A série da superesportiva da Honda, Fireblade, surgiu com a CBR 900 RR, de 1992. Ao longo do tempo o modelo evoluiu e ampliou sua potência, levando às ruas tecnologia das pistas de corrida. Vamos conhecer aqui mais detalhes sobre o modelo de 1.000 cilindradas, a Honda CBR 1000RR Fireblade, ou simplesmente Fireblade 1000, no nosso review do Guia de Motos.

A primeira geração da Fireblade 1000, de 2004, ao lado do protótipo da Honda campeão da MotoGP em 2003 pelas mãos de Valentino Rossi

Como surgiu a Fireblade 1000

A Fireblade 1000 nasceu em 2004 inspirada pela adoção dos motores de 1.000 cm³ na MotoGP. O modelo estreou com diversas tecnologias, como o Honda Eletronic Steering Damper, um amortecedor eletrônico de direção de série, e balança traseira Unit Pro-Link. Seu design também era inspirado na RC211V, pilotada por Nick Hayden e pelo brasileiro Alex Barros, marcado pela saída do escapamento sob o assento.

CBR 1000 surgiu também como evolução da CBR 900 da década de 1990

O motor tinha 998 cm³, quatro cilindros em linha, DOHC, 16 válvulas e arrefecimento a líquido. Assim, desenvolvia potência máxima de 173 cv a 11.250 rpm e torque de 11 kgf.m a 8.500 rpm. Logo em 2006 a superbike ganhou uma nova balança traseira, mais leve. As suspensões foram revisadas e um novo sistema de escapamento foi adicionado.

Honda RC211V, pilotada por Barros e Hayden na MotoGP, inspirou a primeira Fireblade 1000

A Fireblade 2008

Em 2008 surgiu uma nova Fireblade 1000. A superesportiva foi completamente renovada, incluindo mecânica, visual e eletrônica. O motor ainda seguia a mesma receita, mas subiu para 999,8 cm³ e elevou sua potência para 178 cv a 12.000, enquanto o torque cresceu para 11,4 kgf.m a 8.500. O chassi também era inédito e o peso total, dois quilos mais leve, marcando apenas 177 kg.

Fireblade 1000 2008 era uma moto completamente nova. Também superava a relação kg e potência, com 178 cv e apenas 177 kg

No design as linhas ficaram mais arredondadas e minimalistas, deixando os ângulos retos de lado. A Honda adotou novo sistema de escapamento, bastante curto e posicionado na lateral direita, antes do término da balança.

Material publicitário da Fireblade 2008. Na época, uma unidade 0km custava aproximadamente R$ 55.940

Uma marca deste segmento, a eletrônica também evoluiu. O modelo adotou novo amortecedor eletrônico de direção e também embreagem deslizante, que evita o travamento da roda traseira em abruptas reduções de marcha. Em 2010 a superbike ganhou o primeiro sistema de freios ABS com controle eletrônico.

Fireblade 2017: 15 kg mais leve, 11 cv mais potente

Nos anos seguintes a CBR 1000RR teve alterações pontuais, passando por atualizações no design, melhorias na ciclística e aumento da potência. Entretanto, no Intermot 2016 a Honda surpreendeu com a nova geração de sua superbike.

Com visual e equipamentos exclusivos, versão SP é pensada para as pistas

O visual foi repaginado, recebendo rabeta e carenagem menores, reforçando a agressividade do modelo. O motor também ganhou atenção especial e passou a entregar 191,7 cv a 13.000 rpm e 11,82 kgf.m de torque a 11.000 rpm. Além de tudo, a moto pesava cerca de 194 kg, de acordo com cada versão.

A tecnologia evoluiu junto, inclusive com adoção des sistema semi-ativo de suspensões. Havia, ainda, freios ABS, modos de pilotagem, controle de tração e quickshifter. Atualmente, é esta geração que está à venda no Brasil.

Equipe da Honda explicando a eletrônica da então nova Fireblade, no Salão Duas Rodas 2017

O surgimento da CBR 1000RR-R

Em 2020 houve a atualização mais recente da Fireblade 1000. Muito mais que apenas um R no nome, passando a se chamar CBR 1000RR-R , a superbike ganhou um novo projeto, ficando ainda mais próximo da eletrônica e mecânica da RC 213V, pilotada por Marc Márquez na MotoGP.

Mais potência, menos meso, mais agressividade. Nova CBR 1000RR-R tem, inclusive, ‘asas’ na carenagem para maximixar o downforce. Item veio dos protótipos da MotoGP

O motor de 999 cm³ foi totalmente renovado e desenvolve 217 cv a 14.500 rpm, bem como 11,52 kgf.m de torque a 12.500 giros. Tudo isso para mover apenas 201 kg, já em ordem de marcha, considerando todos os fluídos e tanque cheio. O modelo conta ainda com suspensão semi-ativa Öhlins, freios Brembo, anti-wheelie, ABS comutável, mapas de potência, nível de atuação do freio motor e muito mais.

Com 217 cv e 194 kg, nova Fireblade tem praticamente a potência de um Porsche 718 com a missão de mover o peso de uma F 750 GS

 

Pontos positivos

Como uma boa superbike o principal ponto positivo da Fireblade 1000 é sua esportividade, com desempenho digno das pistas. Além disso, a CBR 1000 se destaca pela entrega de potência gradual e maior atuação da eletrônica, sobretudo nos modelos mais novos que já obedecem à proposta ‘total control’ da Honda.

Confiabilidade, bom valor de mercado e design são aliados da CBR

Pontos negativos 

Apesar de hoje ser referência no assunto, a Honda demorou para equipar a CBR com pacotes eletrônicos robustos. Controle de tração, por exemplo, é algo inexistente até mesmo em modelos relativamente novos, com cinco ou seis anos de uso.

Modelos mais antigos da CBR deixam a desejar em itens de tecnologia

Além disso, a Fireblade é um dos poucos modelos que a marca apenas monta no Brasil com peças de outros países – ou seja, a maior parte de seus componentes é importada. Desta forma, a manutenção e reposição de peças, especialmente de modelos mais antigos, tem preço elevado.

Ela até anda na cidade e encara rodovias sinuosas (com bom senso, por favor), mas a Fireblade nasceu mesmo para as pistas

Por fim, não precisamos falar que é uma moto para pilotos experientes, né? Sair de uma 250 para uma Fireblade é uma péssima ideia. Comprar uma Fireblade e querer descobrir o seu ‘top speed’ em rodovias é um pensamento ainda pior. É uma superbike, indicada para motociclistas experientes e sensatos, que saibam lidar com a sua potência absurda, calor em baixas velocidades e temperamento. Até roda por aí, mas nasceu mesmo para autódromos.

Vale a pena uma Fireblade 1000?

A superbike da Honda é um sonho de consumo para muitos, especialmente aos amantes da motovelocidade. É, também, uma das superesportivas mais comuns deste restrito nicho no Brasil. Com toda a confiabilidade e tradição de uma marca referência em competições, a moto conta com conhecimento adquirido em campos como a MotoGP – onde a Honda detém o maior número de títulos.

Uma superesportiva é sinônimo de status e adrenalina. Preços da Fireblade variam de R$ 24 mil a R$ 88 mil, de acordo com a Fipe

Os preços, claros, são dignos dos altos números de sua cavalaria. Segundo a FIPE, o preço médio de uma 2004 é R$ 24.745, valor que salta aos R$ 88.711 de uma 2021, 0km, na versão SP. Vale lembrar que em breve a nova geração, CBR 1000RR-R, desembarcará por aqui. Seu preço e data de estreia ainda não foram divulgados.

Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Honda CBR 1000RR Fireblade, acesse o Guia de Motos!

Ficha técnica CBR Fireblade 1000 (2017 – 2020)
Motor
Tipo 4 tempos, 4 cilindros
Cilindrada 999,8 cc
Arrefecimento Líquido
Combustível Gasolina
Potência Máxima: 191,7 cv a 13.000 rpm
Torque Máximo: 11,82 kgf.m a 11.000 rpm
Alimentação: Eletrônica
Partida: Elétrica
Transmissão: 6 velocidades
Suspensão e rodas
Suspensão dianteira: Garfo telescópico / curso 120 mm
Suspensão traseira: Pro-link – 137 mm
Chassi: Diamond Frame
Pneu Dianteiro: 2,75-18 M/C (42P), com câmara
Pneu Traseiro: 3,50-16 M/C (58P), com câmara
Dimensões e capacidades
Peso a seco: 183 kg
Comprimento: 2065 mm
Largura: 715 mm
Altura do Banco: 832 mm
Distância entre Eixos: 1404 mm
Capacidade do tanque: 16,2 litros
Preço (FIPE, fevereiro de 2021)
2004 R$ 24.745,00
2021 R$ 78.217,00

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.moto>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza