traseira tem a regulagem ligada ao sistema Pro-Link.
Preço e impressões finais
Atualmente, o preço sugerido pela Honda na CB 500X é de R$ 34.460, enquanto o preço na tabela Fipe é de R$ 39.430. No geral, é uma excelente moto para um upgrade antes de entrar para o mundo das big trail ou das grandes crossover.
A CB 500X vai muito bem na cidade, encara pequenas viagens (de preferência por asfalto), não nega fogo em uma estrada de terra batida e, claro, tem um preço bem menos proibitivo que as 850/900 cilindradas zero quilômetro.
Para sua proposta de uso, ela atende bem e com todos esses pontos positivos vem ganhando cada vez mais admiradores. No entanto, o que sentimos falta de um cavalete central e uma tomada USB, tendo em vista que há um espaço entre a carenagem e o lado esquerdo do painel de instrumentos. Na ‘nossa’ 500x, instalaríamos estes acessórios.