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Essas motos se dirigem ao mesmo público e são muito parecidas, mas também tem diferenças marcantes. O conceito Crossover da Honda tem o mesmo significado do conceito Adventure da Kawasaki.

Duas motos com a mesma proposta com abordagens diferentes atendem ao mesmo tipo de consumidor

Duas motos com a mesma proposta com abordagens diferentes atendem ao mesmo tipo de consumidor

É que cada marca procura a identificar seus produtos com seus clientes e no mesmo nicho acabam por dar nomes diferentes para a mesma coisa. São Big trail as duas motos, com aptidão mais “on” do que “off”. Notadamente por causa da rodagem 17 polegadas na dianteira e os pneus radiais de rua. Podem ser definidas como “motard maneiro” por assim dizer.

A posição de conduzir da Honda NC700x é bastante natural e o pequeno para brisa faz bastante diferença nos longos trechos

A posição de conduzir da Honda NC700x é bastante natural e o pequeno para brisa faz bastante diferença nos longos trechos

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Mas as semelhanças terminam ai. São totalmente diferentes, a começar pelo conceito do motor. A Honda colocou os cilindros em linha, bem inclinados à frente. Emprestou do automóvel Fit, as especificações e inclusive algumas peças para o motor da NC700 X e o colocou num chassi polivalente que servisse para outros modelos da marca (não à venda no Brasil). Bom para conter custos de fabricação.

Na Kawasaki Versys 650 a posição se equivale à da NC700, um centímetro mais alta no assento e guidão confortável, assim como na Honda

Na Kawasaki Versys 650 a posição se equivale à da NC700, um centímetro mais alta no assento e guidão confortável, assim como na Honda

A Versys, por sua vez emprestou da ER-6N e da Ninja 650 muitas coisas. O motor, também a parte estrutural do chassi, rodas e freios, mas transformou-se numa moto totalmente diferente. Essa também é uma big trail para ninguém botar defeito.

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Na NC700 o painel fica alto e bem visível, lembra uma moto de rally e o guidão largo facilita manobras

Na NC700 o painel fica alto e bem visível, lembra uma moto de rally e o guidão largo facilita manobras

No estilo, a Honda seguiu a imagem implantada a partir da XRE300 mas com o bico menor. A forma trapezoidal do farol lembra a imagem futurista e ao mesmo tempo alegre dessa moto. Na Kawasaki o farol é vertical e proporciona um visual mais estreito que lhe dá a impressão de ser mais alta.

Estilo com conforto. A Honda é um pouquinho mais baixa mas ainda assim é alta o bastante para passar fácil por obstáculos no trânsito. Ela tem o centro de gravidade muito baixo e isso colabora com o conforto, porque a moto não parece tão pesada quanto na verdade é. Talvez seja essa a causa da sensação de maior mobilidade do que na Versys. De fato, as duas motos tem características de conforto muito similares, apenas fica a impressão de que a Honda é mais amigável.

Painél da Versys também é alto e conta com o tacômetro analógico

Painel da Versys também é alto e conta com o tacômetro analógico

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Saindo com cada uma das motos surgem mais diferenças. O centro de gravidade da Honda de fato proporciona impressão de mais agilidade, mas na verdade a diferença é que ela demanda menos esforço nas manobras que também são mais lentas do que na Versys. Essa que por sua vez, exige um pouco mais de esforço, porém, no motor é que se nota maior a diferença.

Na Honda, junto com as peças emprestadas do automóvel Fit, vieram características de torque e potência de um automóvel. Muito torque em baixa rotação e um limite baixo para as rotações máximas. Pouco acima das seis mil rpm o motor corta e não ganha mais rotação, acabou. Quem está acostumado com outras motocicletas estranha muito. Parece que não tem motor, ele acaba onde os outros começam, mas isso não quer dizer que a moto não anda, ela pede uma tocada diferente e essa característica promete economia e durabilidade. Menos explosões por minuto consomem menos e o desgaste, em teoria, também é menor.

Vantagens: onde teria o tanque vai bagagem, sob o banco do garupa vai gasolina

Destaques na Honda NC700X – sob o banco do garupa vai a gasolina e onde teria o tanque vai a bagagem – Se levar bagagem sobre o banco do garupa vai ter trabalho extra para abastecer

Nessa moto as marchas devem ser passadas muito, mas muito mais cedo. A faixa ideal de trabalho desse motor está entre 4 e 6 mil rpm e usando assim ele acelera tão rápido quanto poderia se fosse em rotação alta. A diferença está na sensação do piloto. Ela arranca forte e passando as marchas cedo a velocidade chega muito rápido, quase sem se aperceber. Tem que olhar no velocímetro para acreditar: já está rápido – o suficiente – cuidado com o radar…

Diferente na Versys. Essa também tem dois cilindros mas numa concepção mais tradicional para motocicletas e um tanto a mais ainda, no sentido do radical. São 12 cavalos a mais e você ganha a sensação da grande aceleração, puxando com força pelo guidão também bastante largo, como na NC700. Em contrapartida a Kawasaki Versys 650 tem menos torque (0,2 Kgf.m). Além disso, em baixas velocidades, o motor é menos amigável, não aceita bem rotações baixas, ele fica pulsante. Você vai ter que reduzir uma marcha a mais para andar tranquilamente, quando necessário, para fazer o motor girar sem trancos.

Bem mais longa a NC700 oferece agilidade pelo baixo centro de gravidade

Bem mais longa e com Rake maior, a NC700 ainda oferece agilidade pelo baixo centro de gravidade mas o tanque na rabeta provoca reações ao transpor obstáculos

Acertada a forma de conduzir nas duas motos, outras características começam a transparecer. Com a postura relaxada, tanto na NC700 X quanto na Versys você ganha em disposição para longos percursos. O piloto se sente bem, sentado numa postura ereta e com proteção suficiente do vento e intempéries com os pequenos para brisas, mas a vibração maior da Versys e o peso da alavanca da embreagem provoca maior cansaço. O preço da esportividade.

Menor distância entre eixos favorece rapidez nas manobras e a distribuição de pesos levam o centro de gravidade mais para cima do que na NC

Menor distância entre eixos favorece rapidez nas manobras e a distribuição de pesos levam o centro de gravidade mais para cima do que na NC. A concentração das massas é outro ponto positivo para a Versys

Nas curvas a NC parece mais leve que a Versys e proporciona uma dirigibilidade mais natural. A Versys, mostra mais o seu peso e demanda um pouco mais de determinação na tocada. Porém a distância menor entre eixos oferece mais agilidade e maior rapidez nos comandos da direção mas é perceptível o esforço adicional que ela exige. Porém, responde com mais esportividade.
Nessa perspectiva, a NC se mostra bem mais tranquila nas manobras e a distância maior entre os eixos das rodas cobram um cuidado adicional no trânsito. Em curvas muito fechadas você tem que contornar mais aberto com a dianteira para a traseira passar.

As características de esportividade se refletem também no motor. Os dois são de dois cilindros e a NC tem perto de 50cc a mais, mas essa diferença em cilindrada não é acompanhada em performance. As duas motos tem 4 válvulas por cilindro, mas na Versys elas recebem o acionamento mais direto dos dois comandos no cabeçote e isso, aliado à configuração super quadrada do cilindro (83mm de diâmetro contra 60mm de curso) puxa um melhor resultado de pico de potência para altas rotações. Na Honda, a sua configuração favorece mais torque. Tanto pelos tempos e ângulos do comando único de válvulas quanto pela relação diâmetro e curso do pistão. São 73mm de diâmetro contra 80mm de curso. Essa proporção de curso maior que o diâmetro, (sub quadrada) é que facilita a tocada com muito torque em baixa aceleração. Isso proporciona acelerar em velocidade sem grande estardalhaço do motor. Em qualquer marcha, desde que não supere a faixa útil de utilização do motor, ela vai e com força. Mas a sensação é menos intensa.

A suspensão, nas duas motos são bem acertadas. Apenas na Versys o garfo é invertido e há ajuste na pré carga da mola (na bengala esquerda) e do retorno do hidráulico (na bengala direita). O mono amortecedor traseiro fica em uma disposição bastante horizontal, tem ajuste na pré carga da mola e no retorno hidráulico. A fixação é feita diretamente na balança traseira, em alumínio. Na NC700 x a suspensão é convencional e não há ajuste de qualquer espécie mas a ligação do amortecedor traseiro com a balança é feita por meio de bieleta (pro-link), promete maior progressividade no acionamento.

A respeito dos freios, a NC700 conta com o sistema “combined” na versão ABS. Um terceiro pistão atua no freio dianteiro junto com o acionamento do traseiro, quando pressionado o pedal. Nessa versão o equilíbrio fica melhor distribuido nas frenagens onde o piloto usa somente o freio traseiro. É uma questão de segurança, bem pensada. Na Versys os freios tem um diâmetro um pouco menor que os da NC700 e necessita de um pouco mais de pressão nos comandos, principalmente o dianteiro, mas tem boa potência. O recorte dos discos em pétalas nas duas motos mantém as qualidades de frenagem mesmo quando molhado.

Duas motos, mesmo conceito mas as diferenças estão principalmente na esportividade. Uma mais para o conforto e outra mais para curtir a adrenalina. Os preços em setembro de 2013 estão em R$ 31.642,00 para a Versys e R$ 30.271,00 para a Honda NC700 X na tabela FIPE. As versões com ABS tem um acréscimo.

Se você tem uma Kawasaki Versys 650, opine sobre ela!
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