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Cerol, uma brincadeira que mata

O presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro (AMO-RJ), Aloísio Braz, enviou um protesto a todos os deputados estaduais do Rio contra o projeto de lei 576/03, de autoria do deputado Alessandro Calazans, que legaliza o uso do cerol em linhas de pipa em todo o estado. Ele informa que já exibiste a Lei 3.673, aprovada pelo deputado Uzias Mocotó, em 2001, e sancionada pelo governo do estado, que proíbe o uso do cerol.

— Esta lei foi uma conquista dos motociclistas, que são as maiores vítimas do cerol. Muitos programas educativos foram lançados nas escolas com base na lei que proíbe o cerol, que levou à redução de acidentes. Este novo projeto, derrubando a lei, é um grande retrocesso — criticou Braz.

Segundo o presidente da AMO-RJ, os diversos acidentes, inclusive com mortes, provocadas pelo cerol levou as 17 associações de motociclistas de todo o país lançarem a campanha “Cerol, uma brincadeira que mata”,
que visa principalmente a segurança de motociclistas e ciclistas em todo o Brasil. Ele pede ao deputado Calazans que retire o projeto da pauta da Alerj.

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Aloísio Braz, que por pouco não perdeu um dedo cortado por cerol na Linha Vermelha, disse que os principais problemas ocorrem nesta via expressa, na Linha Amarela (onde a concessionária distribui antenas para proteção dos motociclistas) e no trecho Niterói-Manilha da BR-101.

— O bom exemplo vem de Rio Bonito, onde o prefeito proibiu as pipas nas margens da rodovia BR-101 e criou um parque para as crianças se divertirem sem colocarem a vida de outras pessoas em risco — lembrou Braz.

O projeto de lei 576/03, do deputado Alessandro Calazans (sem partido), determina que o cerol só poderá ser usado nos primeiros 15 metros da linha e quando as pessoas estiverem soltando pipa a uma distância de 200 metros das vias expressas. A proposta ainda determina a proibição da venda de cerol para menores de 16 anos. Na sua argumentação, o parlamentar diz que o cerol faz parte do cotidiano dos adolescentes e que a proibição da sua utilização tem causado enormes prejuízos aos vários profissionais que, de forma artesanal, trabalham nesta atividade no estado.