Publicidade

Pré-leitura – Cada moto possui características específicas e cada pessoa que a utiliza tem diferentes experiências. Por isso cada conjunto piloto-motocicleta resulta em uma experiência única. As pessoas tem preferências e gostos diferentes e por isso o Motonline acredita que a escolha da moto é uma escolha pessoal e que não existe uma moto que seja boa igualmente para todos. Por isso nossos comparativos não trazem uma moto “vencedora”. Motonline traz informações sobre diferentes quesitos das motos – visual, performance, dirigibilidade, consumo e “custo x benefício”. O objetivo destas informações é ajudar você a fazer sua escolha e abrir a discussão. O Motonline sempre incentiva a discussão, mas uma discussão construtiva. Sua opinião pode ser diferente da dos demais motociclistas e é isso que enriquece a discussão. Expresse sua opinião, respeite a opinião de todos e Boa leitura!

Next 250 encara a Honda CB300 e tem cacife para isso - Arrefecimento líquido e seis marchas contra cilindrada maior

Next 250 encara a Honda CB300 e tem cacife para isso – Arrefecimento líquido e seis marchas contra cilindrada maior

Painel completo com grande tacômetro com visor azul de cristal líquido para as outras funções

Painel completo com grande tacômetro com visor azul de cristal líquido para as outras funções

Essas são duas motos feitas para pilotos da categoria de entrada, mas que já passaram pelas 125 ou 150 e desejam uma moto com aquele algo mais que permite realizar algumas viagens com mais conforto e versatilidade.

Publicidade

Com preços semelhantes e desempenho bem próximo, ambas possuem identidade própria e atendem plenamente seus usuários. Poucos são os pontos negativos para uma ou outra. No entanto, a Dafra, apesar de ousar e inovar dentro da categoria e do mercado em geral, ainda paga o preço da juventude, pois a marca ainda está em fase de consolidação e expurga alguns pecados cometidos na infância. Claro, isso se reflete nos números. A média mensal de vendas em 2012 foi de 4.750 unidades da CB 300R contra 500 unidades da Next 250. Mas pouco a pouco a Next vai ganhando seu espaço e a CB 300R, apesar de seu amplo espaço ocupado e consolidado, precisa estar atenta pois é o alvo preferido da concorrência.

A Honda CB300 tem o estilo emprestado das irmãs maiores, Hornet e CB 1000, com cores e formas agressivas que passam uma imagem desafiante. A Dafra Next 250 tem um desenho que lembra as naked da Kawasaki, mas com seu próprio estilo. A moto tem linhas angulosas, banco bipartido em dois níveis e é toda construída com perfis em vários níveis que passam uma imagem de força.

O painel da CB300, agora com luz que sinaliza o tipo de combustíbel

O painel da CB300, agora com luz que sinaliza o tipo de combustível

A posição de conduzir das duas motos são similares, mas no caso da Dafra ela é um pouco mais ereta. Na Honda a inclinação é um pouco avançada sobre o guidão e a posição das pernas se mantém coerente, sem flexionar tanto as pernas e isso é diferente na Dafra. Nesta, as pernas ficam bem para trás, mais do que seria desejável para a posição do tronco por causa da posição do guidão.

Publicidade
A posição na CB300 é bastante natural, embora um pouco mais inclindada do que na Next. Nesta as pernas ficam mais flexionadas e chega a incomodar os mais altos

A posição na CB300 é bastante natural, embora um pouco mais inclindada do que na Next. Nesta as pernas ficam mais flexionadas e chega a incomodar os mais altos

Motor: Comparando a tecnologia das duas máquinas: Arrefecimento a líquido na Next 250 contra arrefecimento a ar e óleo na CB 300.

No arrefecimento líquido há uma estabilidade maior na temperatura de trabalho do motor, o que permite tolerâncias mais justas nas peças internas. Não há tanta dilatação entre os componentes e assim as folgas entre eles podem ser mais justas.

Detalhe caprichado na Next que tem ajuste na altura do manete de freio

Detalhe caprichado na Next que tem ajuste na altura do manete de freio

Publicidade

Isso significa também que os engenheiros podem usar técnicas para retirar mais potência de um motor arrefecido a líquido, porque além da maior estabilidade dimensional, há maior retirada do calor gerado por causa da maior capacidade de troca de calor que o líquido tem em relação ao ar. Quanto mais energia (potência e torque) se retira de um motor de combustão interna, maior também vai ser a quantidade de calor que se deve retirar do motor para que ele não sofra as consequências destrutivas do excesso de temperatura. Ponto para a Next.

Motor da Dafra Next 250 (esq) arrefecido a líquido e a Honda CB300 (dir) tem sistema de arrefecimento a ar com radiador de óleo

Motor da Dafra Next 250 (esq) arrefecido a líquido e a Honda CB300 (dir) tem sistema de arrefecimento a ar com radiador de óleo

Na CB300 os freios quando equipado com o ABS opcional também vem com o sistema "combined" que aciona um pistão do freio dianteiro juntamente com o traseiro, equilibrando melhor a moto

Na CB300 os freios quando equipado com o ABS opcional também vem com o sistema “combined” que aciona um pistão do freio dianteiro juntamente com o traseiro, equilibrando melhor a moto

Como gostam de dizer os engenheiros americanos, “não há substituto para cilindrada” – maior é melhor. Então, se você quer mais potência, faça um motor maior. E foi o que a Honda fez ao aumentar a cilindrada da Twister durante o projeto da CB 300. Um truque comum entre preparadores, porque é relativamente fácil de se fazer. Aumenta-se o diâmetro do cilindro com um pistão maior e com isso, além de aumentar a cilindrada, você também aumenta a relação diâmetro/curso do motor. Essa relação, quando maior, permite um ajuste mais radical do resto dos parâmetros do motor, como os tempos de abertura e fechamento das válvulas. Há mais margem para “espremer” potência de pico nas altas rotações porque o motor “respira” um volume maior de mistura com o mesmo deslocamento do pistão.

Mas a Honda optou por ir ao meio termo, ajustando o cabeçote e combinando coerentemente os tempos de ignição e injeção de combustível para retirar potência em baixa e médias rotações. Ela trás o pico de potência de 26,53cv em 7.500 rpm e o maior torque, de 2,81 Kgf.m já em 6.000 rpm. E não fez muito diferente também a Dafra com a Next 250. Apesar de menor cilindrada, com um ajuste um pouco mais radical do cabeçote mais a utilização do diferencial de potência disponível pelo processo de arrefecimento, a Next conseguiu seu pico de potência e torque quase onde estão os números da CB 300. São 25 cv a 7.500 rpm com 2,75 Kgf.m a 6.500 rpm os seus valores máximos.

Repare que o pico de torque da Dafra está 500 rpm acima do da Honda e a consequência disso é uma menor faixa útil de utilização de cada marcha (de 6,5 mil a 7,5 mil rpm). Se na CB300 há quem diga que a sexta marcha faz falta, essa diferença justifica com certeza o uso do câmbio de seis marchas na Next.

Transmissão final é barulhenta na CB300

Transmissão final é barulhenta na CB300

Traduzindo essa sopa de números, o resultado fica quase elas por elas, mas há um problema. Você realiza um trabalho mais rápido quando tem mais poder, ou potência. Mas também, o trabalho é maior, quanto maior é o peso que você tem que deslocar com essa potência. E a Honda em ordem de marcha tem menos peso para cada cavalo carregar. São 5,39 kg/cv na Honda, contra 6,25 kg/cv na Dafra. Ponto para a CB300.

Cambio: São cinco marchas na CB 300 e seis na Next 250. E mais; pode-se reparar que na Next, em sexta marcha o motor fica em rotação mais baixa do que na CB 300 em quinta, o que indica uma relação mais longa. Isso se traduz em uma aceleração menor, mas uma economia maior, sem considerar outras variáveis. O fato é que em 100 km/h o motor da Next está numa rotação mais confortável do que na CB 300, com menos vibração também.

Next 250-freio tem pinça de dois pistões e flexível reforçado com malha de aço

Next 250-freio tem pinça de dois pistões e flexível reforçado com malha de aço

Nas duas motos os engates são precisos, mas na Next é um pouco mais duro e precisa de mais atenção nas trocas, que também devem ser mais frequentes. A embreagem das duas são boas também, mas a da Next apresentou um pouco mais de vibração no ponto de deslizamento.

Suspensão de ótimo equilíbrio na CB 300, permite boas frenagens com pouco efeito de mergulho e assim mesmo ela se mostra bastante eficiente na absorção das imperfeições do asfalto. No limite, pode causar perda de tração nas duas rodas se a condição da pista causar muita vibração, como costelas de vaca em curvas com bastante inclinação, por exemplo.
Na Next 250 a frente é que se mostrou muito macia, inclusive repicando um pouco nos maiores buracos. A pouca progressividade pode ser melhorada com um volume maior de óleo nas bengalas e a dureza pode melhorar com um óleo um pouco mais pesado.

Freios – Na Dafra Next 250 são potentes para a moto e possuem boa modulação, mas o traseiro poderia ter mais sensibilidade. Na Honda, sem a opção C-ABS são tão potentes quanto o da Next, mas oferecem um conjunto mais equilibrado. Consegue-se modular melhor, por serem mais sensíveis, principalmente o traseiro.

Chassi – Em termos de construção, o berço semi duplo pode oferecer mais resistência que o mono tubo como espinha dorsal, “Backbone”, usado na Dafra, mas a construção pode fazer diferença. Sem medições e experimentações específicas fica difícil determinar qual problema é consequência do chassi e o que é causado pela suspensão, em termos de flexões e outros aspectos de dirigibilidade.

Dirigibilidade foi prejudicada no teste da Next porque o cubo da direção estava apertado demais. Melhorou com o uso, mas não chegou a se mostrar bom ao chegar no fim do teste. De qualquer maneira, analisando os números, dá para ver que independente disso, há um problema de distribuição de peso na Next 250. Sem o piloto, 46,46% do peso está na roda dianteira e 53,53% na roda traseira. Ao adicionarmos o peso do piloto essa proporção aumenta mais no sentido da traseira, principalmente com a postura ereta do guidão, deixando a frente muito leve e difícil de controlar.

É normal na indústria o uso da proporção 50%/50% na distribuição de peso entre as rodas nas motos (menos as custom), para ter um bom equilíbrio na estabilidade sob aceleração e sob frenagem, deixando para o piloto as compensações necessárias. A Honda dá uma lição nesse aspecto. Percebe-se um equilíbrio prefeito entre a massa do piloto e a da moto. Sempre que necessário, um pequeno movimento do tronco para diante, para trás, ou para os lados mostra o resultado imediato, no comportamento da moto com a boa participação da suspensão de forma que a pilotagem fica bastante previsível e a experiência do piloto mais prazerosa. Com garupa ela ainda se mantém superior em dirigibilidade.

Economia de combustível

Honda CB300: média de 24,29 Km/litro; tanque de 18 litros; autonomia de 437,22 Km
Dafra Next 250: média de 29,28Km/litro; tanque de 14 litros; autonomia de 409,92 Km

Geometria Dafra Next 250_600x

Geometria da Next 250 mostra números de uma moto que seria mais rápida do que a CB300 em tomadas de curvas e de dirigibilidade mais ágil. Por outros problemas (suspensão e distribuição de peso) essas características não podem ser totalmente aproveitadas

geometria_CB300R_600x

Mais longa e com trail maior, a CB 300 oferece boas características de dirigibilidade e o equilíbrio do conjunto faz com que essa geometria, tecnicamente menos esportiva que a Next possa ser mais bem aproveitada

Se você tem uma Honda CB 300, opine sobre ela!
Acesse agora mesmo: Guia de Motos – Motonline
Se você tem uma Dafra Next 250, opine sobre ela!
Acesse agora mesmo: Guia de Motos – Motonline